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Ghost in the Shell: SAC - Pra quem gosta de anime sério

Esse é um anime que eu me preparo pra escrever sobre desde a criação do blog em 2007, no entanto tudo o que escrevo depende demais da minha empolgação, sendo assim por mais que eu ame algo, não me forço a falar sobre se não estiver no clima. Porém finalmente chegou o momento dessa obra que consegue se destacar facilmente entre animes sérios de verdade, sem aquele monte de frescura que somos tão acostumados a ver.


Stand Alone Complex (SAC) é baseado no mangá de Ghost in the Shell, no entanto é uma realidade alternativa. Ou seja, não é uma adaptação do mangá, mas sim um tipo de reboot da coisa. Da mesma maneira não se passa no mesmo universo do filme de 1995. Então não dá para encaixar as coisas aqui, por outro lado é uma história inédita com casos próprios.

O lançamento foi em 2002 e é aquele tipo de anime que não apresenta uma animação super pesada e com paleta de cor sombria como Monster, mas também não é aquele tipo de obra onde os personagens abrem boconas e ficam cabeçudos e o bem sempre vence e o poder do amor resolve tudo. É um anime que foge do clichê, as coisas nem sempre acontecem como você acha, existe aquele toque de violência que te faz pensar "Nossa, que coisa mais injusta".

A história se passa no ano e 2030 e foca na seção 9, um grupo de elite do governo japonês que é enviado em missões envolvendo corrupção e terrorismo. Isso faz com que esse grupo não haja dentro da lei, mas quebrando qualquer uma que impedir que a missão seja cumprida. Também precisa lidar com problemas como mídia e outros grupos ameaçando exposição de segredos.

Pra quem leu o mangá (Ou jogou o jogo de PS1) e assistiu o filme, certamente vai perceber bem o quanto esse anime parece estar bem no centro das duas obras. O mangá apresenta personagens distorcidos o tempo todo e piadinhas, momentos engraçados, boconas e cabeçonas. Já o filme é tão sério que nem o cabelo da major Motoko Kusanagi é roxo, lá é preto mesmo, nada felizinho demais. Já aqui temos uma obra bem no meio, a personagem sorri, tira sarro dos amigos, mas tudo de forma discreta, sem exageros. Depois descobri que era exatamente esse o objetivo do diretor Kenji Kamiyama.

Em geral cada episódio mostra um caso diferente, mas alguns usam múltiplos episódios para serem concluídos e há também uma trama principal. Além disso algo legal é que existem certos elementos que surgem em um caso e mais pra frente acabam retornando, sendo assim não é o tipo de anime que você pode ver em qualquer ordem, parece ser tudo bem individual mas no fim formam uma grande trama.

Eu adorei ver como os episódios desse anime são inteligentes, são casos envolvendo sequestros, traição, hackers, etc. É muito comum ter reviravolta e no fim do episódio você falar "Caramba! Eu nem tinha me tocado disso!". Sendo assim cada episódio aproveita bem o universo que usa, e assim você verá coisas como preocupação com o pensamento popular e até problemas naturais em um mundo como esse, como um episódio de um garoto que se apaixona por uma androide e ordena que ela o ame.

Esse não é um anime que eu diria que é naturalmente gostoso de se assistir, muito pelo contrário, ele é o tipo de anime que eu considero chato, mas que me atrai. Digo isso porque não é um anime que você se deita e só usufrui a pancadaria. Ele tem MUITA fala, e elas são sempre bem recheadas de informações. Sendo assim é fácil perder detalhes, a legenda parece uma balada psicodélica, pois não para de piscar na tela com a próxima fala.

Ou seja, não digo que é um anime para todos, mas sim para o povo que gosta de foco na história. Ele tem ação, tem os personagens usando habilidades incríveis, mas no geral o foco é mesmo a investigação e apresentam bastante conteúdo de coisas que fazem parte do universo de Ghost in the Shell, portanto você precisa se concentrar ao assistir.

A trilha sonora desse anime é maravilhosa, a abertura é uma das que me marcaram e de tempos em tempos vou ao youtube dar uma procuradinha pra ouvir novamente. Porém as músicas do anime também são bem maravilhosas e de vez em quando começam a tocar algumas que são simplesmente tocantes pra caramba. A própria música da primeira cena é tão simples, mas passa tão bem a essência daquele momento. Aqui a abertura:


Aliás, a música de abertura foi tão marcante pra um amigo meu, que conheceu também na época, que quando uma das mulheres que canta faleceu em 2015 ele veio falar comigo e lamentar. A abertura é cantada em três línguas, russo, inglês e latim. E tem um charme que achei realmente único pra caramba.

Em 2005 o anime foi relançado em formato filme com o nome de The Laughing Man, contendo 2:40 de duração, sendo assim pode ser uma boa opção para quem não quiser assistir 26 episódios, mas sim uma versão resumida com o caso principal, especialmente aqueles que assistiram o filme de 1995 e preferiram esse formato. Mas pra quem quer ver todos os detalhes o anime é preferível.

A única coisa que posso dizer que me desagradou foi o visual da Motoko, ele parece desnecessariamente sensual. No mangá e filme de 1995 existe o nudismo completo da personagem, mas é algo super artístico, tendo a ver com a camuflagem e tal, é algo bonito de ver. Nesse anime nem nudismo tem, então parece que simplesmente falaram "Quer saber? Vamos por uma roupa de peranha nela!", isso quebra muito o clima já que é uma baita organização sériia, mas fora isso achei o anime impecável.

Enfim, fica aí essa dica de anime fantástico e que é super nostálgico pra mim, eu assisto e me vejo voltando pros primeiros anos da década de 2000. Pra quem estiver procurando por uma obra séria de verdade e se interessa por cyberpunk, certamente vai se apaixonar imediatamente. No Brasil foram lançados poucos materiais da franquia, mas existem diversos. Algo que publicado por aqui foi o mangá na edição comentada pelo autor.

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