[Conto] À espera da escuridão - Parte 1

Bom, alguns leitores daqui do blog sabem que antes de eu começar escrever aqui, eu escrevia contos e publicava na internet, mas depois que comecei o blog eu parei de escrever. Sempre tive um problema ao escrever contos, porque as idéias não faltam só que na hora de escrever eu tenho um problema com a forma de aplicar as palavras e alguns detalhes da história que eu fico um bom tempo pensando e sabendo esse tempo que levo acabo desanimando de escrever algumas histórias. Mas atualmente algo me inspirou um bocado para escrever um conto então vou colocar aqui um conto espontâneo antes que eu perca a inspiração pra pensar em detalhes O_O'

À espera da escuridão

O ano era 1980, Homer era um garoto de 13 anos, tinha uma vida comum como a de qualquer garoto dessa idade, vivia com os pais e as vezes se metia em alguma confusão, pois ele não conseguia conter a vontade de se aventurar fazendo algo que sabia que era errado, seus pais brigavam sempre mas ele não assumia estar errado, apenas ficava com raiva. Seu melhor amigo se chamava Daniel e morava duas quadras da casa dele. Em uma noite de abril daquele ano, Daniel acordou de madrugada com um som em sua janela, demorou um pouco para o garoto perceber que na sua janela estava Homer batendo e chamando ele, mas logo que o efeito do sono passou, ele correu para a janela e a abriu, Homer entrou desesperado, ele tinha sangue no corpo e falava várias coisas sem nexo sobre alguém querer pegar ele, Daniel estava muito assustado mas sabia que precisava manter a calma, e perguntou o que tinha acontecido e então o amigo respondeu:

-Eu estou ferrado cara, dessa vez eu to realmente ferrado, eles querem me matar.

-Quem?

-Eu não sei um homem uma mulher eles falaram que eu só tenho um dia e que vão me matar.

-Vamos chamar meus pais.

-NÃO! Se minha mãe descobrir o que eu fiz hoje só vai piorar.

Durante os minutos seguintes Homer contou que naquela noite tinha saído escondido com outros três conhecidos de Daniel, para pichar, como fazia de vez em quando, mas dessa vez eles resolveram se divertir estragando alguns carros, porém ao fazer isso foram surpreendidos por um casal que os colocou no carro e os levou, eles mataram todos menos Homer, apenas o feriram e falaram que ele tinha que matar alguém para compensar não o terem matado, mas teria que fazer isso até a noite seguinte ou voltariam para terminar o que começaram.

Daniel não acreditou no amigo, o conhecendo sabia que podia ser mais uma brincadeira, ou poderia estar drogado e disse para ele ir embora antes que a mãe dele o visse ali e desse uma bronca, mas ficou surpreso ao ver o desespero do amigo para não sair dali, mandou ele se acalmar e baixar a voz pra não acordar ninguém, e finalmente decidiu deixar Homer passar a noite na casa dele, colocou um edredon no chão e mandou ele dormir ali, durante a manhã, notou que Homer estava muito mal, parecia bastante doente, mas nada se comparou ao que ocorreu quando o garoto abriu a cortina e o sol entrou batendo na perna do amigo, que imediatamente soltou um berro muito alto e o local onde o sol bateu ficou negro como se tivesse fritado, Homer instintivamente se distanciou da luz e Daniel fechou rapidamente a cortina, segundos depois o pai do garoto grita perguntando o que aconteceu e ele diz que não é nada, apenas tropeçou. Abismado ele aproximou do amigo para ver a ferida, nunca tinha visto nada igual, Homer parecia tão surpreso quanto ele, e disse que não podia ir pra casa, Daniel cada vez ficava mais nervoso porém decidiu que tudo bem, ia deixar ele ali, trancou a porta do seu quarto com chave, sabia que os pais iam ficar irados mas era a única forma de manter o amigo ali dentro sem ser visto. Ao voltar da escola, tinha uma expressão assustada pois tudo estava começando a parecer muito real, nenhum dos garotos que Homer falou terem sido assassinados foram à escola, e para completar os pais de dois deles ainda ligaram para a casa de Daniel para perguntar se estavam la e falarem que haviam desaparecido. Os dois conversaram durante toda a tarde sobre o que poderia ter acontecido e o motivo do sol o ter queimado daquele jeito.

 

A noite caiu e Homer se mostrava cada vez mais nervoso, os dois estavam no quarto quando Daniel ouviu os gritos de sua mãe vindo da cozinha, ele abriu a porta rapidamente e se surpreendeu ao ver um corpo ser jogado para cima dele, era seu pai, estava morto, os gritos de sua mãe cessaram e logo a figura de três pessoas surgiram, um casal e um terceiro homem com um estilo punk, Homer começou a gritar e o punk começou logo a rir dizer:

-O que aconteceu?  Jesse tinha me falado que você parecia tão corajoso ontem ferrando com o carro da família.

-Se acalme Severen, ainda não... - Disse o homem que estava junto à mulher, e logo olhou para o ferimento de Homer e completou - Vejo que não cumpriu o acordo, nós falamos que teria até essa noite.

-Foi um jogo divertido querido, mas acabou... - Disse a mulher dando um sorriso de satisfação

-Ei esperem! - Disse Severen - Se era até hoje a noite, ainda não acabou o trato, acho que vou me mostrar um bom cidadão e dar uma ajudinha para o nosso amiguinho!

Nesse momento Severen sacou uma arma que fez Homer tremer de medo, Daniel estava claramente pasmo, não conseguia acreditar que os seus pais acabaram de ser mortos e não conseguia nem chorar com o impacto daquilo. Logo depois Severen colocou a arma na mão do garoto e disse:

-Vamos lá, atira, você vai se sentir melhor, eu prometo, atira!

-Não, por favor, eu juro que eu pago pelo o que fiz com o carro! - Disse o garoto chorando

Os invasores gargalharam ao ouvir aquilo e logo o punk continuou falando:

-Pagar? Você acha que estamos ligando para aquela sucata? Amiguinho isso é por pura diversão, não há preço que pague isso! Agora atira!

-Por favor não me faça fazer isso!

-Atira ou os dois vão morrer!

-Não! Não quero...

-É uma pena porque então agora é hora de morrer garoto!

Severen tirou um punhal da jaqueta e nesse momento desesperado para não morrer, Homer puxu o gatilho várias vezes, com o olho fechado, o que fez Severen soltar uma gargalhada de satisfação, o casal se beijou comemorando, o garoto estava desesperado, ao abrir os olhos viu o corpo de seu melhor amigo caído com várias marcas de tiro, ele gritou de horror e se aproximou, segurou o corpo do amigo como se fosse reagir a qualquer momento e voltar a vida, o abraçou mas então ele percebeu que havia algo diferente, todo aquele sangue o estava atraindo e antes que desse por si, estava bebendo o sangue de Daniel, ele se sentia melhor, não conseguia entender o motivo mas era muito bom, bebeu por vários minutos seguidos enquanto os outros riam, quando finalmente terminou, se sentia ótimo, a ferida que antes tanto doía, agora estava aliviada. O grupo celebrou bebendo o sangue dos pais do garoto, aquela noite a vida de Homer iria mudar para sempre.

À espera da escuridão parte 2



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