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Resident Evil Village | O horror recebe um toque clássico

Não preciso nem dizer que fiquei absolutamente empolgado assim que anunciaram Resident Evil Village, né? E não foi uma surpresa a coisa ser super atmosférica, sendo que a Capcom já demonstrava há muito tempo nos jogos em geral da franquia, que não estava mais contente com a formula mais simples envolvendo cidades cheias de zumbi. E a espera com certeza valeu a pena, agora é hora da review dessa maravilha tão fantástica.
 
A história apresenta novamente Ethan Winters como protagonista, o que foi uma surpresa pra mim e acredito que também para boa parte da comunidade de fãs, já que até então era comum a desenvolvedora ir variando e como se tratava de um personagem que surgiu em Resident Evil 7, imaginei que teria um bom tempo até novamente vê-lo, mas me enganei completamente e pra falar a verdade, fiquei feliz de ver um carinha normal ao invés de alguém com treinamento militar.

Logo no início é mostrado a vida dele tentando voltar ao normal. Casado com Mia, eles tiveram uma filhinha chamada Rose e foram morar na Europa para se afastar um pouco do pesadelo que tinha acontecido no jogo anterior. Mas não demora muito e a casa deles é invadida e tudo vira caos, terminando com sua filha bebê sendo sequestrada. Ao acordar, Ethan está em uma vila onde criaturas semelhantes a lobisomens assombram a população.

Assim como seu antecessor, acho que esse ficou bastante imersivo com sua câmera em primeira pessoa e aquela sensação de conversar diretamente com os personagens, ser surpreendido em ataques, observar itens mais de perto, etc. Você nota isso já no início do jogo em que está em casa e precisa levar sua filha bebê para o berço. A exploração pelo lugar e conversa com a esposa enquanto observa detalhes te faz se sentir ali.
Claro, não dá pra dizer que primeira pessoa se adeque a todo mundo, mas as críticas em cima desse jogo parecem ter sido bem menos pesadas do que o anterior, talvez porque as pessoas se acostumaram, talvez porque viram que não adiantou reclamar, mas creio eu que se você gosta de primeira pessoa ou tem a mente aberta, dificilmente achará ruim, exceto nos casos de pessoas que têm cinetose, mas fora isso eu achei bem agradável.

E o melhor dessa sensação de imersão aqui é especialmente o fato de ser em um ambiente tão peculiar e diferente, que é a vila. Os gráficos maravilhosos que a RE Engine conseguem reproduzir me fizeram muitas vezes só olhar para o céu e comentar com o pessoal que estava assistindo na minha Twitch sobre o quanto é um ambiente fantástico.

A vila é obviamente inspirada em histórias góticas, em especial Drácula, de onde é completamente notável que rolou uma inspiração absurda para se fazer esse jogo. Eu acho que Drácula é para Resident Evil 8 o que O Massacre da Serra Elétrica 3 foi para Resident Evil 7. Então você vê muita coisa, desde o ambiente gótico com toque de século 19 até as três vampiras seguidoras de uma mestra.

Apesar de tudo, assumo que mais uma vez é um daqueles casos que acho um desperdício usar essa ambientação para Resident Evil e eu preferiria bem mais que fosse verdadeiramente um jogo no século 19, uma franquia própria ou mesmo um spin-off no século 19. Isso porque ao meu ver é um tanto forçado colocar um lugar desses em tempos modernos, ainda mais com a grandiosidade que uma vila tão pequena tem, com estátuas gigantes e outras estruturas góticas luxuosas que não refletem um ambiente humilde e rural.
Me dá um aperto ver uma ambientação maravilhosa dessas e pensar que poderia ter surgido ali uma adaptação de Drácula mesmo, que já é domínio público ou outra obra gótica que poderia gerar tantas sequências boas. É só ver o sucesso estrondoso do remake de Resident Evil 2 para notar o quanto a franquia pode se manter naquele estilo com elegância e sucesso e não precisar viajar tanto na história só para adicionar outra ambientação.

E eu sei, tudo se encaixa na história e tal, mas convenhamos né? Não dá pra negar que de repente virar algo envolvendo um culto religioso, vampiros e lobisomens tão bonitinhos não é fugir um pouco da ficção científica e entrar na fantasia. Sim, eu sei que já tinham outros tipos de mutação em Resident Evil 1, mas aquilo não eram lobisomens, com um líder, pelinhos, uivos e tudo mais, eram mutações que tinham semelhanças a um metamorfo.

Por outro lado, existem elementos que podem passar despercebidos sobre sugarem diretamente as raízes da franquia original. Um bom exemplo é o castelo, que quando se pensa nisso logo se vem a ideia de como é exagerado, mas já no primeiro jogo da franquia tinha um casarão, assim como em Resident Evil 0, além de ali já serem apresentados um ambiente gótico já de primeira. A diferença é que uma mansão se encaixa melhor na era moderna.

