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The Kindeman Remedy | O mais blasfemo, diabólico e insano jogo de administração

A ciência e o horror são duas coisas que facilmente podem ser colocadas juntas. Mesmo obras muito antigas, como Grandes Contos, apresentam frequentemente o horror cósmico usando pessoas a favor da ciência. O próprio Junji Ito já ganhou um prêmio com uma obra envolvendo experimentos humanos. E o pior de tudo nesse tipo de obra, é que quando vamos olhar o mundo real, vemos o pesadelo que isso pode gerar de verdade. Quem não ficou chocado como a Coleção "Medicina Macabra"? Que apresenta charlatões e crendice dos tempos antigos. E hoje, vou falar sobre um jogo que trata exatamente desse tema delicado e com certeza não é adequado para todos os públicos.
 
A história te coloca no papel do Doutor Carl Kindeman, um verdadeiro gênio. No entanto, a sua falta de escrúpulos, ao usar cobaias humanas, o fez perder completamente a credibilidade e o impediu de crescer na carreira. Sem ser aceito mais em lugar algum, o único emprego que conseguiu, foi em uma prisão de segurança máxima. Mas, para a sua sorte, a freira do lugar pensa parecido, tudo "Em nome do senhor", para melhorar essas almas. E assim, começa a ajudá-lo a conseguir prisioneiros para fazer testes e mandá-los para o paraíso.
Estão vendo essa simpática imagem acima? Ela é a primeira coisa que você vê no jogo. E, inclusive, o subtítulo dessa postagem, "O mais blasfemo, diabólico e insano jogo de administração", não fui eu que inventei. É realmente algo que aparece na página da Steam para descrever do que exatamente se trata a obra. Claro que imaginei que era um marketing exagerado pra chamar a atenção, afinal de contas, convenhamos, né? Morte, sangue, tortura, quem é que nunca viu isso em games?

No entanto, jogando no Twitch do Nerd Maldito, logo percebi que era bom andar na linha enquanto jogava isso. Porque lá tem políticas de que você até pode mostrar certas coisas, mas não pode endossar, tipo cenas de nudismo. E no caso, enquanto estava fazendo um procedimento para "tratar" um infeliz, e apareceu primeiro a opção de qual ferramenta usar (tipo martelo e serrote), eu não achei nada de mais. Mas quando fui ver as partes do corpo, e vi "genitália", é que fiquei ligado que os caras não se seguraram.
Já vi alguns jogos de administração do mal antes, mas normalmente eles são tão imersos no humor, que ficam mais pra descontraídos. Tipo Cult of the Lamb, que você faz uma comunidade de cultistas fofos; Hell Architect que você vira um demônio administrador do inferno pra torturar as almas; MachiaVillain, que você cria uma mansão assombrada pra atrair pessoas e fazer uma bagaceira ou Constructor, que você constrói cidades, mas pode mandar uns bandidos irem roubar material de construção da cidade vizinha ou só infernizar a vida deles mesmo.

Não é que não tenha humor, visto que a proposta por si só é uma verdadeira bagaceira. E os próprios personagens acabam soltando algo hilário, como o desenvolvimento romântico, da freira muito afim e do doutor tentando se segurar. Mas não é aquele tipo de coisa que tem um foco enorme no humor como os que mencionei, é mais para uma consequência.
A jogabilidade te coloca no papel dos dois personagens ao mesmo tempo. E tem suas semelhanças com Neighbours From Hell, onde você corre contra o tempo para tentar fazer as coisas. Mas enquanto lá, você tenta manter a audiência das pessoas assistindo você infernizar a casa do seu vizinho, aqui você corre contra o passar dos dias, tentando fazer certas coisas em meio a eventos que tem hora pra acabar.

Então o que temos aqui é o dia a dia de uma prisão, onde os presidiários precisam ser tratados pelo médico do lugar e pela irmã. É necessário fazer um bom trabalho, mantendo um padrão de cura, para não desconfiarem. Mas, ao mesmo tempo, fazendo propositalmente com que alguns morram para poder estudar os cadáveres, e também subornando funcionários para conseguir alguns vivos e assim fazer testes cabulosos.
Ao fazer um bom trabalho, você vai ganhando verba para comprar equipamentos melhores e assim facilitar sua vida. Tem coisas que você vai ter que fazer manualmente no começo, mas que depois vão ficando automatizadas ou mais rápidas, não sendo necessário ter tanta correria. Diariamente vão ter presos doentes, e enquanto você prepara doses de remédios variados com o médico, a irmã vai tratar de envenená-los, escolhendo a quantidade certa, dependendo de como estiver o nível de credibilidade dos dois. Se estiver alto, então dá pra matar mais gente sem desconfiança, se estiver baixo, é melhor parar um pouco pra subir o nível.

