A produção de Toy Story 5 marca uma nova abordagem narrativa dentro da franquia, sendo considerada um reboot pela equipe criativa. O filme é centrado na personagem Jessie, que assume papel de destaque ao tentar reunir os brinquedos espalhados após um acidente aéreo envolvendo múltiplos bonecos Buzz Lightyear. A história explora o impacto da tecnologia moderna na infância, contrapondo os brinquedos tradicionais às novas formas de entretenimento digital. A Pixar mantém seu estilo visual refinado, com atualizações no design dos personagens, como o novo figurino de Woody, que agora inclui um poncho estilizado.
O elenco de personagens retorna com figuras icônicas como Rex, Slinky, Garfinho, Sr. e Sra. Cabeça de Batata (Homem Batata de Toy Story que inclusive marcou a cultura pop de forma independente), além da introdução de novos brinquedos como Snappy (uma câmera fotográfica), Atlas (um hipopótamo falante) e Lilypad, uma vilã em forma de tablet inteligente. Lilypad representa a ameaça tecnológica que desafia a relevância dos brinquedos físicos, trazendo uma atmosfera de tensão e reflexão sobre o futuro da brincadeira. A trilha sonora inclui “Never Tear Us Apart”, da banda INXS, reforçando o tom emocional e nostálgico da narrativa.
Sobre Toy Story
A história do desenvolvimento de Toy Story começou com aquela vontade de testar animação digital, brincar com storytelling simples e criar vida em personagens como Woody, Buzz Lightyear, Rex, Slinky e Trixie. A ideia cresceu num ambiente cheio de debates sobre textura, luz, sombra e como dar emoção pra bonecos de plástico. Um devaneio de 1995 que em um piscar de olhos virou uma franquia de peso que fez fãs vibrarem com coisas como a marca "Toy Story 30º aniversário".
Antes mesmo de virar longa, muita gente da Pixar já experimentava curtas como Tin Toy e Luxo Jr., que mostravam o potencial de animação 3D. Esses testes ajudaram a definir movimentos, rigging, modelagem e até a lógica de expressões que depois seriam usadas em cenas clássicas do quarto do Andy.
Quando o projeto ganhou força, surgiram conversas sobre narrativa, dinâmica de amizade, ciúme, trabalho em equipe e até ritmo de aventura. O time foi ajustando o visual de cada personagem, afinando cor, proporção, textura fosca, brilho e pequenos detalhes que ajudavam a transmitir personalidade, humor e um toque de caos infantil.
A história foi moldada com foco na relação entre Woody e Buzz, usando temas como companheirismo, superação, identidade e aquele contraste entre o cowboy tradicional e o herói espacial cheio de luzes. Cada conversa de roteiro buscava encaixar cenas de ação, perseguição, queda livre e até aquele suspense de quando Sid (Menino malvado do Toy Story) começou a desmontar brinquedos.
O processo envolveu muita discussão sobre cenários, como o quarto do Andy, a casa da mãe do Sid, a lanchonete Pizza Planet e as ruas iluminadas por néon. A equipe estudou movimento de câmera, profundidade, ângulos mais baixos e aquele estilo meio “brinquedo olhando pro mundo gigante” que virou marca da série.
Com o filme pronto, o impacto chamou atenção por causa da combinação de humor, drama leve, amizade e efeitos digitais que fugiam do padrão de animação tradicional. A forma como Buzz acreditava ser um patrulheiro espacial, com frases como “Ao infinito e além”, ajudou a criar um ícone pop ligado à ficção científica, lasers e naves.
O sucesso abriu caminho para Toy Story 2, que expandiu a galeria de personagens com Jessie, Bala no Alvo e o Velho Prospector. Novas técnicas de animação, como simulação de tecidos, sombras suaves e reflexão, ajudaram a criar cenas mais elaboradas, incluindo o resgate no aeroporto, a oficina do Al e o clima emocional da canção da Jessie.
Com Toy Story 3, a equipe buscou esse clima de nostalgia, mostrando o Andy crescendo, o depósito do Sunnyside, Lotso, Big Baby e cenas cheias de drama, fogo, esteira de lixo e até fuga estilo filme de prisão. A produção refinou materiais, simulou poeira, plástico gasto e trouxe transições mais suaves entre momentos sérios e piadas. Introduziu personagens marcantes como o Macaco de Toy Story.
Toy Story 4 trouxe elementos como Gabby Gabby, Duke Caboom e Forky (que fez muitas crianças pirarem com o Boneco Forky de Montar e Funko Pop! Action Figure), explorando temas de propósito, liberdade e mudança. A equipe trabalhou com textura de lã, plástico reciclado, porcelana rachada e até neon do parque de diversões. Tudo isso mantendo o humor e a emoção que marcaram a série de filmes desde o início. E claro, gerando muita grana no cinema, até com itens colecionáveis, como o copo Toy Story Cinemark, ou parcerias crossovers como o Bral Stars Toy Story, que conta com personagens da saga e ainda itens físicos que fazem a criançada pirar, como os tênis Adidas Samba Toy Story.
Ao longo de toda a jornada, nomes como John Lasseter, Pete Docter, Andrew Stanton e Lee Unkrich ajudaram a dar forma a cada etapa. O processo misturou storyboard, concept art, maquetes digitais, voz dos dubladores, trilha do Randy Newman, efeitos de som, correções de cena e várias versões de cada diálogo.
Em um mundo dominado por Mickey Mouse e parecendo não ter espaço para novidades, a franquia virou símbolo de criatividade, combinando técnicas como renderização, simulação e design de personagem com temas de amizade, pertencimento, aventura, brinquedos que ganham vida e aquela sensação de infância eterna. O caminho até Toy Story mostra como ideias pequenas podem virar algo gigante quando cada detalhe recebe carinho.
E o mais curioso é que tudo nasceu desse desejo de testar o 3D, brincar com narrativa de brinquedos e transformar elementos simples em emoções reais. Provavelmente mal imaginariam que chegariam a comemorações como "Toy Story 30 anos" Entre luz, textura, roteiro, dublagem, piadas, cenários e personagens inesquecíveis, Toy Story marcou a animação digital e seguiu crescendo com frescor, coragem e muita imaginação.




