Apesar da enorme popularidade que O Grito teve quando foi lançado, normalmente ele é muito mais facilmente conectado à franquia O Chamado do que a versão japonesa. E hoje vou falar um pouco sobre origem, que no caso é um tanto curiosa. Enquanto Ringu (Versão japonesa de "O Chamado") teve origem à partir de um filme, Ju-On (Versão japonesa de "O Grito") teve origem em dois curta-metragens pouquíssimos falados e que fazem justiça ao que conhecemos como horror japonês.
Quando falei sobre o Hyaku Monogatari Kaidankai (Aquele jogo japonês das 100 velas que vão sendo apagadas), citei que as histórias de terror acabaram se popularizando com isso e foram surgindo livros focados em contos macabros. Como no mundo todo, o horror é algo naturalmente intrigante e a coisa evoluiu. Com a vinda do cinema, o medo também se adaptou, entrando primeiro de forma tímida nos anos 50 com Contos da Lua Vaga (Ugetsu Monogatari), que foi o primeiro passo para o horror japonês, até nos anos 80 a coisa já estar completamente descontrolada, com Tetsuo.
E claro, nós temos aqueles tão intrigantes contos envolvendo especialmente colegiais e que é representado em animes como Corpse Party a jogos como Death Mark. E claro, no cinema não podiam faltar coisas do tipo e nos anos 90 tivemos não apenas Ringu, mas filmes como Tomie, Parasite Eve e claro... Algo mais à moda antiga, bem no estilo dos livros de terror, as antologias macabras que tanto conhecemos no ocidente, só que em versão oriental.
Uma dessas antologias é Gakkou no Kaidan, que teve início em 1995 e focava em contar histórias de terror escolares, foi feito direto para TV e vídeo, sendo uma obra de baixo orçamento. Em 1996 já recebeu uma sequencia, para em 1997 completar uma trilogia e então em 1998 veio Gakkou no kaidan G, que contava com quatro histórias e entre elas dois curta metragens de Takashi Shimizu que eram meio inexplicáveis, sendo direto ao ponto apenas com seu jeito perturbador.
Katasumi apresenta duas colegiais, Hisayo e Kanna, que estão de férias, no entanto trabalham como voluntárias cuidando dos bichinhos da escola, e assim fazem seu turno de deixar as coisas arrumadas. no entanto após se separarem por um breve instante, algo sinistro se manifesta das sombras e leva o horror para suas vidas.
4444444444 tem esse título estranho porque conta a história de um rapaz, que enquanto pedala pela cidade, acaba notando algo muito estranho, um celular abandonado tocando. Ao pegá-lo, olha no visor e está o número 4444444444. Quando atende, ninguém fala do outro lado, há apenas ruídos estranhos e o som de algo que parece ser um gato.
Ambos os curtas são apresentados de uma maneira muito direto ao ponto e lembra um bocado o estilo do Junji Ito de contar história. Não há uma grande explicação sobre o motivo de ter acontecido, é apenas algo que apresenta pessoas comuns que estavam no lugar errado. Aliás, desconfio plenamente que Takashi Shimizu seja fã e tenha se inspirado nesse mangaká para criar esse conceito, pois ele dirigiu Tomie: Re-Birth em 2001, que é a quarta adaptação live action do bizarro mangá Tomie, que é do Junji Ito.
Achei ambos bem decentes, um se dedicando à Kayako e outro se dedicando ao Toshio, mas sem nomes ainda, apenas aquele visual da pele branca bizarra e a forma de se movimentar esquisitíssima da Kayako. Isso acaba dando aquele climinha de pérola que faz os fãs pirarem quando descobrem a existência da coisa. Algo curioso é que a atriz Takako Fuji, interpretou a Kayako Saeki já nesse curta, depois em todos os filmes, incluindo os americanos até 2006 com O Grito 2, totalizando sete obras em que ela encarnou a personagem.
São obras de baixo orçamento mesmo, Katasumi é gravado em um canto de uma escola, enquanto 4444444444 é no meio da rua. A grana gasta certamente foi mais na maquiagem das assombrações do que em qualquer outra coisa. Apesar de tudo a atmosfera é maravilhosa, pois tinha tudo pra ser super trash, mas não é. Os personagens não fazem aquelas atuações esculhambadas de gritaria e mexeção de braços, e a fotografia é bonita, especialmente em 4444444444 que conta com uma ventania que cai muito bem.
Enfim, aí estão duas opções de diversão rapidinha apresentando Yūrei , espíritos japoneses e que acho que vale muito a pena tirar um tempinho para dar uma conferida na coisa. The Grudge não é a primeira franquia que faz isso, há vários filmes famosos que vieram de curtas. Exemplos são SAW, que originou jogos mortais e Tetra Vaal, que deu origem a Chappie. E certamente muitos outros conceitos interessantes surgiram de ideias pequenas. Fico imaginando se o autor ao menos sonhou que esses pequenos curtas iriam gerar uma franquia, passar por bons momentos e chegar a bagaceiras como Sadako vs Kayako.
Ambos os curtas são apresentados de uma maneira muito direto ao ponto e lembra um bocado o estilo do Junji Ito de contar história. Não há uma grande explicação sobre o motivo de ter acontecido, é apenas algo que apresenta pessoas comuns que estavam no lugar errado. Aliás, desconfio plenamente que Takashi Shimizu seja fã e tenha se inspirado nesse mangaká para criar esse conceito, pois ele dirigiu Tomie: Re-Birth em 2001, que é a quarta adaptação live action do bizarro mangá Tomie, que é do Junji Ito.
Achei ambos bem decentes, um se dedicando à Kayako e outro se dedicando ao Toshio, mas sem nomes ainda, apenas aquele visual da pele branca bizarra e a forma de se movimentar esquisitíssima da Kayako. Isso acaba dando aquele climinha de pérola que faz os fãs pirarem quando descobrem a existência da coisa. Algo curioso é que a atriz Takako Fuji, interpretou a Kayako Saeki já nesse curta, depois em todos os filmes, incluindo os americanos até 2006 com O Grito 2, totalizando sete obras em que ela encarnou a personagem.
São obras de baixo orçamento mesmo, Katasumi é gravado em um canto de uma escola, enquanto 4444444444 é no meio da rua. A grana gasta certamente foi mais na maquiagem das assombrações do que em qualquer outra coisa. Apesar de tudo a atmosfera é maravilhosa, pois tinha tudo pra ser super trash, mas não é. Os personagens não fazem aquelas atuações esculhambadas de gritaria e mexeção de braços, e a fotografia é bonita, especialmente em 4444444444 que conta com uma ventania que cai muito bem.
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