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Quando surgiram na internet as primeiras fotos de Overman, muita gente ficou confusa. Alguns achando absurdamente tosco, reclamando de parecer uma fantasia genérica de Super Herói esperando ainda receber os detalhes. Mas também tiveram os que defenderam, falando que o mercado nacional precisa de investimentos e que acabou sendo um bom passo, apesar dos notáveis detalhes em espuma para o personagem ficar super musculoso. Outras críticas foram em relação ao nome em inglês do personagem.
Mas a verdade é que Overman é um personagem que realmente foi feito para ser só o bagaço. Criado em 1998 pela quadrinista Laerte, ele é uma paródia de Super-Heróis. Não é como se fosse algo para ser sério, mas um personagem que pega elementos do cotidiano nacional e soma com a fórmula de ser supremo perfeito usada nas histórias do gênero.
Então é como se fosse um daqueles heróis ao estilo crítica social. Ele mostra as coisas de um jeito muito mais esculhambado. E uma outra coisa é que ele não usa o estilo tradicional, pois nasceu em tirinhas e não revistas inteiras dedicadas a ele. A editora Devir pegou todas as tirinhas dele e transformou em um único volume que se tornou base para o filme. No entanto, assim como quadrinhos nacionais em geral, é aquele tipo de item que normalmente quem tem são os mais apaixonados por quadrinhos e colecionadores que gostam de ter coisas diferenciadas na estante, visto que não é uma obra feita para desafiar o império da Marvel e DC. E você, já tinha ouvido falar? Caso você tenha interesse, confira:
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Nos meandros dos quadrinhos nacionais, emerge um personagem peculiar que se destaca como uma sátira sagaz aos super-heróis clássicos. Overman, criado pela talentosa cartunista paulistana Laerte, tece uma narrativa hilariante que nos leva a questionar o papel do heroísmo no contexto brasileiro. Desafiando os paradigmas, Overman surge como uma versão satírica do icônico Superman e de outros super-heróis famosos da DC Comics e Marvel Comics.
Dotado dos poderes esperados de um super-herói, como o dom de voar e uma força descomunal que lhe permite erguer pesos colossais, Overman ostenta um uniforme justamente colante, acompanhado de uma capa elegante. Contudo, sua singularidade se reflete na máscara que jamais deixa, já que sua identidade não se esconde sob um disfarce. Ao contrário dos típicos Clark Kent e Bruce Wayne, Overman mantém sua verdadeira natureza após cada audaciosa proeza.
O sistema moral de Overman, espelhado na dualidade do "bem ou mal" do Superman, é a essência da comédia em sua existência. Essa abordagem simplista colide frequentemente com a realidade sociocultural do Brasil, onde as nuances entre ordem e astúcia são muitas vezes indispensáveis à sobrevivência. Vestido como super-herói, mas privado de uma identidade mascarada, Overman se mostra incapaz de compreender a complexidade desse dilema.
Nesse cenário repleto de peculiaridades, um "ajudante" acompanha Overman. O nome do colega é Ésquilo, e juntos eles compartilham um espaço em uma decrépita pensão no Ipiranga, vizinha a um estacionamento. Overman é contatado por meio de telefonemas públicos e mensagens deixadas em um mural, através dos quais recebe pedidos de socorro. Curiosamente, suas façanhas heróicas frequentemente são desviadas para lidar com desafios mundanos, destacando a tensão entre sua função proeminente e as pressões triviais da vida cotidiana brasileira.
As origens intrigantes de Overman, como reveladas no cyberespaço da Cybercomix, adicionam um toque extra de mistério. Atormentado por vislumbres de um passado alternativo, Overman, então chamado de "Sonão", compartilhava o circo periférico com Lucy. Juntos, apresentavam um espetáculo bizarro de rinhas entre "gabirus", retirados das margens da sociedade. Suas jornadas os levam a um ponto de virada, com Overman e Lucy fugindo com dinheiro e um cadáver, enquanto seu destino se entrelaça com uma tribo de "gabirus".
A galeria de vilões que Overman enfrenta é tão peculiar quanto o próprio herói. Não há antagonistas centrais; ao invés disso, surgem de maneira aleatória, causando tumulto sem um papel definitivo. O Maníaco Flatulento, que perpetua o terror com flatulências provocadas por um "agente químico flatulínico", e o Passador de Trote, cujo passatempo infantil de passar trotes evoluiu para uma carreira vilanesca, são exemplos desse elenco exótico.
Entre os antagonistas, destaca-se a Louva-Deusa, uma criatura híbrida criada a partir da mente de Overman. Seu peculiar poder de articular apenas a palavra "pa-pai", que se traduz em algo bem mais sinistro, estabelece uma conexão curiosa com nosso herói. Enquanto Space Ghost não é exatamente um vilão, suas aparições geram conflito com Overman, com alegações de roubo de design de uniforme.
O humor continua com Pane, que após um "choque elétrico" desenvolve a habilidade de causar falhas em aparelhos à distância. E quem poderia esquecer do temido SuperVítima, um vilão que, paradoxalmente, se fortalece quanto mais é atacado, manipulando a inocência de cidadãos comuns para se voltarem ao crime.
Através de Overman, Laerte tece uma trama cômica que subverte as expectativas dos super-heróis tradicionais. Em um cenário brasileiro repleto de ironias e desafios cotidianos, o herói desajeitado luta para se encaixar, enquanto enfrenta vilões tão peculiares quanto a sociedade que satiriza. Com uma mistura intrigante de humor e crítica social, Overman se destaca como uma joia das histórias em quadrinhos nacionais, oferecendo uma perspectiva única sobre a figura do super-herói e suas desventuras em terras tupiniquins.
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