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Adolescentes foram mortos por piratear séries na Coreia do Norte, segundo RFA (Será?)

Quando se pensa na Coreia do Norte, é fácil pensar imediatamente no líder supremo Kim Jong-un e o exército norte-coreano, ou em seus testes com mísseis balísticos e ameaças de guerra com os Estados Unidos, Japão, e mais uma penca de gente. Mas fora toda a treta, existe toda uma cultura entre seus cidadãos e falatórios sobre coisas absurdamente chocantes com seus extremos. Como tudo é fechado, boa parte das informações acabam demorando pra sair. Tanto o lado capitalista quanto o coreano se acusam de falsa propaganda para denegrir a imagem um do outro, o que fica difícil de se colocar a mão no fogo. E uma notícia que chocou o mundo, foi em outubro de 2022 sobre a execução de dois adolescentes por piratearem conteúdo da Coreia do Sul. Será que rolou? Difícil dizer com toda certeza, visto que o país é fechadíssimo e muitos desconfiam das informações que são passadas, então só vivendo lá pra saber, mas vamos a alguns detalhes.

Após o fim da segunda guerra mundial, o mundo se dividiu com a cortina de ferro, mas enquanto isso costumava dividir países capitalistas e socialistas, alguns países como a Alemanha se dividiram em dois (O famoso muro de Berlim). E a Coreia também foi dividida ao meio. Mas com o fim da União Soviética, a Coreia do Norte ficou isolada do mundo inteiro. E ela realmente bloqueou tudo, sendo muito difícil conseguir informações. O livro Para poder viver: A Jornada De Uma Garota Norte-coreana Para A Liberdade, apresenta uma das pessoas que nas eram lá e decidiram registrar tudo, apresentando o mundo norte-coreano (Segundo ela). Por outro lado, esse mini documentário fala sobre horrores que os EUA cometeram no país e como não dá pra saber se algumas coisas são muito exageradas:
Naturalmente isso gera curiosidade imensa sobre toda essa cultura. Muito é falado sobre doações para o país e o nível de miséria. Por exemplo o falatório de que Coreia do Norte proíbe cachorros e a proibição gerou desconfianças dos donos que era pra combater a crise alimentar, com os militares retirando os cães de seus donos e os levando. Afinal, 1,2 milhão de soldados em serviço e 600.000 reservistas são quantos soldados tem a Coreia do Norte, sendo muitas bocas para alimentar e é cultural os restaurantes servirem carne de cachorro, assim como na Coreia do Sul (Apesar de diminuírem o hábito com o passar dos anos).
E esse isolamento cultural acabou sendo muito forte em não dar para o resto do mundo saber de verdade a coisa. O animador canadense Guy Delisle, que tinha sido contratado para trabalhar lá em uma animação no país, acabou sendo banido de lá pra sempre, porque ele lançou a maravilhosa HQ Pyongyang: Uma Viagem à Coreia do Norte, em que apresenta de forma muito humorada a atitude dos habitantes do país em relação a um forasteiro. São apresentadas as situações mais bizarras como idolatração como divindade ao líder supremo, e como contavam histórias absurdas de seus feitos, ou coisas simuladas para turistas verem o local de um jeito diferente.
Então, fora algumas leves tentativas de socialização, como as Copas do mundo de 1966 e de 2010, quando pudemos ver a seleção da Coreia do Norte de futebol em ação, é tudo banido. E em especial coisas da Coreia do Sul, já que a Coreia do Norte sempre quer mostrar sua superioridade e tenta provar como as coisas são melhores do que a terra do K-Pop.

Mas isso não quer dizer que seus cidadãos não queiram se divertir e tenham sede de entretenimento também. Sendo assim, apesar do mundo enorme em que vivemos, com cultura absurda e entretenimento em massa especialmente dos norte-americanos, a Coreia do Sul acaba sendo um baita local mais atraente, já que falam a mesma língua e tem parte da cultura parecida. E tivemos um verdadeiro estouro dessa cultura pelo mundo.
Filmes antigos como Oldboy e a toda a tão aclamada Trilogia da Vingança levaram o povo à loucura, mas ainda de uma forma um tanto isolada, porém chegou a um ponto em que começamos a ver a cultura pop deles estourar de vez com os filmes da Netflix, como Invasão Zumbi, O Hospedeiro e Parasita ganhando atenção internacional com força. E claro, as aclamadas séries da Netflix como Kingdom, Round 6 (Squid Game), All of Us Are Dead e Sweet Home. Sem contar com o estouro do K-Pop e Manhwas que inclusive foram publicados em português como Solo Leveling e Tower of God, desafiando a indústria japonesa dos mangás.

