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Devilman Crybaby | Esse aqui pode perturbar uma galera...

Hoje vou falar sobre um anime que definitivamente estava na minha lista de coisas para NÃO assistir, mas já que uma leitora pediu de uma forma convincente, decidi dar uma olhada e com certeza é uma obra que tem seus momentos. Esse é daqueles animes nem um pouco saudáveis que deixam pais chocados ao verem filhos assistindo, mas que não é de todo sombrio.



Akira Fudo é um jovem estudante tímido e chorão que acaba passando por uma mudança traumática em sua vida. É transformado em um demônio, mas mantém o coração de um humano, porém descobre que muitos outros estão por aí e esses cometem as mais variadas barbaridades, tendo como objetivo destruir toda a humanidade.

A história inicial é meio assim né? Bobinha... E a forma como ela é apresentada, torna a coisa ainda mais boba, isso porque não tem isso de motivo ou algo assim, os personagens simplesmente vão fazendo as coisas. É tipo "Ah, nós vamos caçar demônios? Bom, então tá, vamos lá!". No entanto o que acaba encantando é o rumo que as coisas vão tomando, desse início bobo e até surreal até algo cada vez mais pesado e com um final ousado e repentino que parece ter vindo de um daqueles animes pesadões macabros dos anos 80/90 tipo Zeorymer.

Mas bom, como falei, eu não tinha a mínima vontade de assistir esse anime, quando a Netflix anunciou eu só pensei "Tanto faz...", e olha que gostei demais de outros animes com o selo da empresa, como Ajin e especialmente Knights of Sidonia. Mas Devilman é uma obra que torci o nariz na hora porque já tenho uma história com a coisa.

Aliás, me surpreendeu o fato de que ninguém conhecia a coisa, eu imaginei que seria algo super popular já que Devilman tem uma penca de produtos, mas o jeito que o povo começou falar foi "Você viu? Saiu um anime novo aí da Netflix... Devilman alguma coisa". Então acho que é um personagem bem menos popular do que deveria ser, e que fui eu que tive o azar de conhecê-lo na época errada.

O negócio é que no meio da década de 2000, um amigo meu e eu estávamos frenéticos assistindo filmes de terror orientais, e assim saíamos loucos atrás de qualquer coisa. Qualquer coisa parecida com O Chamado ou O Grito já entrava pra lista, foi assim que conhecemos filmes como o maravilhoso Uzumaki.

Para nosso azar, descobrimos que nem todo terror japonês era bom, muito pelo contrário, a tendência era a ser só o bagaço. No meio da procura surgiu "Devilman", que parecia ser um terrorzão do mal, afinal olha o nome né? E a experiência foi uma desgraça, pra terem uma ideia, até ficávamos brincando "Por que é que eu tive que assistir Devilman?", afinal aquele ali foi ruim com força.

Hoje em dia sei bem que o filme apenas seguia a tendência de adaptações live action japonês, ou seja, ser uma desgraça (Salvo algumas obras maravilhosas como a adaptação de Samurai X). Mas no geral adaptações de anime simplesmente parecem não ter muito esforço e o foco é mais em efeitos especiais toscos do que em história ou atuação.

Porém como falei, eu não tinha ideia, então simplesmente peguei aversão ao nome Devilman e me passou a representar tosqueira. Com o passar do tempo nem me toquei de que poderia ter vindo de uma franquia realmente boa. Portanto quando chegou o anime da Netflix, só pude pensar "Mais uma
obra direto do universo trash!".

Acabei indo assistir graças ao pedido e tive algumas surpresas, pra falar a verdade é um anime que acho que tinha potencial para ser épico, mas que é afetado pela felicidade de obras japonesas, no entanto dessa vez creio que foi algo que acabou combinando com a coisa de certa maneira. Não me agradou a forma caricata de alguns personagens, mas observando a obra como um todo, é notável que parece se encaixar.

Mas para deixar as coisas mais claras, é o seguinte, eu detesto anime sério com personagens que se distorcem, bocão, olhão, gritaria, movimentos exagerados, poses, piadinhas toscas, personagens que caem no chão quando algo chocante acontece, falar do poder da amizade e do amor. Em animes felizinhos entendo isso, agora pegar algo sério e tacar esse tipo de coisa faz perder uma pontuação imensa no meu julgamento, salvo se for algo raro de acontecer.

E em Devilman essas coisas são bem comuns, porém não adicionaram só por adicionar, a coisa inteira foi moldada desse jeito, é como Æon Flux, o design do anime é muito feio, existe até uma certa beleza na coisa porque é o tipo de feiura constante, personagens distorcidos, cenas distorcidas. É como se tudo fosse feito de massa de modelar, não é aquela coisa "dura", você nota isso especialmente nas cenas de ação com braços e pernas desproporcionais.

Então esse jeito "gelatinoso" dos personagens acaba fazendo combinar de certa forma com o jeito de agir distorcido das pessoas. É como se fosse um anime meio abstrato, não sei explicar bem, mas acho que caiu bem com a coisa. Deu uma certa personalidade bem própria, parece que visualmente fez exatamente o contrário de animes como Fate/Zero, que focam na beleza.

Esse anime me lembrou detalhes de vários outros de forma positiva, inclusive cheguei a dar uma procurada no estúdio, pois inicialmente pensei que era do mesmo estúdio de Blood C, que também tem um certo grau de distorção e o nível de brutalidade é bastante absurdo. Mas não era, apenas é algo que tem muito da essência de coisas já vistas.

Hoje em dia é notável que animes estão mais suaves, há mais censura, um cuidado maior para não colocar coisas chocantes, mas esse aqui tem uma baita de uma cara que foi feito nos anos 90, com personagens falando coisas macabras e situações que podem ser realmente muito perturbadoras para algumas pessoas, além de um alto nível de sensualidade com sexo acontecendo frequentemente.

Um anime que achei muito parecido foi Speed Grapher, com um clima noturno e pessoas que eram humanas, mas acabaram se tornando criaturas e aproveitando isso para satisfazer seus desejos mais bizarros. Praticamente todo o anime tem esse tom, com um personagem vagando por aí e encontrando essa gente.

Felizmente é um anime que evolui bastante, tendo apenas 10 episódios e sem enrolação, portanto a coisa começa de um jeito mais padrãozinho, mas a partir do segundo episódio já se torna algo mais sombrio, até que chega a um nível macabro que eu não via há muito tempo, se assemelhando a Genocyber. Sabem aquela sensação amarga? De algo realmente ruim? Bom, é isso que esse anime deixa, algo como "Nossa... Que coisa mais perturbadora".

Enfim, eu só não considero um dos melhores animes que já vi porque não consigo absorver tão bem a distorção da coisa, acho que criei uma repulsa grande demais pra isso. No entanto é notável que ficou bom, caiu bem. Acho que para aqueles que curtem animes que não tem um final clichê de sempre, certamente vão usufruir pra caramba.

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