Ofertas do dia no link de afiliado Amazon!

Spree | Filme focado no extremo que influencers vão pela fama

De tempos em tempos posto alguma loucura de influencer aqui no Blog Nerd Maldito. Tivemos o youtuber acusado de derrubar um avião pra ganhar views, o revoltante caso da influencer que quebrou uma estátua de 200 anos pra ganhar likes, aquela chocante live do Streamer que detalhou como estuprou namorada, ou mesmo o tão falado caso do Logan Paul, que achou uma boa ideia gravar um vídeo com cadáveres em Aokigahara, a floresta do suicídio. É aquele tipo de loucura que talvez só o Livro da Psicologia pra explicar. E hoje falarei sobre um longa metragem criado com foco exatamente nos extremos que as pessoas vão em suas vidas de influencers.

Spree: Viagens sem limite é um filme que aborda a temática da obsessão pela fama nas redes sociais e como isso pode afetar a psique de uma pessoa. Qualquer jovem hoje em dia já ao menos criou uma conta em alguma rede social, seja Youtube, Tik Tok, Instagram, Facebook, Twitch... E assim foi tentar ser famoso. Logo descobriu que não é tão fácil e não basta isso. O resultado é tentar algo diferente.
A história é centrada em Kurt Kunkle, um motorista de aplicativo um aplicativo ao estilo Uber, que se chama Spree. Ele sonha em se tornar uma estrela da internet, mas não tem sucesso em suas tentativas de se tornar viral. E mesmo dez anos tentando fazer bombar o "Mundo de Kurt", nunca conseguiu chegar aos míseros dois dígitos de pessoas que visualizaram seus vídeos..

Com a chegada de novos aplicativos de transmissão ao vivo, Kurt decide que essa é sua chance de finalmente chamar a atenção do público e se tornar famoso. Ele começa a filmar tudo o que acontece em seu carro e, de forma cada vez mais perigosa, ele acaba cometendo atos violentos para atrair mais visualizações, sem se preocupar com as consequências.
Joe Keery, que interpreta Kurt, certamente é conhecido de muitos por seu papel em Stranger Things. E ele acaba fazendo um excelente trabalho em sua atuação, mostrando a progressão gradual do personagem em direção à insanidade. É transmitida muito bem aquela ideia sobre os limites do que é tolerável ou não e como a fama vai fazendo a cabeça da pessoa, sem que ela ligue pra ética e tudo passe a ser apenas uma história.

Vocês certamente já devem ter visto histórias tristes em redes sociais e como tanta coisa parece falsa. Pessoas fazendo verdadeiros espetáculos para criar repercussão. Parece que muitos desejam serem expostos a experiências traumáticas para ter uma história incrível e ganharem curtidas. Já vimos esse tema ser abordado em obras como Pânico 4, Morte Morte Morte e o maravilhoso Cam.
A trama do filme é contada em grande parte através da perspectiva da câmera de Kurt, sendo praticamente um mockumentary, o que dá a sensação de que o espectador está participando das filmagens. Isso faz com que apareça quase que o tempo todo um chat com o povo comentando sobre o ocorrido. É bacana também que tem vários influencers e diversas vezes são mostradas telas de celular diferentes, e o diretor gosta de brincar com isso.
 
Inclusive tenho que parabenizar o responsável pelos comentários, pois é incrível como é transmitida bem a crueldade da internet. Os zoeirões, trolls e pessoas completamente sem compaixão estão em alta quantidade e dá pra assistir o filme várias vezes sem pegar tudo, porque chega em um momento onde só pausando sem parar pra conseguir ler. E quem faz live sabe bem que é exatamente o tipo de coisa que você acaba vendo.
O filme também pode ser bastante previsível em alguns momentos, com a trajetória de Kurt sendo facilmente previsível. E a diversão não está na trama em si, mas sim na essência da coisa. É uma daquelas obras que você nota que pegaram uma essência de algo e usaram como base pra criar uma trama. E aqui temos uma verdadeira viagem noturna pela cidade, em meio à loucura da internet. De certa forma me lembrou O Abutre e o clássico Psicopata Americano.
 
Não preciso nem falar que chega em alguns momentos onde o filme tem o seu nível de violência, né? Apesar de tudo, não chega a ser gore. É aquela coisa mais limitada, como o personagem vai colocar uma furadeira na cabeça de uma mulher. Ele dá aquele sorrisinho pra câmera bem ao estilo youtuber e via, mas a cena corta antes de aparecer. Então a maioria é mais sugestiva do que gore.
Spree é um filme interessante e relevante, especialmente para quem está interessado em explorar a cultura das redes sociais e seu impacto na vida das pessoas. A cinematografia é bem feita e a trilha sonora é uma mistura adequada de música eletrônica e hip-hop, que contribui para a atmosfera um tanto psicodélica e fortemente urbana do filme.

Enfim, Spree é um filme bacana pra caramba e que foi uma grata surpresa, especialmente porque os sites que vi, tinham notas só a bagaceira, o que me fez imaginar que era horrível. A real é que eu só fui assistir porque queria um passatempo de algo tranquilo, depois de um dia de trabalho, sem ter que pensar muito, e assim saí fuçando a HBO Max até achar algo. Mas no fim acabei assistindo algo que me fez ter que trabalhar mais e escrever essa matéria. Recomendo muito!

Postar um comentário

0 Comentários