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Assassin's Creed Odyssey | Transformando a franquia em um RPG

A franquia Assassin's Creed há muito tempo se transformou em muito mais do que um jogo, atingindo múltiplos tipos de mídia, no entanto em Odyssey a coisa surpreendeu com a própria franquia se convertendo em algo novo, coisa que já tinha mostrado uma tendência em Assassin's Creed Origins, mas que dessa vez se transformou de vez.



A história se passa em cerca de 400 anos antes de Cristo e você assume o controle de um guerreiro espartano que durante a infância acabou tendo que fugir, por cometer um erro fatal, e cresceu entre dois mundos, não sendo parte do seu povo e ao mesmo tempo não sendo um estrangeiro ateniense, assumindo assim o papel de mercenário.

Eu assumo que quando esse jogo foi anunciado, não olhei com bons olhos, isso porque quando fizeram uma pausa entre Syndicate e Origins, achei muito boa a ideia de evitarem o "Mais do mesmo" e reestruturarem a coisa pra inovar e não parecer que cada jogo é só uma cópia do outro em épocas diferentes. E sim, eu sabia que voltaria a ser anual, porém o mundo apresentado me pareceu demais com o de Origins.

Eu sei, a Grécia e o Egito são mundos diferentes, mas esteticamente muito semelhantes, não é como comparar Rogue com Revelations por exemplo. E sim, eu sei que a saga do Ezio teve Assassin's Creed 2 e Brotherhood, que são basicamente o mesmo universo. No entanto não dá pra comparar, naquela época não existia o problema do mais do mesmo que a franquia adquiriu com força, só tinham dois jogos na franquia quando veio Brotherhood e o povo ainda estava apaixonado pelo Ezio.

Sendo assim, a pausa pra reestruturação deu uma bela de uma revigorada na franquia e a sensação de que os fãs poderiam respirar um pouco. E o que eu esperava para o ano seguinte era algo em um universo diferente, daí ver a Grécia me desanimou muito, ainda mais se tratando de algo feito com a mesma engine, ficou com aquela cara de ser um mod do Origins, coisa que aliás, vi muita gente citar, portanto a sensação não foi só minha.

No entanto tenho que assumir que me surpreendeu demais, e jogando vejo o quanto é um jogo diferente de Origins, nem sempre superior, mas na visão geral, sem dúvidas um dos jogos da série que mais gostei. Sem sombra de dúvidas algo robusto e que direto fiquei pensando no quanto não deve ter sido caro.

Sem sombra de dúvidas o que mais me surpreendeu foi o fato do jogo se tornar um RPG, não apenas ter elementos, mas ser um RPG mesmo, com opções de respostas que afetam a jornada, itens com raridade e efeitos próprios, nível de personagem com pontos para gastar em habilidades novas, entre outras coisas.

Apesar de tudo é um jogo pra Gregos e Troianos, pois não sacrificaram a jogabilidade original de escalar, saltar, se mover rapidamente por aí entrar em lutas frenéticas. O resultado dessa mistura acabou sendo um jogo que parece muito mais robusto que outros da franquia, pois não é só um mundo gigantesco cheio de missões, é um mundo absurdamente cheio de possibilidades e muito vivo.

No começo do jogo você escolhe o gênero do personagem, o que já me deixou com o pé bem atrás, pois em Far Cry 5 esse negócio de fazer o personagem acabou sendo bem horrível, com um personagem mudo que deixa a coisa vazia pra caramba com uns personagens dizendo "Ei você, faça isso e isso e isso", e "você" nunca respondendo.

No entanto aqui a coisa foi bem diferente do que imaginei, você realmente só escolhe se quer ser homem e mulher, mas a história segue extremamente imersiva e esse foi um ponto que me surpreendeu porque imagino o quanto não deve ter sido caro. Eu fiz questão de escolher a mulher (Kassandra o nome dela), pois fora Assassin's Creed Liberation e os que são um homem e uma mulher, todos sempre tiveram um foco em um cara, então queria ver como a Ubisoft lidava com isso.

