Livro Grátis! Malignos Folclóricos | Uma história sobre crimes e mitologia brasileira

Como a cultura pop é muito mais forte lá fora, acabamos sendo sobrecarregados de elementos de outras culturas. Graças a isso, ficamos apaixonados quando vemos coisas como o grande livro da Mitologia Nórdica, explicando o universo mitológico viking do início até o fim do mundo. Assim como temos os Clássicos Japoneses Sobrenaturais, e aquele mundo de Yokais. Até mesmo algumas mitologias não tão exploradas tem seus estouros, como o tanto que o Box de Mitologia Eslava passou a vender, depois que o povo conheceu a Baba Yaga através de John Wick. Porém às vezes esquecemos que no nosso próprio país tem um mundo mitológico imenso.

Se antigamente nós viamos uma penca de obras nacionais onde os escritores resolviam colocar os nomes dos personagens como Stuart, John e Richard e se passava em algum local dos Estados Unidos, chegou a um ponto em que começamos a ter várias obras que valorizam algo mais local. Os Gritadores, por exemplo, mostra um slasher com criaturas folclóricas locais. Adrenocromo mergulha em uma lenda urbana no Brasil. Não podemos esquecer também da saga Segador, que apresenta um curupira serial killer. E a autora Juliana M. resolveu mergulhar nesse universo com seu livro "Malignos Folclóricos".

"Um grupo de assassinos usa a imagem de personagens do Folclore ao cometerem seus crimes. Um artigo de escritores dos anos quarenta parece ser a motivação desses matadores. Diante disso, um grupo de autores é chamado para participar das investigações. Ao descobrirem as dores, as alegrias e os sonhos desses jovens universitários dos anos quarenta, os autores começam a compreender as conexões entre esses jovens e os assassinos defensores do Folclore."

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Sobre Mitologia Brasileira

O horror está profundamente enraizado no folclore nacional de várias culturas ao redor do mundo. No Brasil, não é diferente. O rico e diversificado folclore brasileiro é repleto de histórias, mitos e lendas que evocam um senso de medo e mistério, especialmente em cidades do interior. Nessas localidades, muitas vezes isoladas e imersas em tradições ancestrais, as figuras do folclore assumem uma aura sombria e perturbadora, alimentando o imaginário popular e provocando medo nas pessoas.

As histórias transmitidas de geração em geração ganham contornos cada vez mais assustadores à medida que são recontadas, adaptadas e amplificadas pelo boca a boca. Nessas narrativas, entidades sobrenaturais, espíritos e criaturas lendárias habitam os recantos mais obscuros da imaginação humana. Figuras como o Saci-Pererê, o Lobisomem, a Mula Sem Cabeça, a Cuca e o Curupira são apenas algumas das muitas entidades presentes no folclore brasileiro que geram fascínio e, ao mesmo tempo, pavor em diferentes regiões do país.

Nas cidades do interior, onde as tradições são preservadas com mais fervor, essas histórias assumem um papel peculiar. Em contraste com os centros urbanos, onde a modernidade e a globalização diluem tais crenças, os locais mais afastados mantêm viva a crença nas entidades do folclore. Em alguns casos, as histórias são tratadas com seriedade e até mesmo temor, influenciando o comportamento das pessoas e suas escolhas cotidianas.

Por exemplo, a Mula Sem Cabeça, figura mitológica que segundo a lenda é o espírito de uma mulher amaldiçoada, é associada a encontros misteriosos relatados por moradores de algumas áreas rurais. O temor de encontrar essa entidade durante a noite nas estradas desertas é algo que persiste, mesmo que muitos considerem apenas uma lenda.

Antigamente, antes da disseminação da internet e da mídia de massa, essas histórias eram a principal forma de entretenimento e, ao mesmo tempo, de alerta para a população. Os mais velhos as utilizavam para ensinar valores, transmitir conhecimentos sobre o meio ambiente e até mesmo impor limites de comportamento.

No entanto, com o avanço da tecnologia e a modernização das sociedades, o impacto do folclore no imaginário coletivo diminuiu consideravelmente. As histórias que antes geravam medo e respeito, agora são frequentemente vistas como parte do patrimônio cultural, perdendo em alguns casos o seu poder de assombrar.

Contudo, mesmo que o medo do folclore tenha diminuído em algumas áreas, ele ainda perdura como uma parte importante da identidade cultural do Brasil. Festivais, eventos e celebrações regionais muitas vezes destacam essas figuras lendárias, mantendo vivo o legado do horror folclórico que um dia assombrou as noites escuras e silenciosas das comunidades do interior brasileiro. Assim, o folclore nacional continua a ser uma parte essencial da rica tapeçaria cultural do Brasil, mantendo viva a memória das histórias que um dia geraram temor e mistério nas mentes e nos corações de seu povo.