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Prey | Baita jogo de ficção científica com imensa liberdade

Somos apenas um pequeno planeta e sabemos muito bem que o universo é um lugar cheio de mistérios e pode ter de tudo lá fora. É simplesmente grande demais para a vida existir em apenas um planeta. E claro, isso dá asas às nossa imaginação, e é sempre maravilhoso ver a ficção científica espacial sendo usada de forma elegante. Prey é um ótimo exemplo disso!

Você assume o controle de Morgan Yu, cientista que descobre que sua vida é uma farsa. Seu dia-a-dia, a empresa em que trabalha, as coisas que faz, as pessoas que conhece, tudo é uma farsa. Você não está na terra, mas sim em uma estação espacial gigantesca chamada Talos I, mas ironicamente o que te libertou como cobaia foi exatamente o que você terá que enfrentar, uma mortal força alienígena que domina o lugar.

Esse jogo inicialmente era pra ter sido Prey 2, que daria sequencia ao final aberto do maravilhoso Prey de 2006, e o jogo recebeu muitas complicações, mas teve um belo de um investimento, inclusive recebeu um marketing cabuloso. Um exemplo é o curta metragem live action com clima de filme de terror. A ideia era absurdamente ambiciosa, e a Bethesa aparentemente queria fazer com Prey o que fez com Fallout, que foi comprar a franquia e investir pesado para popularizar pra caramba e assim um jogo linear ganharia mundo aberto.

Após boatos e mais boatos, Prey 2 foi cancelado e a empresa decidiu fazer algo diferente, um reboot da coisa. No entanto mudaram tanto, que a única coisa que sobrou foi ser em uma nave no espaço com aliens, de resto não tem nada a ver com Prey, o que sinceramente é uma pena e um desperdício ao mesmo tempo.

Eu nem ao menos entendo o sentido disso, quero dizer... O primeiro Prey parecia uma mistura de Portal e Doom, já o segundo tá muito mais para Rogue Operatives com Control, ou indo mais direto ao ponto, parece mais com uma versão de Bioshock no espaço e sem ser Dieselpunk, podendo facilmente fazer a pessoa ter a sensação de jogos como Half Life e System Shock 2.

Ou seja, a Bethesda comprou a franquia, mas simplesmente não a usou, muito pelo contrário, a destruiu, afinal de contas ela poderia colocar qualquer nome nesse jogo e não teria como relacioná-lo a Prey. É muitíssimo mais fácil pensar em um Bioshock e por mais que não seja dieselpunk, até o visual da Talos I é à moda antiga, pois na história, vários artistas foram contratados para criar um visual que estressasse pouco os tripulantes, e assim ficou um estilo rústico, então vai entender né?

Esse também foi o jogo que fez surgir um barraco que queimou um pouco o filme da Bethesda, pois ela obrigou a desenvolvedora de Prey for the Gods, a mudar seu jogo de nome, pois não queria que as pessoas achassem que tivesse algo relacionado a Prey, e a pequena desenvolvedora indie acabou mudando, o que revoltou a comunidade.

Mas fora decisões bizarras e escândalos, tá aí uma baita de uma obra peculiar. Um jogo maravilhoso que por algum motivo foi deixado de lado. Mesmo sendo de uma grande desenvolvedora, mesmo tendo ótimas notas na steam, simplesmente é um jogo que o povo aparentemente não quis falar muito sobre, mas que merecia demais.

Aqui você tem uma gigantesca nave com tudo quanto é tipo de coisa, desde dormitórios, cinemas e cantinas, até escritórios e laboratórios. No entanto o lugar está um caos, uma raça chamada Typhon, que era estudada, saiu do controle e matou praticamente toda a tripulação, fazendo com que humanos tenham que se esconder e os mais variados  tipos de horrores passem a vagar pelo lugar.

Apesar de não ser gigantesca a variação de inimigos, existe uma boa quantidade e eles são interessantes. O destaque especial vai para os mímicos, que são inimigos que se disfarçam de objetos e você pode só descobrir quando estiver pegando e ver um monte de tentáculos em sua direção. Isso naturalmente gera uma baita paranoia.

Mas existem outros inimigos com características curiosas, como os poltergeists, que são invisíveis e fazem sussurros de pessoas, além de te atacarem com objetos de forma violenta. Ou "Pesadelo", que é um inimigo surrealmente gigante e que é capaz de gerar pânico quando chega em portas e se abaixa para se enfiar e te perseguir insanamente. Ele é tipo o Mr X de Resident Evil 2, e quando ele surge é bem implacável, aí você escolhe, se esconder até ele ir embora ou lutar.

