Quando Carmilla foi lançado, aquele conto marcou um padrão para vampiros modernos, mas foi aquela gritante edição amarela de Drácula que popularizou essas criaturas. Mas apesar disso, foram seres que evoluíram através dos tempos na cultura pop, indo desde obras psicológicas de deixar qualquer um boquiaberto, como o inusitado apocalipse vampírico apresentado no livro de Eu Sou a Lenda, até vampiros completamente diferentes do esperado. E o universo de Vampire Hunters te coloca como um caçador dessas criaturas das trevas em sua visão própria.

A história é muito simples... Você é um caçador de vampiros profissional. Mas para enfrentar as hordas de criaturas das trevas, algo discreto é impossível. O resultado é usar a sua habilidade de usar mãos sobrenaturais para segurar muito mais armas do que uma pessoa normal conseguiria, empunhando uma quantidade absurda e causando um estrago mais absurdo ainda.

Tenho que assumir que a princípio eu não pretendia jogar esse jogo porque achei visualmente poluído demais e também parecia muito frenético. Não imaginei que eu fosse gostar, mas por outro lado eu tenho uma tendência enorme a querer jogar jogos brasileiros. E a Gamecraft Studios é uma desenvolvedora que atua em Belo Horizonte, Minas Gerais. Mas ainda assim, a princípio acabei só olhando e deixando pra lá porque o medo de não gostar foi maior.

No entanto, quando recebi uma oferta da desenvolvedora em que ela descrevia o jogo como uma mistura de Doom e do tão bem falado Vampire Survivors (Que eu nunca joguei), acabei não resistindo e decidi dar uma conferida pra ver se acabava gostando. Se não gostasse, no mínimo iria experimentar outra obra nacional e já seria alguma coisa.

Logo de cara notei que o jogo não tinha português como opção, o que foi uma pena, visto que não apenas games grandes como Lords of the Fallen, ou do survival The Lord of the Rings: Return to Moria, foram traduzidos para nosso idioma, mas também jogos indie como The Legend of Tianding, que é Taiwanês, e mesmo assim tem legendas em português. Por outro lado, joguei no acesso antecipado, então pode ser que isso mude.

O jogo é bem direto ao ponto, e o que temos aqui é uma obra pura do gênero roguelite. Sendo assim, é daqueles jogos que você está destinado a morrer várias vezes, mas que a cada morte, vai juntando experiência para ficar mais forte e na próxima partida, ser muito mais fácil, já que você vai dar mais dano, ser mais rápido, ter mais armadura, conseguir experiência mais rapidamente e assim vai. Dessa forma acaba sendo uma experiência que, mesmo simples, é viciante.

Você começa escolhendo o mapa, e vantagens que chamam de "Constelações", que você vai destravando na medida em que cumpre objetivos. Também pode escolher a arma inicial, sendo que ela ganha nível na medida em que você usa e se torna mais poderosa, tipo o que temos no maravilhoso Witchfire, o que vai fazer ficar mais empolgante.

Durante as partidas, vão aparecendo cada vez mais inimigos, tendo permanentemente uma multidão. Às vezes caem orbes que dão experiência e você pode escolher uma das opções aleatórias. Pode ser uma arma nova, uma habilidade passiva, uma vantagem, um upgrade pra algo que já tem equipado e assim vai. Não demora muito pra evoluir e logo você vê um dano cabuloso sendo aplicado, mas cada vez mais surgem inimigos ainda mais fortes.

Para quem não gosta de ambientes poluídos, vai ficar louco nesse jogo, pois enche muito de inimigos. Além do mais, a coisa não se resume aos seus adversários, já que a própria tela enche de arma. Na medida em que você vai pegando novas armas, você não seleciona o que quer usar, tudo fica equipado simultaneamente, e vai enchendo as laterais da tela, com um monte de "mãos fantasmas" segurando.

E em relação aos gráficos em si, tem um estilo de jogos antigos. A parte boa disso é que acaba sendo um game leve e divertido para se passar o tempo, sem exigir computadores muito tunados. E para quem gosta do charme de gráficos velhos, também pode se sentir em casa. No entanto se você é do tipo que se atrai por algo bem realista, talvez não se atraia muito.

Enfim, é um jogo bem divertido e para passar o tempo, não é algo surreal de diferenciado, mas usa uma mecânica feita exatamente para viciar quem jogar e certamente consegue cumprir muito bem o papel de jogo com partidas rápidas para manter instalado e dar uma jogada na hora do tédio. Tenho certeza que muitos de vocês vão gostar bastante.

