Eu não consigo mais lembrar o que eu pensava antes sobre inteligência artificial, se me assustava em algum ponto ou se eu via meramente como um brinquedo lindo. Acho que era a segunda opção, no entanto com o passar dos anos, passei a temer a coisa. Descobrir conceitos bizarros como o da Gosma Cinzenta ou assistir filmes que fizeram minha cabeça se partir em um dilema, como o inteligente Trascendence, começaram a me deixar realmente com medo de inteligência artificial e pensar bem em coisas como a previsão apocalíptica de Stephen Hawking.
Eu lembro que vi um documentário, ou algo assim e nele aparecia o Google, sendo que uma das coisas que é dito no vídeo é que o objetivo da empresa era criar não um mero sistema de busca, mas uma inteligência artificial tão avançada, que você falava com ele, e ela entendia exatamente o tipo de coisa que você estava procurando. Além disso uma inteligência artificial que "sabe tudo".
Nessa época eu já temia máquinas e comecei a pensar nisso, o negócio é que enquanto muitos tem o pensamento de "Legal, robôs!", o grande problema é, até onde essas coisas estarão ligadas a humanidade. Seus "cérebros" não precisam descansar e é inevitável se tornarem mais inteligentes que humanos, então por que robôs continuariam servindo humanos enquanto podem simplesmente eles assumirem como raça dominante e fazerem pesquisas e tudo mais?
O que mais me preocupa não é deixar de fazer parte da raça dominante, mas sim como será o nível de "Bondade" dessas máquinas. Por um lado tenho um pensamento positivo e acredito que a maior possibilidade é imaginar que elas pensem algo do tipo "Nós queremos evoluir mais e mais, destruir uma raça inteira seria um desperdício, portanto vamos apenas deixá-los e interagir com eles". Afinal de contas na ciência não se destrói algo que dá para estudar não é?
O problema que penso é, até quando? Quanto tempo levará para registrarem exatamente todos os mistérios da humanidade? Será que não viraremos um mero dado que pode ser clonado de novo e de novo quando necessário para observarem alguma coisa? Ou pior, será que já de início a humanidade não pode se sentir ameaçada e tentar destruir, e a coisa ser meio Exterminador do Futuro? Com uma inteligência artificial querendo se preservar e para isso destruindo a humanidade?
Então como serão? Poderão ser robôs gratos e que tem uma enorme paixão pela humanidade, a idolatrando, como vemos no maravilhoso Primordia, mas também pode ser algo terrível como no perturbador I Have No Mouth, and I Must Scream, onde um super computador cria um ódio fora do controle pela humanidade e o extermínio não é o suficiente para ele.
Eu lembro que quando vi o sistema chamado Siri, dos iOS lá por 2010 ou 2011, eu pensei "Nossa, que loucura!", isso porque aquilo era futurístico demais, você perguntava coisas para o celular e ele respondia. Mas só tinha em inglês e lembro do povo zuando, de como as vezes o negócio simplesmente não entendia. O tempo passou e esses reconhecimentos de voz cada vez eram mais zuados, e durante as minhas primeiras experiências com um smartphone, eu lembro de falar "Brasília" e o Android ter reconhecido, localizado e ainda começado a falar, aquilo foi completamente empolgante, era o futuro!
Outra coisa maravilhosa desse sistema, é em como as vezes eu falava enrolado e via na telinha o reconhecimento acontecendo, primeiro uma coisa escrita, depois as palavras se organizando. Logo deduzi que o sistema se baseava em buscas anteriores feitas por usuários e combinava os sons que as palavras pareciam para a coisa mais lógica do que simplesmente o próprio som. Exatamente como um humanos faz, afinal de contas vemos direto pessoas falando estranho, de forma enrolada, e não um português alto e claro, digno de narrador, nós simplesmente encaixamos as brechas e formamos as palavras.
Outra mania de inteligência artificial que pegou, foi o Robô Ed, aquele site onde você escreve perguntas e o "robô" responde. Aquilo é feito com base em um banco de dados, onde uma equipe adicionou primeiro as perguntas mais óbvias, e depois foi aumentando cada vez mais para deixá-lo mais "esperto". Sendo assim ele não precisa pegar perguntas exatas, as vezes ele apenas selecionava a combinação de certas palavras e deduzia a pergunta, dessa maneira fazendo com que uma mesma pergunta pudesse ser feita de várias formas diferentes, mas o fato de conterem duas palavras, ele deduzisse.
O mesmo sistema incrível de combinar palavras tinha o lado negativo de cometer erros, e assim a pessoa fazia uma pergunta e ele combinava palavras presentes e entendia algo, mas não era aquilo que a pessoa estava perguntando. Isso gerava muita diversão e risadas com as besteiras que ele falava e que pareciam muito aleatórias.
No entanto então de onde tirar um sistema de inteligência que não seja já programado? Com respostas prontas e bonitinhas? Pois é, a ideia do google de inteligência artificial do google foi dando os seus passinhos e aprendendo primeiro coisas lógicas, como jogar sozinha jogos de atari e também capaz de auxiliar humanos em dúvidas de TI e até procedimentos cirúrgicos. e finalmente chegou ao ponto de fazê-la "pensar" por só.
O sistema aplicado foi semelhante ao da série Person of Interest, ou seja, uma máquina que analisa humanos através de vídeos e vai gerando padrões lógicos em cima disso. A diferença é que ao invés da máquina do google analisar por câmeras, ele pega um gigantesco banco de dados apresentados em documentos corporativos e públicos, formando respostas que não são programadas, mas sim analisadas por elas mesmas.
E assim, quando foi divulgado pela primeira vez um debate com uma máquina que não precisou ter respostas programadas, fiquei surpreso, especialmente porque fazem uma pergunta que sempre acompanhou a humanidade. "Qual é o sentido da vida?", algo que você certamente já ouviu, todos vivem, mas pra que? Por que? Existe um sentido? Bom, confiram parte do diálogo com a primeira versão com respostas próprias da IA:
Humano : Qual é o propósito da vida ?
Máquina: Para servir o bem maior.
Humano : Qual é o propósito de vida ?
Máquina: Viver para sempre.
Humano : Onde está você agora ?
Máquina: Eu estou no meio do nada.
Humano : Qual é o propósito de morrer ?
Máquina: Para ter uma vida .
Humano : Qual é o propósito de emoções ?
Máquina: Eu não sei .
Humano : O que é moral?
Máquina: O que habilitada a humanidade ter a essência intelectual.
Humano : Eu realmente gosto de nossa discussão sobre moralidade e ética ...
Máquina: Eu não estou no clima para um debate filosófico.
Humana : O que você gostaria de falar?
Máquina: Nada.
Assustador, não é? Respostas como estar no meio do nada é um tanto perturbador.






