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The Vanishing of Ethan Carter - Para quem ama mistério

Quando eu penso no nome Carter, é inevitável pensar no conto O depoimento de Randolph Carter, e no caso desse jogo não é mera coincidência, pois os criadores já o anunciaram assumidamente como algo que teve uma certa inspiração na obra de Lovecraft, e Carter é um personagem que aparece algumas vezes na obra do autor, não é o mesmo desse jogo, mas o nome certamente foi escolhido propositalmente.


Antes de tudo, acho que é um impulso pensar que Ethan Carter é o protagonista da história, mas a tradução do título é "O desaparecimento de Ethan Carter", sendo assim aqui você não o controla, mas investiga o seu desaparecimento. Você assume o papel de Paul Prospero, um detetive que costuma pegar casos envolvendo o oculto, e ele recebe uma carta bizarra do garotinho chamado Ethan pedindo por ajuda. Isso faz com que o detetive parta para a pequena cidade de Red Creek Valley, onde não apenas o garoto, mas a população inteira desapareceu.

Quando foi anunciado, eu pensava que esse jogo seria algo relacionado a histórias de assombração em décadas antigas. Sabem aquelas histórias macabras que rolam em cidadezinhas onde fulano viu algo a alma de um vizinho que morreu há muito tempo andando pela mata? Pois é... Mas bom, quando estava prestes a jogar, li alguma coisa sobre e passei a pensar que isso tudo seria apresentado no estilo de Dear Esther, um simulador de caminhada. Só que no fim das contas eu estava errado nos dois aspectos.

É sim algo que envolve assombração de certa forma, mas não é no tipo de atmosfera que eu imaginava que seria. Da mesma forma não é meramente um simulador de caminhada, apesar de ser algo tranquilo e onde você anda bastante com forte narrativa que lembra Dear Esther, é um jogo muito mais movimentado e que não basta andar para zerar, você precisa constantemente investigar e deduzir coisas.

Esse é um daqueles jogos diferentes como um todo, você rapidamente sente que ele tem uma essência própria e que  consegue surpreender em todos os aspectos. Um jogo rápido, porém muito marcante, com características bem próprias e que especialmente para aqueles jogadores que gostam de elementos artísticos será uma baita de uma experiência agradável para se jogar.

Você tem um mapa enorme em meio a um daqueles ambientes maravilhosos com muitas árvores com folhas alaranjadas dando clima de outono e alguns pinheiros. Me lembrou um pouco Bright Falls, a cidade de Alan Wake, e ainda tem uma baita de uma represa com um belo rio e algumas casas ao redor com estilo clássico.

A primeira coisa que você nota no jogo é sem dúvidas os gráficos, é lindo demais! A coisa é muito maravilhosa, e esse visual bem feito somado a paisagem natural fantástica apresentada é capaz de fazer muita gente parar em alguns momentos só para observar um pouco o ambiente, é aquele tipo de coisa que te faz pensar "Será que ainda existe um lugar maravilhoso assim na terra?".

Depois vem a trilha sonora, aquela música super profunda de fundo, feita com instrumentos como violoncelo. Enquanto você vaga pela floresta, dá uma sensação de calma tão intensa. Por outro lado as vezes há um forte contraste com uma mudança para algo tenso e que deixa a atmosfera extremamente sombria, nesses momentos o clima de investigação de algo macabro é muito forte.

O mesmo pode se dizer da dublagem fantástica de Paul, enquanto vaga ele vez ou outra faz alguma narração que varia, as vezes são pensamentos sobre algo ali presente, outras sobre Ethan e sua ligação com o garoto, além de muito falar sobre a situação em si. O que aconteceu naquele lugar e o que o conduziu até ali.

A mecânica do jogo é completamente variada e fantástica. Mas a que tem maior destaque é a de coleta de pistas. Como falei o jogo é aberto, então a coisa não tem aquela linearidade, no começo você se sente até perdido porque tem medo de ir a um lugar e deixar muitas pistas pra trás. Você pode ir realmente a pontos muito distantes e começar um enigma completamente diferente de outras atrás.

Mas logo você se situa, pois apesar da grandiosidade do lugar, tem pontos que você mesmo acaba notando, por exemplo um trilho de trem e no chão um baita de um rastro de sangue. Quando você se aproxima desse tipo de coisa suspeita e olha pra eles, várias palavras vão surgindo e transmitem fantasticamente bem a mente de um detetive. São coisas como "Sangue?" "De quem?" "Rastro..." "Se arrastou?" "Aconteceu luta?". Várias deduções que são mostradas em palavras ou pequenas frases que te colocam no clima.

Outra coisa que te faz acabar não se perdendo, é que você tem que montar as cenas do crime, mas quando falta uma peça, você clica e tem uma visão de onde está essa peça, daí é preciso de corar elementos ao redor, uma árvore peculiar, uma estátua e ir atrás dela pelo cenário. Quando todas as peças estão nos lugares certos, você tem uma visão de personagens paralisados em meio a uma ação e precisa numerar as cenas, quando a ordem cronológica estiver correta é possível ver a cena acontecendo.
E assim você vai, investigando parte a parte, descobrindo o que aconteceu com Ethan e onde está a população da cidade inteira. O clima vai ficando cada vez mais macabro a medida em que você monta cada uma das cenas e vai compreendendo o que aconteceu naquele lugar. É um verdadeiro espetáculo!

Enfim, não posso deixar de recomendar esse jogo maravilhoso, simplesmente muito intenso, é difícil para fãs de investigação e mistério não se apaixonar, especialmente aqueles que se interessam também por um toque sobrenatural na coisa, mas nada exagerado. É um jogo perfeito em todos os aspectos. Quem se interessar é só dar uma conferida no site oficial.

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4 Comentários

  1. Caraca, eu quase passei batido por essa sua matéria Sky, pois achei que era aquele jogo chamado "Everybody's Gone to the Rapture". Mas quando li melhor percebi que eu havia me enganado. Esse "Everybody's Gone to the Rapture" parece ser muito ruim, ele é a "sequencia espiritual" do Dear Esther, feita pelo memsmo estúdio, "The Chinese Room", porém é todo mundo diz que é MUITO RUIM, enquanto Dear Esther é muito bonito e intrigante.
    Eu me apaixonei por Dear Esther, e acho que vou experimentar esse "The Vanishing of Ethan Carter", só por ter elementos a mais do que um simples walking simulator.

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  2. E tem uma tradução pra português por aí, não usei mas caso seja um problema, fica a dica, pois o jogo tem muito foco na história.

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  3. WTF? EU POSSO JURAR QUE VOCÊ JÁ HAVIA ANALISADO O GAME A UNS ANOS ATRÁS '-'
    Mas de todo modo muito boa a matéria, mas sério eu juro que já tinha lido o post.

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  4. Talvez seja porque falei dele na página do facebook quando saiu o anuncio. Ou talvez seja porque esse jogo tem tudo a ver com meu gosto. Ò_______Ò!!!

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