A Black Pearl Software era uma empresa subsidiária da THQ que foi fundada em 1992, ela foi responsável por jogos da era de ouro da geração 16 bits, sendo criadora de Super Star Wars: Return of the Jedi, Fifa Soccer 96 e alguns outros jogos. Em 1993 ela recebeu o trabalho de fazer uma baita adaptação ambiciosa, Akira para Mega Drive e Super Nintendo.
A empresa sem dúvidas não poupou esforços em fazer um trabalho bem feito, pois a jogabilidade varia absurdamente dependendo da fase. A maioria dos jogos costuma montar uma mecânica e repetir do início ao fim com pouca variação. Porém eles criaram um mapa de Neo Tokyo em 2019 e as fases espalhadas.
Foi usada a mesma narrativa da versão em anime e pra fazer isso acabaram adaptando as fases de acordo com o que se passava. Ou seja, como o anime começa com uma sequencia de perseguição e pancadaria de motos, foi exatamente isso que foi usado, com aquela visão maravilhosa de Neo Tokyo e seus arranha-céus gigantescos ao fundo enquanto embaixo o jogador cairia na porrada com uma gangue rival.
As fases variavam entre os personagens, você assumia o controle tanto de Kaneda quanto de Tetsuo, portanto herói e vilão. Era possível controlar Tetsuo no hospital após ser capturado e nessas fases a jogabilidade mudava para algo semelhante a Doom. Existiam jogos 3D para Super Nintendo, porém eram títulos bem específicos e assim, certamente a versão de Mega Drive não seria capaz, portanto era algo simplório mas ainda assim impressionante.
Nessas partes do hospital você via em primeira pessoa, apenas com a mão do Tetsuo aparecendo e uma mecânica de movimentação mais semelhante à de jogos como Legend of Grimrock, com aquela movimentação mais semelhante a jogos de tabuleiro, mas ainda assim uma bela animação de virada de câmera.
Aliás, as animações entre as fases eram bem maravilhosas e a geração 16 bits com aquele visual pixelizado acabou caindo muito bem com o universo de Akira. Essa sensação de algo meio retro-futurística é bastante gostosa e acabou se encaixando de forma maravilhosa com o passar do tempo, e vimos muitos jogos do estilo, é só ver jogos como Technobabylon, Desert Child ou Gemini Rue.
Ainda tem variações na jogabilidade como algo semelhante a Blackthorne, em que você controla Kaneda passando pela parte dos esgotos enquanto desvia ou luta contra os inimigos, uma fase com visão isométrica que é semelhante a de jogos da época como Shadowrun e até mesmo o que parecia ser uma luta final que usava mecânicas de jogos de luta com uma pancadaria entre Kaneda e Tetsuo.
Infelizmente algo ambicioso assim necessitava um belo de um orçamento e embora o protótipo das fases tenham sido feitos, assim como animação, incluindo a marcante trilha sonora de Akira com aqueles batuques, porém dessa versão 16bits. O projeto também ficou esquecido e com Akira sendo mais cult que pop nos anos 90, a coisa não foi tão falada.
Com o passar dos anos e a vinda da internet, certas obras começaram a ter uma valorização maior, e claro que algo maravilhoso como Akira tinha que emergir de novo, porém coisas oficiais não vinham. Os próprios fãs começaram a fazer coisas maravilhosas como Akira Project e Awaken Akira, além do relançamento da versão definitiva mundial de Akira.
Claro que no meio disso, logo acabou surgindo imagens do jogo abandonado. As pessoas começaram a falar e o negócio deixou os fãs na vontade, afinal de contas algo do meio da década de 90 e que ainda ficou em silêncio por tanto tempo era praticamente impossível de alguém ver. Porém não impossível, não é mesmo?
E 2019 parece ter sido um ano de renascimento para Akira, já que é o ano em que se passa a história. E vimos coisas oficiais como a vinda de Tokyo Reborn e novamente o assunto da versão live action americana. Pra terminar o ano com uma surpresa final, alguém conseguiu uma cópia da versão protótipo de Mega Drive, transformou em rom e tacou na internet!
Como era um projeto inacabado, infelizmente dá pra sentir bem que a coisa mais mostra o potencial do que uma versão jogável e zerável com bugs. Por exemplo a parte inicial da perseguição com motocicletas e um combate de gangues rolando solto acaba mostrando apenas um único personagem que é o que o jogador controla.
Não é a primeira vez que algo assim acontece, anteriormente já vimos a versão de game boy color de Resident Evil colocada na internet e a badalada versão abandonada de Pokemon Gole e Silver, que revelou uma penca de informações para jogadores sobre personagens que deveriam existir no mundo de Pokemon. Enfim, confira o protótipo de Akira:
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