O jogo é lotado de objetos pra todo lado, prateleiras cheias, e no meio dos combates, as coisas são frenéticas com itens voando sem parar. É possível pegar praticamente qualquer coisa do jogo, algumas são para você usar, outras você pode tacar nos inimigos na hora do desespero, ou mesmo empilhar para chegar a certos lugares.

A liberdade do jogo é fenomenal, você tem uma imensa árvore de habilidades que vem do que chamam de "Neuromods" e podem te adicionar conhecimentos automaticamente. Alguns são relacionados a armas, já outros a atributos físicos, enquanto um terceiro grupo te dá poderes psíquicos dos Typhon.

No início eu não percebi o nível de liberdade que as habilidades do jogo te dão, especialmente com uma arma chamada "Goo", que lança um tipo de bola de massa que enrijece assim que atinge algo, te permitindo congelar inimigos temporariamente, mas também criar um monte de degraus e subir pela parede.

Então se você acha um elevador desativado, você pode procurar a senha pra ativar ele, pode hackear ele e ativá-lo, pode usar a arma goo e escalar até em cima, procurar um atalho escondido ou pode usar suas habilidades no parkour e subir de alguma forma. Nesse jogo se você vê um lugar, você pode acessar ele.

Infelizmente demorei demais pra perceber isso e quando um inimigo me via, muitas vezes eu chegava até um lugar cheio de arbusto e entrava em desespero, pois era como se tivesse chegado ao fim do lugar, enquanto na verdade, eu podia pular por cima e me mandar, pois a liberdade de Prey é simplesmente incrível e eu nem falo apenas de escalar, por exemplo, você pode usar a habilidade de virar um objeto bem pequeno e atravessar pequenas brechas pra ter acesso a certos lugares.

As armas do jogo também podem receber atualizações e embora não sejam muitas armas, dá pra deixá-las bastante tunadas. Qualquer objeto que se mexa no jogo pode ser reciclado, e por isso você pode sair vasculhando o lixo atrás de coisas inúteis como casca de banana, pois se colocar tudo em uma máquina chamada reciclador, você tem matéria prima pra construir de tudo, desde armas e munição até neuromods e kits médicos.

É possível usar as armas de formas mais inteligentes também, por exemplo lançar uma armadilha de Typhon pra chamálos para um lugar com algo explosivo, e então dar um tiro. Ou hackeando torretas para trabalharem a seu favor e posicioná-las em pontos estratégicos para atirarem nos inimigos enquanto você passa no stealth por um lugar.

Enquanto vaga pelo mundo, vai encontrando diversos tipos de personagens e eles geram uma experiência verdadeiramente RPG, pois suas decisões afetam mesmo as coisas e certos personagens podem morrer. Por exemplo, certa vez uma moça falou que precisava dos remédios dela, eu ignorei e tempos depois apareceu escrito que ela tinha falecido. Depois disso fiquei atento.

Chega um momento do jogo, por exemplo, que uma pessoa te ameaça e diz que um grupo inteiro irá ficar sem ar muito em breve. O resultado foi eu saindo correndo por metade da nave, consultando o mapa como nunca tinha consultado antes, passando em disparada por inimigos e hackeando drones adoidadamente para lutarem a meu favor ao invés de me atacar.  O jogo também tem múltiplos finais (Que não são tão empolgantes os que fiz, mas cada personagem salvo ou morto muda uma coisinha).

O visual do jogo é bonito pra caramba, em uma nave com visual rústico e com a física presente nos itens, isso apenas fica mais evidente. Ver coisas do tipo tudo tremendo com uma explosão, ou raios elétricos causando certos efeitos no cenário é belo pra caramba, sem contar que levando em consideração a grandiosidade da coisa, te permitindo ir até mesmo do lado de fora, levitar pelo espaço, só torna mais impressionante.

Enfim, jogo fantástico, que recebeu um tratamento especial da Bethesda, até dublagem em português tem na bagaça, mas que não recebeu tanta atenção do público. Recomendo demais! Recomendo sempre dar uma olhadinha no preço dele na Greenman Gaming antes de comprar na loja direta, algumas vezes os preços deles estão bem abaixo do normal, e sempre lembre de olhar os cupons de desconto que eles espalham pelo site, que deixa a coisa mais barata ainda, dê uma conferida aqui.

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