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Pluto | Anime que se tornou uma das séries mais assistidas de 2023

Existem algumas obras em quadrinhos que são plenamente direcionadas ao público adulto, como é o caso de Morte, que é capaz de fazer o leitor pensar na vida. E o mangaká Naoki Urasawa surpreendeu o mundo quando lançou o maravilhoso Monster. Mas após acabar, muita gente se questionou se aquilo foi sorte. E ele provou que não ao lançar o mangá Pluto, em 2003. E vinte anos depois, o mundo foi presentado por uma adaptação grandiosa de anime, feita pela Netflix.
 
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Em um futuro onde robôs passaram a ser reconhecidos como seres vivos e ganharam cada vez mais direitos, um serial killer de robôs de repente surgiu. A Europol tomou conta do caso, e assim colocou o detetive Gesicht para investigar. E logo ele constou que não eram qualquer robôs que estavam sendo destruídos, mas sim os mais poderosos do mundo. E para trás sempre era deixado algo em forma de chifres na cabeça da vítima.
Se você estiver completamente por fora, Pluto é um reboot de Astro Boy. Naoki Urasawa cresceu lendo a obra de Osamu Tezuka nos anos 60. E assim teve uma grande paixão. Mas ele decidiu pegar a obra original, com todos os detalhes da história e ambientar para uma versão realista, colocando no nosso mundo. Mas ao invés de sua versão se chamar "Astro Boy", ele preferiu focar no principal vilão do garoto robô e assim virou "Pluto".

Desde que eu assisti o anime de Monster, ele se tornou um verdadeiro símbolo pra mim de anime maduro. Isso porque existem tantas opções que por mais violentas ou sombrias que sejam, podem até ser inapropriadas para menores, mas ter foco no público adulto não necessariamente quer dizer que seja um anime maduro, não é mesmo? Então é fácil só focarem no gore ou caírem nos mesmos clichês e climinha de aventura que fica difícil levar realmente à sério. Mas Monster é uma obra magnífica, e que me fez notar Naoki Urasawa. E em meio às suas outras obras, Pluto é certamente a que mais rapidamente atrai os olhos.
Tenho que assumir que na época (2005) achei bem estranho a ideia de que era uma adaptação de Astro Boy pelo autor de Monster. Mas hoje em dia, consigo entender muito bem a coisa e realmente compreender a elegância que ela tem. Especialmente porque a ideia de pegar algo infantil e transformar em adulto se mostrou com uma tendência enorme a virar algo tosco ou muito mais focado no público adolescente do que realmente no público adulto. Portanto é preciso ter talento pra conseguir fazer bonito.

Um exemplo grandioso disso é a obra prima que é Miracleman, que conseguiu criar uma obra perturbadora, mas também fazer algo filosófico e profundo de uma maneira que dificilmente se vê até mesmo em obras que não são adaptações e o autor tem liberdade artística total. E no caso de Pluto, é notável que o que temos é uma obra de mais puro amor. E a adaptação para anime fez um jus maravilhoso à obra original.
Isso foi lindo de se ver especialmente porque sabemos bem que uma adaptação para anime pode virar uma bagaceira sem igual. Um exemplo disso é Gyo do Junji Ito, que tem uma narrativa perturbadora sobre o cheiro podre de peixes com patas que começam a sair do mar. E aí você chega no anime de Gyo, e transformaram em uma história pastelão cheia de humor e cenas engraçadas. E esse é só um exemplo, pois é comum animes em geral terem adaptações com modificações notáveis.

Mas a Netflix fez um trabalho que fez jus ao mangá. Ela pegou os oito volumes e adaptou para oito episódios de em média uma hora de duração. E cada um em um ritmo cinematográfico elegante que com certeza os criadores se esforçaram para manter a atmosfera original e não se sentiram tentados a transformar em um anime engraçado do Astro Boy.
Nós temos muitas obras futurísticas em animes e elas até tem elementos filosóficos e violência, como por exemplo Knights of Sidonia, que é um anime muito legal. Mas ainda assim cai naquele clichê do herói fodão que é o protagonista e está em uma aventura. Boa parte dos animes adiciona esse elemento e no fim das contas acaba sendo difícil dizer que não é um anime que tem apelo para o público adolescente. O que não é problema, mas com tantos, a aparição de algo mais realista acaba por se tornar realmente uma pérola pra ser degustada.

E assim, dá pra contar nos dedos obras que não focam no climinha de aventura. Quando se trata de algo futurístico, é difícil ver obras como o maravilhoso Serial Experiments Lain, com seu teor filosófico super intenso, ou Ghost in the Shell, que se você vacilar, perde a história e não entende exatamente o que está rolando.
Portanto foi maravilhoso que Pluto pode ser colocado facilmente ao lado dessas obras. O que temos aqui é um futuro que parece ser o que se tornaria o universo de O Segundo Renascer, se os humanos tivessem respeitado as máquinas como seres vivos. Um futuro em que as pessoas vivem em paz com máquinas, com cada um trabalhando e evoluindo juntos.

Achei inclusive muito curioso o foco da história não ser robôs matando gente, como costumam ser as obras que se passam em ambientes com esses seres. Mas o que temos aqui é o contrário, com robôs sendo mortos por alguém. Não que não existam conflitos, mas esse não é o foco. São apresentados detalhes interessantes do mundo, como uma hora que a esposa de um personagem faz um comentário sobre um robô e ele fala pra ela não comentar aquilo, pois pode ser processada por preconceito.
Também não é o tipo de anime que tenta explicar detalhe por detalhe. Muitas coisas apenas são apresentadas e você tenta adivinhar o motivo. Por exemplo, os robôs parecidos com humanos, também fingem fazer coisas como comer e expressar determinadas emoções. O anime não faz uma parada para explicar exatamente o motivo, apenas te dá dicas e você que se vire. Pra quem gosta de tudo muito bem detalhado, pode ser frustrante, mas particularmente achei elegante.