Eu já previ um monte de bug e falas genéricas de personagens feitos para um homem, tipo um personagem falando "Você é um muito bonitO". Eu sabia que para obras assim o mais natural é a empresa não colocar opções de respostas que indiquem gênero, mas português é uma língua latina, e muito em inglês não precisa de gênero, sendo assim imaginei que viriam vários "bugs" no áudio.

E não é que me surpreendi? Basicamente TODO o jogo é adaptado para o feminino, e não é apenas em questão de se referir a ela como guerreira, são falas realmente novas. Chamam a personagem de Kassandra, e constantemente falam com ela, incluindo NPC's, e são coisas dubladas, não apenas legendadas. Aliás, tá aí outro mérito para a parte de áudio, não existe nada que seja só opção texto como em muitos RPG's, se você clica em uma opção, a personagem irá falar ela para só então o NPC responder.

E voltando à parte da adaptação para a personagem feminina, existem falas próprias para ela. Por exemplo, teve um momento em que um guerreiro estava me contratando e resolvi aceitar, mas perguntei porque não mandava um deles, afinal eram um exército e ele respondeu que a coisa tava ficando feia e "Não temos homens o suficiente para isso", daí Kassandra se virou para ir e disse "Então é melhor enviar uma mulher".

Eu estou fazendo essa análise com 43 horas de jogo, resolvi fazer logo porque não cheguei nem na metade e o mundo é tão absurdamente cheio de possibilidades, que acho que se eu for fazer depois de zerar vai levar bem um mês. Mas isso me fez notar algo, nesse tempo todo eu simplesmente não tive contato com o credo de assassinos, e aí está outra mudança um tanto brusca.

É certo que em Origins você também não é do credo, no entanto durante todo o jogo você tem a sensação que é, pois você é um Medjai, que é tipo um protetor da lei que vaga pelo Egito, o personagem é todo regrado e tudo mais. Agora em Odyssey, você realmente é algo diferente, pelo menos por boa parte do jogo, sendo um mercenário mesmo.

Pela primeira vez a festa tá liberada e você pode matar todo mundo, mas por outro lado, adaptaram também a coisa para receber esse novo toque de violência. Se por um lado você pode ser um guerreiro de coração nobre e puro, por outro você pode ser realmente malvado e fazer o caos nas cidades em que chega.

Mas existem consequências, agora não é mais permitido roubar tudo o que vê. Lembra que antes você usava a visão de assassino para localizar itens e saía coletando numa boa sem ninguém ligar? Pois um dos novos elementos do jogo é o crime, e ao pegar algo, é preciso que ninguém esteja vendo, pois isso aumenta seu nível de procurado.

Matar pessoas e animais domésticos também é crime e aumentam, mas agora eles não são só ovelha. A população se revolta e te ataca, mesmo sendo mais fracos que você, quando uma multidão se reúne pra te descer a porrada, a coisa pode começar a ficar perigosa. Eles podem vir com os punhos, mas podem usar objetos como vassouras ou mesmo ir até o corpo de um soldado caído e pegar a arma dele pra lutar.

Existe ainda uma série de coisinhas que vai fazendo seu nível de procurado aumentar até finalmente alguém resolver contratar um caçador de recompensas pra te pegar. A barrinha de procurado sobe aos poucos e existem cinco níveis que se a barra atingir, caçadores ainda mais capacitados são enviados pra tentar localizar você.

Cada vez que você comete um crime, deixa rastros, e alguns dos caçadores parecem o Jason te procurando, estão em toda parte. Às vezes dá um crio na espinha você estar invadindo um lugar, daí perceber que tem um caçador chegando e é ele entrando pela porta e você saindo pela janela de mansinho e fugindo.

Mas existem formas de se livrar deles, você pode enfrentá-los, o que gera recompensas ótimas, em XP, dinheiro e itens, também é possível pagar para o contratador retirar o preço por sua cabeça, ou mesmo invadir sua fortaleza e matá-lo pra não ter quem pagar. Existe também a opção de se manter fora de vista e andar na linha por tempo o suficiente para que você deixe de ser procurado.