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Sobre Roguelikes

Os videogames são um meio incrivelmente diversificado, e ao longo das décadas, vimos o surgimento de inúmeros gêneros que desafiam a criatividade dos desenvolvedores e cativam os corações dos jogadores. Um desses gêneros, o "roguelike," é conhecido por sua natureza desafiadora, mecânicas únicas e uma experiência de jogo que nunca é a mesma duas vezes. Vamos explorar o gênero de games roguelike, suas origens, características marcantes e seu impacto duradouro na indústria de videogames.

As Origens dos Roguelikes

O termo "roguelike" tem suas raízes no jogo "Rogue", que foi lançado pela primeira vez em 1980. O "Rogue" era um jogo de masmorra com elementos de RPG, no qual os jogadores exploravam masmorras geradas proceduralmente, enfrentavam inimigos, coletavam itens e tentavam chegar o mais longe possível antes de morrer. O que diferenciava "Rogue" de muitos outros jogos da época era a morte permanente do personagem. Uma vez morto, o jogador teria que começar do zero.

Este aspecto de morte permanente tornou-se uma característica definidora do gênero roguelike. Os jogos roguelike frequentemente apresentam um alto nível de dificuldade, punindo os jogadores por erros e promovendo a aprendizagem através da tentativa e erro.

Características Marcantes dos Roguelikes

Os roguelikes compartilham várias características distintas que definem o gênero:

Proceduralidade

Uma das características mais marcantes dos roguelikes é a geração procedural de conteúdo. Masmorras, mapas, inimigos e itens são gerados aleatoriamente a cada partida, garantindo que cada experiência seja única. Isso adiciona um elemento de surpresa e desafio constante.

Morte Permanente

A morte permanente ou permadeath é uma característica fundamental dos roguelikes. Quando o personagem do jogador morre, não há ressurreição ou continue. O jogador deve recomeçar a partir do início. Essa mecânica incentiva a cautela e a estratégia, uma vez que as consequências das ações são significativas.

Complexidade Tática

Roguelikes frequentemente incorporam elementos de jogos de RPG, como habilidades, classes de personagens, equipamentos e gerenciamento de recursos. Os jogadores devem tomar decisões táticas importantes, como escolher quais itens usar e quais inimigos enfrentar, tornando a jogabilidade rica e estratégica.

Progressão e Desbloqueáveis

Apesar da morte permanente, muitos roguelikes permitem que os jogadores desbloqueiem itens, personagens ou habilidades permanentes à medida que avançam. Isso adiciona um elemento de progressão a longo prazo, incentivando os jogadores a continuar tentando.

Exemplos Notáveis de Roguelikes

Ao longo dos anos, o gênero roguelike evoluiu e se diversificou, levando a inúmeras variações e subgêneros. Alguns exemplos notáveis de roguelikes e seus subgêneros incluem:

Roguelite: Jogos como "The Binding of Isaac" e "Enter the Gungeon" mantêm muitas das características dos roguelikes tradicionais, mas oferecem uma progressão mais amigável ao jogador, permitindo que os jogadores desbloqueiem permanentemente itens e personagens.
Roguelike de Ação: Exemplos incluem "Dead Cells" e "Hades", que combinam ação intensa com elementos roguelike, criando uma experiência de jogo empolgante.
Roguelike de Sobrevivência: Jogos como "Don't Starve" e "This War of Mine" incorporam elementos de sobrevivência em ambientes hostis, adicionando outra camada de desafio à fórmula roguelike.
Roguelike de Estratégia: Títulos como "FTL: Faster Than Light" e "Into the Breach" combinam estratégia profunda com as características roguelike, oferecendo experiências envolventes e desafiadoras.

O Impacto Duradouro dos Roguelikes

Os roguelikes têm tido um impacto duradouro na indústria de videogames. Sua abordagem única à morte permanente e à geração procedural de conteúdo inspirou muitos desenvolvedores a explorar novas ideias e mecânicas de jogo. Além disso, a popularidade dos roguelikes tem se traduzido em uma comunidade de jogadores ativa e dedicada, que adora os desafios e a imprevisibilidade desses jogos.

Como resultado, os roguelikes continuam a ser uma parte importante do cenário de jogos, e novos títulos continuam a ser lançados regularmente, cada um trazendo sua própria interpretação única do gênero.

Os roguelikes são uma categoria de jogos que se destaca por sua dificuldade, morte permanente e geração procedural de conteúdo. Com raízes que remontam ao jogo "Rogue" de 1980, o gênero evoluiu e se ramificou, dando origem a subgêneros como roguelites, roguelikes de ação e muito mais. Com seu impacto duradouro na indústria de videogames, os roguelikes continuam a oferecer experiências desafiadoras e únicas que cativam jogadores em todo o mundo. Se você ainda não experimentou um roguelike, está perdendo uma das experiências mais envolventes que a indústria de jogos tem a oferecer.