O foco é na investigação, então você verá muitas viagens dos personagens para certos lugares, interrogatórios, coletas de dicas e novas vítimas aparecendo. Tem todo um estilo de história de detetive mesmo, tudo bastante elegante e com aquele climinha de suspense que te deixa intrigado sobre as motivações de cada um apresentado.
Mas a coisa também se amplia, apresentando coisas mais complexas, como conflitos geopolíticos e inclusive tem toda uma beleza nos detalhes, como o país chamado Estados Unidos da Trácia, e o caos que rolou na Pérsia, onde teve uma terrível guerra. São mostrados muitos detalhes sobre o mundo, envolvendo conspirações políticas, decisões inconsequentes e mais. Esse acaba sendo exatamente o ponto que torna o anime maduro, não tentando fazer ser um anime adulto por gore ou coisas apelativas assim, mas focando em uma história elegante e com pés no chão.

Inclusive, apesar de ser um anime no mundo de Astro Boy, o que dá aquela colher de chá para lutas, é notável que o foco não é isso. Sendo assim, quando personagens vão lutar, a coisa acaba em um piscar de olhos. Não é aquela coisa de "Agora eu vou usar o meu poder secreto escondido!". Eles já usam o que tem no máximo e logo você vê o resultado daquilo. Isso pode ser decepcionante para algumas pessoas, mas eu acho adequado.
A animação é muito bonita e com o design bastante parecido com o que Naoki Urasawa apresentou na obra original. Acaba sendo um agrado visual também pelo fato de que esse mangaká tem um traço muito peculiar que se distingue facilmente entre a multidão de animes genéricos com visuais que são tão parecidos. Tenho certeza que a maioria das pessoas que assiste consegue notar esse traço tão próprio.

Enfim, Pluto é um anime maravilhoso e satisfatório pra caramba. Curtinho com meros 8 episódios, mas extremamente denso. Tanto que eu não aguentava assistir mais de um episódio por dia, pois em cada um deles acontecem muitas coisas e tem muita informação pra ser processada. Se você gosta de ficção científica elegante e gosta de animes, esse é com certeza indispensável. Recomendo muito! Atualmente o mangá está disponível em português em duas versões. Confira:

 
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Sobre Astro Boy

Desde o seu surgimento, a ficção científica tem desempenhado um papel significativo na cultura pop japonesa, especialmente nos mangás e animes. Entre as muitas obras que marcaram esse gênero, Astro Boy, conhecido no Japão como Tetsuwan Atom, é uma das mais emblemáticas e influentes. Criado por Osamu Tezuka em 1952, Astro Boy não apenas estabeleceu um padrão para as narrativas de ficção científica no meio, mas também moldou a forma como as histórias futurísticas foram contadas e exploradas em mangás e animes.

O Impacto de Astro Boy na Ficção Científica

Astro Boy, com sua história centrada em um mundo futurista onde a coexistência entre humanos e robôs é explorada, abordava questões éticas, sociais e morais de uma maneira inovadora para a época. O protagonista, Astro, um robô com emoções e características humanas, enfrentava dilemas que questionavam a essência da humanidade, da identidade e dos direitos dos seres artificiais.

A obra de Tezuka foi revolucionária ao fundir elementos científicos avançados com narrativas emocionais, oferecendo reflexões profundas sobre a natureza da tecnologia, do progresso e da humanidade. Essa abordagem não apenas cativou o público da época, mas também estabeleceu padrões para futuras histórias de ficção científica no mundo dos mangás e animes.

A Evolução da Ficção Científica em Mangás e Animes

Após o impacto inicial de Astro Boy, a ficção científica continuou a florescer no universo dos mangás e animes, explorando temas cada vez mais complexos e diversificados. Obras como "Ghost in the Shell" de Masamune Shirow e "Akira" de Katsuhiro Otomo introduziram enredos intrincados e filosofias profundas sobre a relação entre humanidade e tecnologia, influenciando não apenas a cultura pop japonesa, mas também alcançando reconhecimento global.

Outras séries, como "Neon Genesis Evangelion" de Hideaki Anno, mergulharam nas complexidades psicológicas dos personagens diante de eventos catastróficos e inovações tecnológicas. Essas obras expandiram os limites da ficção científica ao explorar questões existenciais, a natureza da consciência e a interação entre humanos e máquinas.

Além disso, o gênero de ficção científica em mangás e animes não se limita apenas a questões filosóficas e tecnológicas. O uso de mundos futuristas e avanços científicos também é frequente em enredos de ação, aventura e fantasia, proporcionando uma variedade de experiências e histórias para os fãs.

Astro Boy foi um marco na história dos mangás e animes ao introduzir elementos de ficção científica e explorar temas que desafiavam as percepções tradicionais sobre humanidade e tecnologia. Desde então, diversas obras seguiram essa trilha, expandindo e aprimorando as narrativas de ficção científica, oferecendo uma visão única sobre o futuro, a tecnologia e a natureza humana.

A influência de Astro Boy e outras obras seminalmente importantes na ficção científica em mangás e animes é inegável, pois continuam a inspirar artistas e criadores a explorar novas fronteiras e a desafiar as convenções, mantendo viva a chama da imaginação e da reflexão sobre o que está por vir.

A capacidade dessas histórias de transcender culturas e gerações reforça a importância e o poder da ficção científica no mundo dos mangás e animes, permanecendo como um dos gêneros mais fascinantes e impactantes dentro da indústria do entretenimento japonês e além.

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