Uma coisa que o jogo é inferior em relação ao Origins é nas missões. A história principal sem dúvida é mais imersiva ao meu ver, no entanto algo que é impressionante no Origins, é que não tem história secundária genérica, coisa que chove no Odyssey e que é bem decepcionante de ver, no entanto é preciso observar também o fato de que ele tem missões diárias que são aos montes e somem frequentemente, sendo assim é o tipo de jogo pro jogador não apenas zerar, mas participar de eventos.

Então existem missões mediocres como "Leve esse item pra pessoa em tal lugar" ou "Mate os bandidos". Esse tipo de missão visivelmente está ali mais para o jogador conseguir XP do que para algo que queira deixar a história mais robusta. A parte boa é que você pode simplesmente ignorar o mural de recados e ir só pras missões Odisseia que são a trama principal.

Como você é um mercenário, pode decidir agir como um, portanto sempre tem a opção de exigir pagamento ou lutar. Você não precisa ser o bonzinho, pode ser malvado em suas escolhas. No meu caso joguei sendo mercenário mesmo, pedindo dinheiro sempre, exceto em momentos onde via que podia ganhar outra coisa do personagem.

É importante saber que as escolhas afetam o futuro, portanto você precisa ficar ligado em não só sair apertando o botão de confirmar, pois isso pode acabar muito mal. As escolhas que fiz foram baseadas no tipo de personagem que quis interpretar, que é uma mercenária que não é uma heroína, mas alguém que sabe que tem que sobreviver e por isso precisa de dinheiro, não vai só ir a uma montanha matar lobos porque é legal.

Mas além de missões e contratos, existem também outras interações, como por exemplo o romance. Você pode sair cantando personagens se achar interessante, sendo assim em alguns há a opção de amor, e você pode falar umas safadezas e ver no que dá. Dependendo do rumo que tomar a coisa, pode ou não acontecer uma cena mais quente '-'.

No mundo existe uma infinidade de coisas pra fazer e você realmente pode se ver dedicando tempo coisas secundárias muito divertidas. Por exemplo, está tendo uma guerra entre Atenas e Esparta e você pode manipular os resultados, piorando as coisas pra um dos lados, queimando suprimentos, roubando o tesouro de pagamentos, matando o líder da nação, exterminando soldados, e etc... Chega uma hora que a nação tá tão frágil que o jeito é resolver no campo de batalha e isso libera a opção de ir pra guerra.

As lutas em guerra são meio semelhantes a For Honor, com uma quantidade imensa de guerreiros caindo na porrada e alguns deles sendo líderes. Existem duas barras simbolizando cada um dos lados e que vai diminuindo à medida em que soldados inimigos são perdidos, quando a barra de um desaparece, o outro lado ganha. Você pode oferecer seus serviços como mercenário e assim escolher o lado que quer lutar, conseguindo XP e espólios se estiver do lado vencedor.

Algumas batalhas também são pelo mar, aliás, tá aí coisa que foi introduzida em Black Flag e após Rogue, nunca mais se repetiu direito, sempre foi com elementos de navegação, mas sem nada demais. Agora aqui novamente o mar foi introduzido com uma quantidade monstra de pequenas ilhas e tesouros no fundo do mar, realmente ficou incrível e tornou o mundo ainda mais fantástico.

Apesar de tudo assumo que ainda acho Black Flag mais robusto em sua modificação de navio. Aqui é possível modificá-lo e adicionar comandantes para dar  certos bônus, o que gera uma jogabilidade diferente, porém que acho que não parece tão profunda, mas aí é questão de opinião né? Em relação à navegação em si e possibilidades, tá ótimo.

Aliás, antes desse, nunca joguei nenhum jogo com um mar tão bonito, o visual é fenomenal, tanto dentro com as ondas às vezes ficando super agitadas, quanto do lado de fora, com as ondas quebradas que chegam à praia bem altas e realistas, algo realmente belo de se ver, não é como se fosse um laguinho, você sente que é o mar!

Mas não apenas o mar, pequenos detalhes do mundo inteiro são grandiosos. É um universo imenso e cheio de core. É lindo cavalgar por um campo de trigo, explorar florestas, subir montanhas, ir a gigantescas construções. Sim, tudo isso já tinha em outros, mas dessa vez se apegaram a pequenos detalhes por toda parte.

