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Doutor Sono | A sequencia de "O Iluminado" começa divertida, mas vira uma tosqueira!

Todo fã de horror conhecem muito bem O Iluminado, no entanto o que nem todo mundo sabe é que Stephen King lançou uma continuação. Às vezes a pessoa até já viu por aí o livro Doutor Sono, mas não tinha a mínima ideia do que se tratava. Pois bem, o livro saiu em 2013 e em 2019 veio uma adaptação para filme, que é o foco dessa matéria.

A história se passa anos após os acontecimentos no Hotel Overlook e mostra Danny Torrance (agora chamado de Dan) já adulto e caindo em desgraça, tendo problemas com alcoolismo e tentando viver um dia após o outro. No entanto a coisa piora ainda mais com o surgimento de um estranho grupo de pessoas autodenominadas "O verdadeiro Nó", capazes de absorver a essência de pessoas iluminadas, que chamam de "Vapor", e que fazem isso para estenderem suas existência.

Eu lembro que quando o Stephen King anunciou esse livro, achei zoadíssimo, especialmente porque falou sobre vampiros. E a ideia de tacar vampiros em uma história tão fechada quanto a de O Iluminado me fez lembrar de como Ringu foi fantástico e como a sequencia Rasen forçou, transformando uma maldição em um vírus e por mais que tenha sido bem aplicado e elegante, simplesmente não encaixou.

Mas claro, não significava que eu não queria ver. Não sou do tipo de pessoa que gosta de algo e não aceita nada novo, a não ser que vão lançando várias sequencias, uma mais tosca que a outra, aí sim desisto, mas quando simplesmente lançam algo diferenciado, posso não achar que pareça bom, mas vou ver se não é. E o mesmo foi com Doutor Sono.

Antes de tudo é preciso ter em mente que o Stephen King ODEIA o filme de Stanley Kubrick e disse que não liga de mudarem suas histórias, mas aquilo foi matar a essência que dava base à história, não dando sentido algum. Em 1997 ele lançou a mini-série "O Iluminado", que ele mesmo foi roteirista da bagaça e assim pôde colocar do jeito que achava adequado.

E o diretor Mike Flanagan decidiu fazer algo que conseguisse agradar tanto Stephen King quanto Stanley Kubrick, além de não deixar o público confuso, já que se adaptasse algo que fosse continuação da série, a maioria não teria nem ideia, enquanto se adaptasse uma sequencia do filme tão odiado por King, poderia ser ele o próximo da lista. O resultado foi algo híbrido, afinal King não liga que mudem certas coisas, como dá pra ver na série Under the Dome.

A qualidade geral do filme ficou elegante e notavelmente uma obra cara. Não é algo que chega a ser sombrio como Castle Rock e The Outsider, mas sim o tipo de adaptação que ao mesmo tempo que é estiloso, tem um toque mais descontraído, como It: A Coisa. Então você percebem bem que está assistindo algo de orçamento robusto.

Abrindo a mente para o filme, me agradou demais a princípio e achei super divertido mesmo, inclusive uma pena não ser uma série, pois certas coisas mereciam um desenvolvimento a mais. Então todo o suspense que o grupo causa enquanto estão tentando rastrear uma jovem de 12 anos chamada Abra Stone e como as coisas vão desenrolando é muito gostoso de se ver.

Pra algumas pessoas talvez seja desagradável, mas achei muito bacana os vilões não serem previsivelmente muito mais fortes que os protagonistas. Tem uma chacina que rolou que fiquei encabulado, pois imaginei que iria rolar de um jeito bem diferente, levando em consideração o rumo que filmes costumam tomar, mas aqui fizeram diferente a coisa.

É também muito empolgante o nível de poder que Abra Stone tem, pois eu jurava que seria a garotinha indefesa que seria treinada pelo Dan e que precisaria da ajuda dele o tempo todo, no entanto ela é extremamente mais poderosa que ele, e também consegue causar um verdadeiro caos, o que em uma cena em especial eu gostei muito (vocês vão identificar qual é).

No entanto o filme acaba caindo em desgraça quando entra no arco final e a obra é possuída com todas as forças pelo fanservice. É surreal, mais forte do que qualquer fanservice que eu já tenha visto em outro tipo de mídia, até mesmo animes não fazem algo tão descarado. Pra quem não sabe, fanservice são aquelas coisas completamente improváveis que são colocadas em histórias só pra os fãs irem à loucura, tipo uma luta de Goku e Superman. O problema dessas coisas forçadas é que a obra perde credibilidade,

Enfim, é um filme empolgante até chegar ao arco final, quando cai em desgraça. Não acho que tem potencial pra virar um clássico como O Iluminado, e nem ao menos que era muito necessário, talvez fosse mais interessante ser uma continuação de Carrie, pois acho que acaba diminuindo um pouco a obra original, tipo "Só foi um dos eventos..." e transformando a coisa meio que em uma história de super heróis. Mas dá pra se divertir bastante apesar de tudo.

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