Todo mundo sabe que horror tem várias camadas e que cada uma pode encantar de seu próprio jeito. Não é à toa que mesmo atualmente tem
tanta gente obcecada pela capa original de "Drácula", ou como o terror japonês é apresentado com tantas fórmulas em
"Nas Montanhas do Terror". E nem preciso falar sobre coisas mais discretas, né? Como o caso do leve toque macabro em
"Twin Peaks", que torna a coisa tão gostosa. E o filme Barbarian de 2022, ou Noites Brutais, como saiu por aqui, tenta focar em construção e apresentação do medo de múltiplas formas.
A história apresenta Tess Marshall, uma jovem que recebe uma proposta de emprego fenomenal na cidade de Detroit. Ela então aluga um quarto usando o serviço Airbnb, mas ao chegar, se surpreende ao descobrir que tem um cara lá. Ele mostra em seu aplicativo que também alugou a casa, e como está em uma noite chuvosa e em uma vizinhança muito perigosa, a convence a entrar e ficar. Porém cada vez mais as coisas começam a ficar estranhas no lugar.
Antes de tudo, tenho que bater palmas para o pessoal do marketing desse filme. Um dos maiores problemas de pessoas que fazem trailer hoje em dia, é que são incompetentes ao extremo. Enquanto filmes como
"Cloverfield - Monstro" foram um estouro por fazer um marketing onde NADA era mostrado e você ia ao cinema pra ver o que é aquilo, outros filmes selecionam todos os principais momentos do filme do começo ao fim, colocam no trailer e evitam só por a cena final, o resto tá todo lá. Então você vai assistir na expectativa e se frustra ao ver que, fora o fim, o filme não tinha absolutamente nada pra te mostrar.
Aqui a coisa é diferente. Eu tinha visto o trailer quando saiu e pareceu um filme super previsível, mas que me atraiu pela atmosfera. Só que tava na cara no que ia dar ali e era fácil associar a obras como
O "Homem das Trevas", com alguém passando o horror de estar preso em uma casa com um maluco. Porém o filme realmente me surpreendeu ao usar uma estrutura diferente.
Se você for olhar a história a grosso modo, ela não é nada inovadora ou complexa. Então não é um filme do tipo
"Corrente do Mal", que você observa a simbologia de coisa pra entender. É algo mais parecido com o que
"O Telefone Preto" apresentou, que foi conseguir encantar as pessoas pelo estilo de narrativa ao invés de por qualquer trama surpreendente.
Então foi uma experiência gostosa de se assistir, um filme em que me senti realmente viajando, e que usa um sistema de divisão em atos que dá uma revigorada fenomenal na coisa. Ao invés de você ficar do começo ao fim olhando a mesma coisa, ou pior, ver uma introdução e depois uma matança que se repete sem parar, o filme apresenta algo e dá paradas pra apresentar outra coisa.
Ele apresenta dois elementos que talvez te agradem muito ou talvez você ache muito esquisita a coisa. O primeiro é o terror psicológico claustrofóbico, com uma paranoia enorme da protagonista em cima do que está rolando no lugar. Já o segundo é o terror brutal, tanto usando em filmes dos anos 80 e homenageado em obras como
"Pânico na Montanha". Mas é conduzido de forma tão elegante, que mesmo com a brutalidade, fica um tanto elegante a coisa.
A parte psicológica acaba sendo daquelas bem densas e esse é o grande charme. Nós temos diversas opções de coisas como suspense, como por exemplo "
O Eleito", com suas mistura peculiar entre horror e religião e coloca um frequente suspense. Mas a ideia de pegar o suspense e colocar tão tunado a ponto de dar aquele arrepio, como é o caso de clássicos como "
Hereditário", a coisa já fica um pouco mais difícil.
