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Chronos: Before the Ashes | Cada morte te envelhece um ano nesse jogo

Esse é um jogo que a princípio vi por alto e que parecia interessante com seu visual, mas não procurei tão a fundo, e talvez graças a isso me surpreendi demais com os elementos presentes. Ele é naturalmente atraente para fãs de universos de fantasia, mas também acaba sendo provocador para os fãs do gênero soulslike, com sua interessante proposta de envelhecer o personagem durante a aventura.

A história te coloca no papel de um herói que é enviado para localizar e assassinar um dragão, que é o responsável por todo o mal que levou o seu povo à desgraça. No entanto não será uma jornada rápida e tranquila, mas sim uma jornada que levará anos até que o mal seja vencido ou que suas forças finalmente te abandonem.

Como disse, eu não procurei saber tanto sobre o jogo, parecia algo legal e resolvi experimentar. Mas logo no começo, reconheci a vinheta da Gunfire Games e imediatamente lembrei de Remnant: From the Ashes, e à medida em que comecei, logo vi que muita coisa era parecida e pensei algo como "Nossa, reaproveitaram coisas do outro jogo aqui?", mas ao chegar ao cristal vermelho, não tinha como negar, aquilo não era algo reaproveitado, mas sim o próprio universo.

Foi uma grande surpresa e quando postei as screenshots na página do blog no Facebook, sem mencionar nada, logo vi que para a maioria era uma surpresa, já que estavam falando coisas como "Parece Remnant". Achei bacana isso, mas é preciso saber logo de imediato que não é uma sequencia e sim um spin-off com sua mecânica própria. Diferente do jogo anterior, que se vendia como um soulslike mas não era bem assim, esse aqui a coisa é diferente e temos verdadeiramente elementos de um souls e não apenas algo difícil que não te pune em nada.
Por outro lado, esse é um jogo feito para ser uma experiência singleplayer, portanto não tem cooperação e nem invasores. A parte boa disso é que realmente abriram um belo de um leque de possibilidades e utilizam de verdade o que um jogo singleplayer pode oferecer. Você percebe rapidamente que brincam com as mecânicas e possibilidades.

Aliás, gostei demais como não foram preguiçosos nesse quesito e fizeram puzzles que te colocam para pensar um pouco, além de mecânicas que causam aquela sensação de satisfação, como os portais que te levam para outro lugar, mas variam de tamanho e assim você pode sair em versão miniatura dentro de uma estante ou em versão gigantesca para lutar contra um chefe em um tamanho igual.
Essa questão dos portais inclusive me lembrou demais algo que eu não sentia fazia tempo em um jogo, que é um universo meio semelhante ao que temos em Soul Reaver, com aquele climinha de ambiente em ruínas um tanto exótico e que você usa portais em que seleciona a área e aparece o personagem atravessando a coisa, além de toda a mecânica de metroidvania em que é preciso ir conseguindo as peças certas e tem até um ser ancestral que te guia, no caso uma árvore.

Graças aos puzzles, o jogo tem uma bela harmonia entre ter que pensar e se concentrar nos combates. Isso porque são puzzles como você pegar uma pedra de um lugar e isso fazer uma porta se fechar e então você usar essa pedra em um outro lugar, liberando uma passagem, e assim ir vendo o que vai ter que manter aberto para ter acesso a certos lugares, inclusive salas secretas. Fazia tempo que eu não jogava algo assim, antigamente era extremamente comum, tipo no clássico American Mcgee's Alice.
O combate é aquele básico de um soulslike, ataque, defesa, desvio. É preciso ficar atento porque até mesmo os inimigos mais fracos conseguem causar um arregaço, portanto escudo em mãos sempre preparado para defender é importante, além de ser necessário observar para ver oportunidades de desviar e atacar rapidamente.
 
Esse não é um jogo que tenta ser Dark Souls, como é o caso de vários jogos como Mortal Shell ou Salt and Sanctuary. Ele segue um caminho próprio, mas sem fingir ser um soulslike, que é uma tendência extremamente comum onde basta o jogo ser difícil e já é taxado. Ou seja, ele faz tipo o que Sekiro fez, que tem os elementos de combate elegante, inimigos bem fortes que não podem ser subestimados e punição para morte, mas faz isso de seu próprio jeito, sem a fórmula da experiência caindo no chão.
Mas sem sombra de dúvidas a grande mecânica que se destaca é o elemento soulslike diferenciado que é o fato de que se você morre, seu personagem envelhece um ano e todos os inimigos (exceto chefes) reaparecem no cenário. Você tem um item de cura, mas ele também só enche se você morrer, o que aumenta muito a possibilidade. Outra forma de se curar é passando de nível, mas chega em um ponto que é complicado acumular experiência o suficiente para depender disso.
 
Ao evoluir você recebe pontos para gastar em seus atributos, mas à partir de uma determinada idade, você fica impossibilitado de gastar pontos em agilidade e força. Por outro lado, à medida em que envelhece, você destrava habilidades que adiciona permanentemente ao seu personagem. Essas habilidades são bônus, então nem adianta morrer até ficar velho pra destravar tudo, pois seu nível vai continuar baixo. A velhice também aumenta seu domínio de poderes arcanos, portanto a força vai, mas a sabedoria vem.
Não sei dizer quantas vezes pode morrer, mas tem habilidades destravadas até os 80 anos, então ao menos essa quantidade de vezes você pode morrer, o que acho até razoável e interessante para ver o personagem evoluindo. Mas um efeito interessante que me causou foi quando morri de forma descuidada pra chegar logo onde estava e lamentei demais, pois não era só uma morte, era um ano inteiro. 

Outra forma de melhorar o personagem é com as esferas que você acha e pode equipar para ganhar habilidades especiais. Essas relíquias são alternativas e você precisará explorar o cenário se quiser elas, o que novamente me lembra Soul Reaver com os poderes alternativos. Outra coisa possível é pegar fragmentos que caem de alguns inimigos e os usar para atualizar as armas que você usa. Alguns desses itens podem ser combinados para formar um novo.
Os gráficos do jogo são no estilo lowpoly um pouco mais bem elaborado, sem ser aquele visual tão limitado. Particularmente me agrada esse tipo de visual e acho que dá um toque bem peculiar à coisa com a sua simplicidade e algo meio voltado para o estilo cartoon. Acho que o charme se destaca ainda mais por usar uma paleta de cores sombria e não ser o típico estilo todo colorido.

Enfim, achei um ótimo soulslike com personalidade própria e uma atmosfera um pouco mais suave, além de ser um prazer a exploração de cenário. Pra quem gosta de jogos do gênero e não espera algo super tunado, acho que vale bastante a pena. Recomendo sempre dar uma olhadinha no preço dele na Greenman Gaming antes de comprar na loja direta, algumas vezes os preços deles estão bem abaixo do normal, e sempre lembre de olhar os cupons de desconto que eles espalham pelo site, que deixa a coisa mais barata ainda, dê uma conferida aqui.

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