Por outro lado também temos essências sugadas claramente de Resident Evil 4, com a vila, castelos e exploração pro esse pequeno mundo ao redor. Aliás, em relação a isso de sugar elementos variados, achei ousado, pois não foram sugados meramente da própria franquia, mas sim de terror em geral, então às vezes você está explorando, às vezes você se sente em Outlast. E já vimos a reação que as pessoas podem ter em relação a experiências variadas assim em Resident Evil 6, né?
Eu adorei RE6 e vi que tinha toda aquela mistura de ambientações, começando com algo mais terror, indo pra ação desenfreada, começando a ter puzzles e dando essa variada. E mesmo tendo quatro campanhas com atmosferas bem diferentes, muita gente desceu o pau. Mas dessa vez a Capcom parece ter pensado em fazer uma mudança mais suave enquanto você sai de um ambiente e entra em outro.

Isso porque enquanto em Resident Evil 6 tínhamos campanhas inteiras focadas em dois personagens, aqui a experiência é de um ambiente interligado bem no gênero Metroidvania. Sendo assim, já no início do jogo você pode ver locais que estão inacessíveis pra você, mas após conseguir os itens certos ou determinados eventos acontecerem, poderá explorar aqueles ambientes.

Também temos algo mais parecido com um uma exploração em uma terra desconhecida do que a sensação de jornada. Então cada área desse ambiente tem os seus próprios desafios. O castelo é apenas um deles, mas existem os outros locais da vila, seja um ambiente aquático ou uma enorme fábrica. Os chefes da área também acabam moldando o estilo de desafio.
Claro que o castelo é um dos locais de principal destaque, mas os outros também têm suas próprias características que chamam a atenção, alguns locais mais, outros menos. Existe uma boa variação entre exploração, história e resolução de puzzles, além da administração de recursos. Não achei um jogo tão medonho quanto o 7, mas ele consegue dar uns bons sustos até você se acostumar.

A Lady Dimitrescu fica livre pelo castelo, podendo dar aquele arrepio quando você vai abrir uma porta e do nada uma mulher com 2,9 metros de altura surge se abaixando para te pegar. Além disso existem as três filhas, que são capazes de se transformar em moscas e por isso do nada um enxame pode surgir e você se vê sendo perseguido e atacado. Foi algo que substituiu bem o Mr X de RE2, mas não ficou tão assustador porque o castelo é bem mais amplo.

Os inimigos também são no geral bem rápidos. Os Moroaicǎ, que são inimigos parecidos com zumbis normais, ficam cambaleando, desviando de balas frequentemente por causa disso e também pegando impulso rápido em sua direção, enquanto os Lycans são capazes de tornar a sua vida um verdadeiro inferno com a velocidade, lembrando os inimigos do RE4, porém muito mais rápidos.

Temos aquele inventário clássico, não é tão limitado quanto já vimos em outros jogos da franquia, tipo Resident Evil 3, mas ainda assim pode ficar cheio se a pessoa vacilar. Comigo ocorreu apenas uma vez até eu pegar o upgrade pra aumentar o tamanho, mas acredito que o principal objetivo é fazer a pessoa não ter todas as armas do jogo disponíveis ali.
Você vai achando ou comprando novas armas com o dinheiro de venda de tesouros que coleta ou moedas deixadas por inimigos ou em exploração. Também é possível usar essa grana para atualizar elas ou comprar acessórios que lhes dão vantagens. Da mesma maneira é possível comprar habilidades de criação pra você forjar munição ao invés de ter que comprar.

Algo curioso que adicionaram foi o sistema de caça, que não é nada realmente inovador, mas ter que matar e coletar a carne de bodes, galinhas, peixes e porcos é algo no mínimo inusitado em Resident Evil. Com a quantidade certa de carne, você pode levar tudo até o mercador e negociar com ele para aumentar os seus próprios atributos, tipo vida ou defesa.

Esse também foi o primeiro jogo da franquia em português, coisa que inclusive foi muito estranha, levando em consideração que a Capcom já tinha dublado por exemplo Dead Rising 4, que é menos popular e tinha muito mais fala do que a maioria dos jogos da franquia Resident Evil. Eu gostei da dublagem, nem todo mundo achou legal, mas me agradou, em especial o protagonista, Ethan Winters.

Já em relação à história, eu acho que tem seus altos e baixos. No geral acho uma história elegante, com elementos interessantes, plot twists que me agradaram, mas agora tem certos momentos que vem aquelas viagens forçadinhas que não me animaram tanto. Achei perdoáveis, mas meio que desanimadoras de se ver.

Enfim, Resident Evil Village é um ótimo jogo, muito divertido, não é o mais assustador e nem desafiador da série, mas acho que está na medida adequada para atrair públicos variados. Valeu bastante a pena zerar. É possível conseguir ele com desconto extra através da Green Man Gaming, que vende keys oficiais da steam com preços super competitivos, dê uma conferida aqui.
 

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