Dessa vez vemos coisas como insetos passando e cada ambiente lotado de coisinhas que só parando pra ver mesmo. Diversas vezes me peguei chegando a um ponto e notando algo que nunca tinha notado. Por exemplo, na última vez que joguei, teve um momento que eu estava em uma cidade e fui até uma praia onde tinha um cara do lado de uma fogueira, mas perto dele tinham caranguejos andando, fui lá ver e quando me aproximei, eles se enterraram na areia. Depois disso saí caçando pra tentar achar um e tirar uma foto.


O seu personagem tem nível e pode ser melhorado, tanto com armaduras quanto com habilidades. À medida em que você vai fazendo os mais variados tipos de trabalhos, ganha experiência e quando passa de nível ganha pontos. As armas e armaduras também precisam de determinado nível pra usar, bem RPG mesmo, e elas tem nível de raridade e propriedades próprias.

Você pode sair atrás de terminadas peças de armaduras para montar o set completo e ganhar um bônus, ou pode só ir observando os bônus. Dá ainda pra levar peças ao ferreiro e se você tiver dinheiro suficiente e materiais, pode entregar a ele e pedir pra fazer um upgrade, subindo o nível do item, isso te motiva a sair atrás de coisas como madeira, couro, minérios e etc. Além disso dá pra também embutir propriedades bônus no equipamento, dando uma personalizada a mais.

Mas se você quiser bônus especiais únicos, no mundo existem muitas coisas que podem te fazer partir em aventuras secundárias especialmente para upar. Além de você poder caçar coisas mais simples como líderes e animais alfas, você pode também ir atrás dos membros de um culto, tendo que procurar informações das mais variadas, seja comprando em um vendedor, seja escondida em um lugar do mundo. Quando juntar todas as peças, você revela a identidade dele e parte para caçá-lo.

Com os cultistas mortos você vai ligando eles a outros cultistas e também pode melhorar uma lança que gera bônus para a personagem. Outra coisa que você pode fazer é ir atrás de animais lendários, esses são difíceis pra caramba, maiores que outros e costumam gerar batalhas épicas em arenas próprias, também gerando bônus únicos.

As habilidades do personagem realmente são úteis, uma coisa que me decepciona em muitos jogos é que na hora de escolher habilidades, você escolhe o menos pior e não algo que vai dar uma variada. Mas nesse tem coisas realmente boas, indo desde a flecha teleguiada que foi introduzida no Origins, até deixar o jogo em câmera lenta.

O combate do jogo é daqueles que é preciso ficar atento, no começo pode gerar muito sofrimento, mas quando você aprende a se concentrar e ver a hora certa de atacar e defender, se torna pura diversão brincar com os inimigos, e às vezes sair correndo desesperado para fugir de uma batalha por estar detonado demais.

A forma em que a história é contada também é bem maneira. Ela não é a história mais intensa de todas, mas adicionou algo que eu não sentia há muito tempo, que é aquela surpresa em certos momentos, especialmente com flashbacks que são colocados. Na hora que você encontra o culto em especial, o momento final é fenomenal. Bate aquele "Eita!!!" tão gostoso que tinha em Assassin's Creed 2 relacionados aos fragmentos do Éden e que com o passar do tempo foi sumindo da série.

Ficou legal a forma que apresentam as coisas de um jeito fluído, primeiro se passando na pequena ilha onde Kassandra cresceu e onde você resolve problemas locais, como o valentão que apavora pessoas no lugar e outros acontecimentos que estão mais ligados à vida pessoal da personagem, e depois de um bom tempo você recebe seu navio e de repente tem a liberdade de vagar por um mundo imenso.

Enfim, jogo maravilhoso, me surpreendeu demais. O elemento de RPG ficou muito gostoso mesmo, deu um toque que caiu tão bem que eu considero esse um dos melhores da franquia com certeza. Definitivamente vale a pena. Recomendo sempre dar uma olhadinha no preço dele na Greenman Gaming antes de comprar na steam, algumas vezes os preços deles estão bem abaixo do normal, e sempre lembre de olhar os cupons de desconto que eles espalham pelo site, que deixa a coisa mais barata ainda, dê uma conferida aqui.

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