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Assassin's Creed Unity - Um Romeu e Julieta da chacina

Finalmente chegou o momento de eu falar sobre o maravilhoso Assassin's Creed Unity, um jogo que eu esperava me divertir sim, mas nunca imaginei que iria me surpreender de verdade, talvez a falta de expectativa também tenha deixado os meus instintos mais aguçados para aproveitar de verdade o que essa obra tem a oferecer, e que assim como todo jogo da franquia, cria uma série de depoimentos variados sobre a sensação que causou.

A história dessa vez se passa durante a revolução francesa, e acompanha a trajetória de Arno, um homem que tem o pai assassinado durante sua infância, e acaba crescendo motivado a descobrir exatamente o que aconteceu, e inevitavelmente entra para o credo de assassinos que o pai participava e começa a investigar mais profundamente, motivado por uma vingança pessoal, mas ao mesmo tempo se adaptando às regras que a ordem prega. No entanto, diferente de outros assassinos, Arno tem uma forte ligação com os templários, pois sua melhor amiga de infância se revela estar nessa ordem, fazendo assim com que ambos se amem, mas participem de grupos que se odeiam.

Esse é um jogo que realmente me causou uma sensação espetacular, isso porque em geral eu acho os títulos da franquia Assassin's Creed tão gigantescos em possibilidades, que me dá vontade de jogá-los por muito tempo, e apenas um ano de diferença entre os lançamentos é muito pouco tempo, parece que eu sempre tenho que zerar correndo sem ter tempo para usufruir e isso me sufoca. Sei bem que muita gente diz que a série é de má qualidade por ser anual, mas normalmente essas pessoas nem ao menos jogaram, pois certamente teriam visto que há sim uma grande quantidade de novidades a cada título, mundos enormes, e inúmeras coisas acontecendo pelo mundo, isso porque ao contrário do que essa gente pensa, não é apenas uma equipe que trabalha nos jogos da franquia, são diversas, e múltiplos jogos são feitos ao mesmo tempo, ou seja, um jogo não leva um ano para ser feito, mas sim vários anos, só que como vários são preparados ao mesmo tempo, acaba podendo ser lançado anualmente.

Então após Black Flag, eu vi Unity e fiquei pensando "Nossa, mas depois de apresentarem um mundo gigantesco por onde você pode navegar, eles vão resumir aquilo a simplesmente uma única cidade?". Esse pensamento me fez pensar que o jogo seria só mais um assassino andando por aí e fazendo umas missões qualquer, nada muito marcante. Além disso eu não esperava muita coisa da história, afinal de contas convenhamos que em Assassin's Creed 3 eles tentaram fazer um personagem tão sério quanto Altair, mas acabaram fazendo o personagem mais enjoado do mundo, sempre de cara feia e não gostando de nada, além de não ter o credo de assassinos, é só alguém que resolveu se vestir daquele jeito e sair por aí pra se vingar, depois tivemos Black Flag, em que Edward também é só mais alguém vestido de assassino, mas que a ligação com a ordem é bem fraquinha, é notável que o personagem faz o que bem entender, e não qualquer tipo de regra que foi imposta. Com esses dois últimos jogos eu tinha esquecido a sensação de estar na irmandade, e parece que a Ubisoft percebeu que a história do último jogo é bem rasa e decidiu compensar nesse.
O jogo inicialmente me lembrou muito Assassin's Creed 2, isso por completo mesmo, a começar pelo ambiente, novamente na Europa, não há toda aquela beleza da Itália, aqui é um verdadeiro caos, mas em uma fase onde há uma festa com a nobreza e começam os fogos de artifício, foi inevitável não comparar, depois tem a história do personagem, onde tem sua família morta e quer se vingar, assim acaba entrando para a ordem dos assassinos, depois tem o jeito do personagem, o estilo garotão legal que se dá bem e arruma confusão nas ruas, é exatamente a mesma introdução que o segundo jogo tem, e por fim tem o próprio rosto do personagem, se cortarem o rabo de cavalo de Arno, o cara vira o Ezio feito em gráficos melhores, claro os traços não são exatamente iguais, mas lembram muito. Sendo assim, acho que a Ubisoft acabou pegando a fórmula do personagem mais bem sucedido da franquia e reutilizado para tentar conseguir o sucesso de novo com o carisma do personagem, e eu não falo isso por gostar do Ezio, pois realmente prefiro muito mais o Altair.

Como falei no título, o jogo também dá um toque Romeu e Julieta a coisa, isso certamente pode frustrar alguns por parecer meio forçado demais, um assassino e uma templária envolvidos em uma história de amor onde seus grupos se odeiam. Por outro lado, acho que o problema na história do jogo acaba sendo puramente no clichê, mas quanto ao desenvolver dela, isso sim me surpreendeu. É o perfeito caso que mostra que clichê não significa ser ruim, pois o desenvolver é maravilhoso. Esse é um jogo que eu joguei sempre pensando na história, no que vai acontecer depois, e como vai acontecer. É gostoso demais ver o rumo que as coisas tomam e como os elementos apresentados foram bem elaborados, as traições, reviravoltas e revelações me prenderam muito. Não é algo que achei profundo e filosófico como no Assassin's Creed original, mas algo que me causou aquela sensação da trama estar andando e sempre acontecendo algo que dá uma virada nas coisas, algo movimentado. Cada missão não é apenas mais um objetivo, mas sim algo que causa interesse em como irá se desenrolar.