Já em relação ao brutal, acho que pode dividir opiniões. Sabe aquele
Fatality de Mortal Kombat em homenagem ao Tarantino, que pegaram uma cena de um filme dele e fizeram se tornar um golpe muito mais brutal que vai pro gore? Pois é... Aqui não chega a ser esculhambado daquele jeito, e também não é mostrado o tempo todo, mas o filme não se segura ao fazer o caos e talvez algumas pessoas se sintam desconfortáveis. Mas no geral, acho que colocaram na dose certa
Enfim, é melhor eu parar por aqui, para não ter spoiler. Não espere tanto da história, pois ela em si é crua, mas a narrativa é uma delícia, com cada personagem tendo o seu plano de fundo explorado e uma ótima forma de apresentar a trama geral. O filme conta com Bill Skarsgård , o Pennywide de
"It - A Coisa" e Justin Long, do clássico
"Olhos Famintos". Recomendo pra caramba você chamar um amigo e assistir em uma noite chuvosa.
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Sobre Filmes de Terror
Os filmes de terror têm uma longa história de assustar e fascinar o público. Desde os primeiros dias do cinema, quando o diretor Georges Méliès encantou o mundo com "O Castelo Assombrado" em 1896, até os sucessos de bilheteira mais recentes como "It: A Coisa" e "Um Lugar Silencioso," o gênero de terror tem sido uma parte fundamental da cultura cinematográfica. Mas o que é que faz com que as pessoas se sintam tão atraídas por filmes que muitas vezes as fazem pular de susto ou esconder os olhos?
A busca pela adrenalina
Uma das principais razões pelas quais as pessoas são atraídas por filmes de terror é a busca pela adrenalina. Quando assistimos a um filme de terror, nossos corações batem mais rápido, nossa respiração fica mais acelerada e nossos músculos se contraem. Essas respostas fisiológicas são semelhantes às que experimentamos em situações de perigo real, como um encontro com um animal selvagem ou um acidente de carro. No entanto, ao assistir a um filme de terror, estamos em segurança no conforto de nossas cadeiras de cinema ou sofás, o que nos permite desfrutar da sensação de perigo sem correr riscos reais.
O desconhecido e o sobrenatural
Os filmes de terror muitas vezes exploram o desconhecido e o sobrenatural, despertando nossa curiosidade e imaginação. A sensação de medo em relação ao desconhecido é inerente à natureza humana, e os filmes de terror capitalizam esse medo ao nos apresentar a ameaças sobrenaturais e incontroláveis. Monstros, fantasmas, demônios e alienígenas são apenas algumas das criaturas que povoam o universo do cinema de terror, alimentando nossos medos mais profundos e nossas fantasias mais sombrias.
Catarse emocional
Assistir a um filme de terror também pode proporcionar uma forma de catarse emocional. Quando enfrentamos nossos medos no contexto seguro de uma tela de cinema ou da nossa própria casa, podemos experimentar uma sensação de alívio depois que o filme acaba. Essa sensação de alívio pode ser semelhante à que sentimos após enfrentar um desafio na vida real. A catarse emocional pode ser uma maneira saudável de lidar com nossos próprios medos e ansiedades.
A conexão com o desconhecido
Os filmes de terror também nos permitem explorar temas universais, como a morte, o desconhecido e a natureza do mal. Eles nos convidam a refletir sobre o lado mais sombrio da existência humana e a confrontar questões profundas sobre a vida e a morte. Muitas vezes, os personagens em filmes de terror são forçados a enfrentar escolhas morais difíceis, o que nos leva a questionar o que faríamos em situações semelhantes.
O prazer da surpresa
A imprevisibilidade é outra característica importante dos filmes de terror. Os roteiristas e diretores muitas vezes brincam com as expectativas do público, surpreendendo-nos com reviravoltas chocantes e momentos assustadores. Essas surpresas mantêm o público envolvido na história e fazem com que os filmes de terror sejam uma experiência emocionante e imprevisível.
O encanto das pessoas por filmes de terror pode ser atribuído a uma combinação de fatores, incluindo a busca pela adrenalina, o fascínio pelo desconhecido e o sobrenatural, a catarse emocional, a conexão com temas universais e o prazer da surpresa. Embora possam ser assustadores, esses filmes oferecem uma oportunidade única de explorar nossos medos e ansiedades de uma forma segura e controlada. E, no final das contas, é essa combinação de medo e fascínio que torna os filmes de terror tão cativantes e duradouros na cultura cinematográfica.
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