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Distortions | Jogo brasileiro com atmosfera surreal

Esse é um daqueles jogos brasileiros que foi lançado com um extremo esforço, levando 9 anos para ser desenvolvido e que se tornou muito falado por seu visual peculiar e elementos que lembram Silent Hill 2, Ocarina of Time e Shadow of the Colossus. Isso fez com que fosse automaticamente uma obra no mínimo peculiar.




Você assume o papel de uma garota sem lembranças que acorda em um mundo surreal que parece um sonho, com coisas levitando e fragmentos de coisas que parecem lembranças. Enquanto explora passa a descobrir sobre o que se trata tudo isso, tanto por flashbacks quanto por cartas que não estão claras se foram escritas por ela mesma ou por outra pessoa.

Muita gente associa jogos brasileiros apenas a obras 2D como Chroma Squad e Odallus, no entanto existem diversas obras em 3D com propostas inovadoras como Treker e Enforcer ou mesmo o surreal Blade & Bones. E Distortions é mais uma opção que dá uma variada na coisa e acaba naturalmente atraindo brasileiros para ver como ficou.

Esse realmente é um jogo que tem muitos elementos semelhantes a outros. Pra falar a verdade quando fui jogar, tive uma ideia bem equivocada. Como joguei primeiro no Twitch do Nerd Maldito, eu comentei com uns amigos que ia fazer live e eles deram uma olhada. Logo começaram a massacrar dizendo que era só uma cópia de Guitar Hero, pelas imagens acabou parecendo algo parecido e pensei mesmo que era um jogo musical.

Felizmente a coisa é bem diferente e tem elementos muito variados. Pra falar a verdade fica logo evidente que a ideia é ambiciosa demais para os recursos da desenvolvedora, pois tem coisas que são bacanas, porém você sente aquele climinha de que está meio bugadinho ou não está funcionando tão direito assim.

Aliás, o jogo lembra muito uma outra obra brasileira, o aclamado Toren, que também foi ambicioso, também teve ideias interessantes, também teve um mundo surreal e também veio todo bugado e com limitações claras. Por um lado é de se tirar o chapéu o fato de ser uma desenvolvedora indie que apresentou conceitos incríveis, mas por outro não dá para simplesmente fingir que muita coisa saiu estranha.

Apesar de não ser um mundo aberto tradicional, o jogo tem ambientes extremamente vastos e detalhados. Existem diversos elementos curiosos como grupos de pequenas pedras que se você encostar desabam, um monstro gigantesco que aparece de vez em quando, cavernas, campos, etc. No entanto tudo muito fechado e com um caminho certo pra você seguir.

O ponto negativo desse ambiente vasto é que a equipe aparentemente colocou tudo pra carregar de uma só vez, então mesmo o gráfico do jogo não sendo fotorealista, é bastante pesado e notável a queda de fps que tem (joguei em uma 1060 de 6gb, um i5 e 16gb de memória ram). Isso é meio desagradável, pois ao mesmo tempo que é um lugar cheio de efeitos de partículas e ambiente vasto, é também pesado demais.

A jogabilidade principal é da exploração, então você deve ir a lugares e coletar itens como partituras para ter músicas novas, frutas para recuperar a vida, páginas que revelam a história e assim vai indo. Aos poucos a sua personagem vai ficando mais preparada para novas situações, abrindo novos caminhos e pronta para enfrentar criaturas.

Existem sim elementos de Guitar Hero no jogo, mas não é o grande foco, na verdade o violino funciona como em Legend of Zelda Ocarina of Time, ou seja você toca as músicas para causar certos efeitos nos ambientes e não para ganhar pontuação em algo. Você pode silenciar um lugar para passar por um monstro sem ele ouvir nada, assim como pode fazer surgir luz em uma área escura e evitar cair em buracos.

Ficou realmente bacana a ideia do violino, só achei uma pena que as músicas não são tão bonitas, especialmente quando não se é habilidoso, pode sair algo realmente esquisito e você ainda conseguir fazer o efeito surgir. Felizmente a coisa é diferente para as músicas de fundo e que surgem em alguns lugares, são maravilhosas.

Aliás, falando em música, lembra demais a trilha sonora de Silent Hill, que fica ainda mais acentuada graças a cinemáticas e momentos que é quase inevitável não lembrar a franquia da Konami. Por exemplo um acidente de carro que é mostrado de vez em quando e você acaba naturalmente lembrando de Silent Hill 1.

Outra coisa que acabou me lembrando foi a primeira versão de Alan Wake, até a roupa da personagem é semelhante, com um sobretudo amarelo, cachecol vermelho e um ambiente cheio de pinheiros, além daquele climinha de mistério e de que algo sobrenatural está acontecendo por lá. Foram várias as vezes que tive a lembrança desse jogo.

Enfim, Distortions é um jogo ambicioso, mas com uma série de problemas facilmente notáveis. É preciso bater palmas pra equipe por criar momentos grandiosos e como realmente criaram situações diferentes, sendo um daqueles jogos que sempre está mudando. Por outro lado é difícil não notar uma parede invisível a um metro de distância da parede que você tá vendo. É bem legal, mas não é uma obra para todos.

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