Mas nem só o desenvolver da história é bom, como também a própria jogabilidade. Começando especialmente pela movimentação do personagem, é simplesmente um espetáculo sair pelas ruas de Paris, o jeito que o personagem se move parece ter sido capturado de um praticante de parkour realmente talentoso na coisa, pois a variação na movimentação e a forma natural com que o personagem faz é incrível. Você está pendurado em um lugar e ele de repente solta uma das mãos e fica usando só uma enquanto observa as coisas ao seu redor, você aperta pra ele ir pro lado, e dependendo da posição do objetivo, ele pode dar um giro de corpo inteiro pra se segurar na parede, e nas corridas então, é simplesmente muito bonita a coisa.

Uma ideia que achei ótima, foi a de agora você ter que comprar as suas habilidades, isso porque nos jogos anteriores, sempre tiveram certos movimentos que eu nunca fazia, mas agora você não os tem liberado, é preciso conseguir pontos e gastar, sendo que há uma lista disponível e você precisa escolher o que mais te interessa, além de te incentivara usar essa variação, também faz com que você note a evolução do personagem, perceba como está ficando melhor. Por exemplo se você se especializar em arrombar fechaduras, além de poder pegar mais facilmente prêmios em baús, durante as missões poderá ir até portas e arrombá-las para facilitar nos assassinatos ou fugas.
Eu lembro que no Assassins Creed Black Flag colocaram a opção de avaliar as missões, e acredito que aquilo deu muito certo em fazer o povo da Ubisoft ver o que as pessoas mais gostavam, pois cada missão do Unity me faz ter vontade de jogar mais, é simplesmente muito divertido e há uma variação de elementos imensa! Por exemplo, tem uma missão em que em uma das partes você entra em um labirinto e tem que subir em uma torre para observar um caminho com menos inimigos, há outra em que você tem que investigar um assassinato, e assim vai analisando elementos do cenário e pode acusar pessoas ou não, há outra em que você tem que seguir as pistas de um templário, descobrir como ele vai se movimentar pelo cenário e achar uma posição para a melhor forma de assassiná-lo. E isso sem contar com as missões stealth, que são elementos muito fortes no jogo e realmente bem trabalhados, por exemplo há uma missão que se passa em uma missa e você tem que observar o lugar, criar vantagens, invadir, fazer o assassinato e sair, mas a coisa acaba tendo toda uma beleza especial, a multidão do lado de fora frustrada, e quando você entra, a missa está acontecendo, e um cara tocando uma música bem intensa, você vai observando as coisas lá em baixo e acompanhando o seu alvo, podendo agir de diversas maneiras e já preparar a fuga, durante muitos momentos do jogo eu me senti novamente jogando Hitman Codename 47, pois são stealths bem preparados e com boas possibilidades.

Paris também é um lugar cheio de coisas acontecendo, por exemplo há os extremistas, que sempre procuram confusão com você e te atacam, mas há também os guardas, que só atacam se provocados, e sempre vão atrás de extremistas, é muito legal ver as coisas acontecendo. Há ladrões pela cidade, pessoas carregando bandeiras, cruzes, locais onde a multidão foge do controle. Há também as missões alternativas chamadas de "Histórias de Paris", que acabam parecendo pequenos contos de coisas que rolavam naquela época, como por exemplo os cultistas de Baphomet, que você pode se infiltrar, as coisas não param de acontecer.

Há também momentos bem Matrix na coisa, pois a abstergo tenta constantemente invadir a simulação, e em diversos momentos você tem que fugir, é bem fantástico ouvir a mulher te guiando com um "Eu vou abrir um portal em tal lugar, vá até lá rapidamente para te tirarmos daí, ou então um "Agora deve ter uma entrada para o subterrâneo, ache-a para acessar o metrô, o próximo portal estará lá".

Não posso deixar também de falar do inédito modo cooperativo que tem nesse jogo, ao contrário do que eu esperava, ele não é um modo por fora do singleplayer, mas sim como se fossem missões alternativas. Eles são colocados como se vários "iniciados" estivessem fazendo a simulação, no entanto as vezes alguns deles ficam presos nos portais, e você pode ir lá e ajudar. As missões cooperativas tem uma história de alguma figura histórica da época e você recebe um objetivo que deve cumprir, até quatro jogadores podem ir.

Graficamente o jogo é lindo, no entanto foi lançado com diversos problemas de bugs e falta de otimização, isso gerou um quebra pau imenso, especialmente porque foi lançado no mesmo ano que Watch_Dogs, que foi massacrado pela falta de otimização. Então o lançamento de Unity foi com bugs como o cabelo do personagem que parece ter vida própria, NPC's andando em cima de telhados, e outras loucuras, mas isso não é algo que costuma incomodar a maioria dos gamers, normalmente gera boas gargalhadas, no entanto o que frustrou foi a queda de quadros bem drástica, fazendo o jogo ficar em câmera lenta, e erros que fazem o jogo fechar e não querer abrir mais. Apesar disso, em geral o jogo tem visuais lindos, é bonito de ser ver o rostos dos personagens e em diversos momentos achei as coisas beirando a realidade, graficamente, Black Flag não conseguiu me impressionar.

Enfim, fica aí a dica de jogo maravilhoso que me surpreendeu, realmente muito divertido e perfeito para se passar o tempo, definitivamente um jogo ótimo para quem gosta de mundo aberto e muita ação.

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