Mas se nós conseguimos nos apaixonar por filmes sul-coreanos e séries sul-coreanas, por que os norte-coreanos não se atrairiam também? Apesar do país ser super limitado no contato com fora e com pouquíssimos tendo acesso à internet, existe o contrabando por lá. Então coisas entram à partir da fronteira com a China. E entre produtos, estão os itens de entretenimento, seja aquelas coisas bizarras, tipo a Varinha do Mal, o brinquedo com uma surpresa satânica, sejam produtos digitais. O governo norte-coreano considera conteúdo estrangeiro como lavagem cerebral do mundo externo, e para evitar isso, proíbe que tenham acesso. Tem algumas entrevistas da Yeonmi Park (Autora do livro que citei o livro no começo da matéria) em que ela fala sobre. Olha:

E obviamente, apesar de não ser um país super gigantesco, ainda é um país, com muita gente e cheio de pessoas e com suas próprias vontades. Não são vários robôs, as pessoas tem seus desejos e o entretenimento é algo que todo mundo tem vontades. Se nós brasileiros vemos coisas como a lista de jogos grátis, e mesmo com centenas de opções já publicadas, ainda bate aquele vazio de "Não tem nada pra jogar", ou se bateu aquele ódio quando High On Life saiu sem legendas em português, ou ainda aquela frustração com a mensagem de adeus dos criadores de 1899, imagina como é não ter NADA.

Acho que uma boa comparação sobre desejos humanos, são as grandes navegações. A humanidade atravessou o mar e descobriu o Novo Mundo em navios gigantes, atrás de especiarias. Tudo só pra sentir um gostinho diferente. Sendo assim, pessoas atrás de entretenimento podem arriscar suas vidas apenas para poder dar um gostinho à vida e se divertir um pouco.
E, segundo o falatório, em outubro de 2022, dois jovens, um de 16 anos e outro de 17 anos, tentavam conseguir algum dinheiro com a venda de pendrives com filmes sul-coreano e doramas, que também são chamadas de K-drama, são basicamente as novelas da Coreia do Sul, apresentando frequentemente histórias de amor. E claro, interessando bastante os locais, já que não precisa saber de outro idioma para entender. Obviamente a coisa tem que ser feita em máximo sigilo.

Segundo os relatos, tanto quem assiste, quanto aqueles que vendem, acabam sendo condenados de formas pesadas. Ou seja, se soldados vão a uma casa e acham um material desse tipo, a pessoa já é condenada, mas podem fazer pressão para saber quem distribuiu. Sendo assim, os vendedores acabam sendo muito mais expostos do que os que compram, pois são muitas bocas para denunciá-los.

A coisa é vista de forma tão grave, que é colocada ao mesmo lado dos criminosos que cometem assassinatos no país. A informação veio da RFA (Radio Free Asia), a mesma citada no pequeno documentário ali atrás, que entrevistou algumas das testemunhas durante a execução, que foi feita na frente da população para ficar como exemplo. Um dos entrevistados comentou: “As autoridades colocaram os estudantes na frente do público, os condenaram à morte e imediatamente atiraram neles”, que também disse que todos os que são pegos com esse material “Serão condenados à pena máxima”. Uma questão levantada é sobre a RFA oferecer Fake News para alimentar o "pesadelo" que se esconde ali, mas por outro lado tem aquela coisa, se é tudo mesmo proibido e existissem execuções, será que os entrevistados dariam nomes e detalhes? Fica difícil dizer.
Também foi comentado que outro morador do lugar falou que existe a possibilidade de sobreviver, no entanto o perdão é muito raro. Nesses casos, são enviados para um centro de trabalho ou o "campo correcional" por 5 anos e os pais da pessoa são enviados juntos. A extensão de penas para parentes servem de incentivo para as pessoas pensarem em seus entes queridos na hora de fazerem algo. E pensar que muitos brasileiros ficaram desesperados quando começaram a receber aquela carta de multa por baixar filmes piratas, então imagina lá?

Triste, né? Ser tão jovem e morrer por ter assistido algo. Mas a Coreia do Norte sempre foi um mistério sobre o que realmente rola lá é complicado confirmar com toda a certeza do mundo, afinal só vivendo para saber o que rola ou não no lugar. Boa parte acaba nos fazendo apenas tentar imaginar. No jogo Homefront, é apresentada uma realidade alternativa onde a Coreia finalmente ataca e domina os EUA, transformando em um caos total o país e você é um dos sobreviventes. É muito difícil achar obras originais de lá. Confiram mais coisas interessantes (e não tão mórbidas) no Blog Nerd Maldito. E você? Acredita que a coisa seja tão extrema lá dentro? Ou acha que é propaganda imperialista? E aqui um vídeo mostrando uma visão oposta da coisa:

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