Os dias passam, e tem momentos certos onde as coisas acontecem. Por exemplo, quando vão acontecer execuções. Você pode primeiro analisar o prisioneiro e lhe aplicar uma dose, afirmando que é para diminuir a dor. Mas, na verdade, ela serve para diminuir os batimentos cardíacos, porém manter a pessoa viva. Durante a execução, você é chamado para ver o corpo e dizer se continua vivo ou não. Você pode dizer que não, e assim conseguir ele vivo para fazer procedimentos.
O game segue nesse ritmo, sendo um pouco uma mistura entre um jogo de administração e algo mais frenético. Não chega a ser um Vampire Hunters da vida, com algo agitadíssimo, ou um The Legend of Tianding, com algo como combate. Mas é o tipo de jogo que você sente uma certa pressão. E isso pode ser tanto bom, por variar um pouco, quanto ruim, assustando fãs mais tradicionais do gênero. Eu vi como algo diferente, não me impressionou e achei viciante, mas a proposta é tão interessante, que acho que causa uma impressão única.

Enfim, enquanto temos jogos puramente admiráveis, saudáveis e puros, como KarmaZoo, capaz de mexer com o coração de alguém, também se tem o contrário. Eu não diria que esse é um jogo muito saudável, mas também não é aquela chuva de gore forçado o tempo todo. Parece estar na medida certa e o que acaba perturbando mesmo são as ideias apresentadas. É um jogo que achei bacana como passatempo, mas não é um indie monstruosamente viciante como Dredge ou algo assim.
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Sobre Cientistas Loucos

Na vastidão da cultura pop, um estereótipo icônico e recorrente é o do "cientista louco". A imagem do cientista desequilibrado, imerso em experimentos perigosos e desprovido de ética, permeia inúmeras obras e influência a percepção pública sobre a ciência e seus praticantes. Este estereótipo, moldado ao longo do tempo por uma miríade de representações na literatura, cinema, televisão e outras formas de mídia, ecoa até os dias atuais, deixando uma marca indelével na imaginação coletiva.

Um dos marcos fundamentais na consolidação desse estereótipo remonta a "Frankenstein" de Mary Shelley. Publicado em 1818, o romance apresenta o Dr. Victor Frankenstein, um cientista obcecado com a criação da vida, mas cujas ambições o levam à beira da insanidade. Esse arquétipo do cientista que ultrapassa limites éticos em sua busca pelo conhecimento é um tema que ressoa em várias obras subsequentes.

Outro exemplo icônico é o Dr. Jekyll e Mr. Hyde, de "O Médico e o Monstro" de Robert Louis Stevenson. A dualidade entre o respeitável Dr. Jekyll e o incontrolável Mr. Hyde ilustra a luta entre a razão e os impulsos primitivos, uma reflexão sobre os perigos da experimentação sem restrições éticas.

No universo cinematográfico, obras como "Metropolis" (1927) de Fritz Lang, introduzem cientistas visionários, porém desequilibrados, como o criador do robô Maria. Esse filme moldou a estética distópica de cientistas que buscam manipular e controlar a humanidade, uma temática retomada em diversas produções futuras.

Na televisão, séries como "Breaking Bad" apresentam um professor de química, Walter White, que se transforma em um anti-herói ao mergulhar no mundo do tráfico de drogas. Esse retrato contemporâneo de um homem comum se tornando um "cientista do mal" ressoou profundamente na cultura pop moderna.

Não podemos deixar de mencionar obras mais recentes, como "Rick and Morty", uma animação que satiriza o estereótipo do cientista louco por meio das aventuras caóticas do cientista alcoólatra e brilhante Rick Sanchez, subvertendo a ideia com humor e irreverência.

Apesar de sua popularidade, o estereótipo do cientista louco não representa fielmente a comunidade científica. Na realidade, os cientistas são indivíduos dedicados à busca do conhecimento, comprometidos com rigorosos padrões éticos e procedimentos científicos sólidos.

No entanto, é inegável que esse estereótipo persiste, talvez porque ofereça um terreno fértil para narrativas cativantes. As obras mencionadas e muitas outras desempenharam um papel crucial na construção e perpetuação desse arquétipo na cultura popular, influenciando a percepção coletiva sobre cientistas e sua busca pelo desconhecido. É importante, contudo, reconhecer que a realidade da ciência é muito mais complexa, desafiadora e ética do que o retrato simplificado e muitas vezes distorcido apresentado por essas narrativas ficcionais.

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