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Hereditário | Terror chocante que dá gosto de ver

Tá aí um filme que enrolei muito pra ver, pois sabia que seria algo fenomenal e que precisava do momento certo pra eu dar uma olhada. Felizmente me decepcionei, tiveram algumas coisas que foram bem diferente do que imaginava, mas ainda assim muito boas. Se você gosta do gênero terror elegantes e não assistiu ainda, recomendo assistir primeiro (tem na Prime Video) e depois ler a análise, pois é um tipo de filme que vale a pena ver sem saber nada sobre e apenas aproveitar a experiência completa.

A história tem início com o funeral de Ellen Leight, uma mulher velha e que era distante da filha Annie Graham, que se sente completamente deslocada por não sentir grande coisa, pois não era nem um pouco ligada à mãe, mas ainda assim recebeu os conhecidos e fez todo o ritual de despedida. No entanto depois disso, coisas estranhas começam a acontecer e cada vez mais parecem estar ligadas à herança hereditária de loucura na família de Annie.

Esse é um filme simplesmente excepcional! Ele não é perfeito, tem sim os seus problemas, mas é muito fácil apontar defeitos em algo depois que já está pronto né? Acho que vale muito mais ver a obra como um todo do que olhar os detalhes individualmente, e essa aqui consegue surpreender, ainda mais com o roteirista e diretor Ari Aster, que só tinha gravado curtas-metragens até então e tinha apenas 32 anos quando lançaram em 2018. Esse é o tipo de filme que parece ter sido feito por um mestre do terror veterano no cinema.

O orçamento também surpreende muito, o fraquíssimo Cemitério Maldito teve orçamento de 21 milhões, Invocação do Mal que é todo na casa, custou 20 milhões. Já Hereditário, teve custo de apenas 10 milhões de dólares, o que foi uma bela de uma surpresa, pois apesar de em alguns efeitos especiais ser notável que são meio tosquinhos, a fotografia em geral é linda demais. Existe toda uma elegância, é um filme que você percebe que não dá pra ser colocado ao lado das tosqueiras de terror que vemos por aí.

O filme te deixa super intrigado e pensativo, esse é daqueles que brincam com você, te fazendo pensar se aquilo que está acontecendo é ou não real. Você precisa prestar bastante atenção nos detalhes, pois o roteirista teve a elegância de não colocar personagens explicando cada coisinha que acontece ou o motivo, ao invés disso dão dicas. Por exemplo no começo quando a menina vai comer algo e alertam ela para não comer nada com amendoim. É algo discreto, que depois faz sentido e que não precisa de um diálogo dos personagens explicando.

E entre as coisas que vão sendo jogadas, há a informação sobre a mãe de Annie, que é uma figura bastante misteriosa e é a fonte do pânico na família. O medo dela de desenvolver as doenças mentais que viu a mãe manifestar e o histórico perturbador fazem com que tanto as ações da filha caçula Charlie, quanto do filho adolescente Peter, gerem desconfiança o tempo todo sobre o que estão vendo de verdade ali, se há uma explicação lógica ou se é sobrenatural.

E entrando nesse quesito, esse filme entra facilmente para uma pequena lista de obras que criam uma atmosfera incrível, tipo A Chave Mestra, que infelizmente envelheceu um pouco com o passar dos anos já que suas ideias foram usadas em vários filmes de terror barato, mas continua no meu coração, A Bruxa, que é mal compreendido pra caramba, mas me encanta demais e Coração Satânico, um clássico não tão falado. Tem alguns poucos outros que entram nessa listinha, já que o gênero terror quase só tem desgraça.

O filme me lembrou bastante a perturbação presente em O Bebê de Rosemary, ainda mais com essa ligação da filha caçula com a avó e as coisas bizarras que a menina vê e te fazem pensar se ela está vendo aquilo mesmo e é algo envolvendo magia pesadona ou se a esquizofrenia da família foi herdada tanto por ela quanto por Peter.

Os personagens são fantásticos e os atores escolhidos ficaram impecáveis, tem a mãe, com suas expressões de horror extremamente fortes, o filho que consegue passar de forma incrível o trauma que ele sofre, fazendo um choro super natural, o pai que é a figura lógica e único que não tem ligação genética com Annie, também sendo o único a não ver as coisas e por fim a filha Charlie, que não tinha como escolher atriz melhor, pois gera toda uma estranheza com seu aspecto único que eu pensava ser maquiagem, pois se destaca demais.

A verdade é que a atriz Milly Shapiro sofre de Displasia Cleidocraniana, uma doença rara que acaba fazendo o rosto ficar com esse aspecto. Um ator mais famoso que também sofre desse problema é o Gaten Matarazzo (o Dustin de Stranger Things). Sendo assim, a coisa caiu como uma luva, pois deu um charme fantástico, especialmente porque aproveitam e deixam ela beeem estranha no filme. Se você for ver as fotos da atriz na vida real, é bem normal, mas no filme existe a sensação esquisita de que o rosto dela está derretendo ou sei lá.

A condução da história apresenta aspectos chocantes, em especial uma cena em que Annie descobre algo, a atriz conseguiu passar o mais puro horror. O momento é surreal demais, passa com extrema força o que a personagem está sentindo e é demais especialmente porque tem tanta coisa bizarra em filme de terror e ninguém tá nem aí, mas nesse, nossa, fenomenal! Passa uma coisa assim incrível, que você sente o peso.

Acho que o filme falha exatamente em seu ponto fraco, que é por efeitos especiais em coisas desnecessárias, adicionar cenas que poderiam ser visualizadas de outra maneira. Alguém andando pela parede por exemplo, além de ter ficado feio pra caramba, super zoado, dava pra ter feito essas cenas de outras formas que causassem horror de forma delicada. E o pior é que durante o filme usam o terror delicado e efeitos especiais modestos que saíram infinitamente mais assustadores.

Sabem aquela técnica de Os Estranhos, que tem algo por perto, mas não conseguem ver? Aquela sensaçãozinha? É bem isso... E às vezes até veem, mas de forma tensa, pesada. A primeira visão da protagonista, com sua mãe morta no escuro ou a bizarra visão de um homem nu sorridente em uma porta são coisas que dão um arrepio enorme. Aliás, esse é daqueles filmes que você sempre tá olhando a parte de trás pra ver se tem algo escondido.

Enfim, baita filme elegante, que depois que assistir vale a pena dar uma pesquisada sobre pra entender certos aspectos apresentados. Fiquei pensando sobre ele depois que assisti e acho que isso sozinho já mostra que é algo que conseguiu fazer bem o seu objetivo, portanto por mais que seja um filme que tenha seus defeitos, no geral é maravilhoso! Recomendo muito!

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