Capítulo 01 Capítulo 02 Capítulo 03 Capítulo 04 Capítulo 05 Capítulo 06 Capítulo 07
Capítulo 08 Capítulo 09 Capítulo 10 Capítulo 11 Capítulo 12 Capítulo 13 Capítulo 14
Capítulo 08 Capítulo 09 Capítulo 10 Capítulo 11 Capítulo 12 Capítulo 13 Capítulo 14
Capítulo 15 Capítulo 16 Capítulo 17 Capítulo 18 Capítulo 19 Capítulo 20 Capítulo 21
Capítulo 22 Capítulo 23 Capítulo 24 Capítulo 25 Capítulo 26 Capítulo 27 Capítulo 28
Capítulo 29 Capítulo 30 Capítulo 31 Capitulo 32 Capítulo 33 Capítulo 34 Capítulo 35
Capítulo 36 Capítulo 37 Capítulo 38 Capítulo 39 Capítulo 40 Capítulo 41 Capítulo 42
Capítulo 43 Capítulo 44 Capítulo 45 Capítulo 46 Capítulo 47 Capítulo 48 Capítulo 49
Capítulo 22 Capítulo 23 Capítulo 24 Capítulo 25 Capítulo 26 Capítulo 27 Capítulo 28
Capítulo 29 Capítulo 30 Capítulo 31 Capitulo 32 Capítulo 33 Capítulo 34 Capítulo 35
Capítulo 36 Capítulo 37 Capítulo 38 Capítulo 39 Capítulo 40 Capítulo 41 Capítulo 42
Capítulo 43 Capítulo 44 Capítulo 45 Capítulo 46 Capítulo 47 Capítulo 48 Capítulo 49
Por favor, leiam e apontem qualquer erro de português ou digitação, não precisam dizer em que linha está, apenas escrever o trecho e o acharei, isso garantirá que leitores que venham depois, possam ter uma leitura mais agradável.
Capítulo 50
Elium está encostado em uma árvore, seu coração bate de forma acelerada. O garoto está exausto, faminto e estressado. Sua cabeça também começa a doer e ele imagina que dessa vez não terá como escapar, além de não estar pensando direito, também não tem muita energia após ficar tanto tempo sem comer.
Durante todo o dia ele esperou e observou, viu alguns dos bruxos entrarem e saírem da cabana de vez em quando, mas na maioria do tempo tudo era bastante quieto, silencioso. Ele não ouvia nada, era completamente tranquilo o lugar, envolto apenas nos sons do pântano. O tédio foi imenso e o tempo parecia não passar.
Quando a noite finalmente caiu ele estava desesperado para executar seu plano, no entanto o terror tomou controle de seu corpo. Mesmo assim foi até o fim. Rodeou o lugar e tentou entrar, mas não demorou quase nada para que diversos bruxos surgissem. Ele não sabe de onde vieram e como se aproximaram sem fazer nenhum som, foi tudo muito repentino.
Depois disso, o garoto fugiu, foi perseguido, sentia que estavam tentando atirar algo nele, muito provavelmente dardos com a mesma substância da outra vez ou algo pior. Para sua sorte conseguiu escapar, mas sabe que seus perseguidores ainda estão em alerta. É noite de lua cheia e ele pode ver feixes de luz prateada iluminar alguns lugares, mas tudo é bastante escuro.
A árvore o protege de ser acertado por algum dardo, mas ainda assim não quer dizer que esteja fora de perigo. É uma breve proteção, porém é possível que a qualquer momento um deles apareça. Elium apenas está tentando raciocinar um pouco, descobrir uma maneira de encontrar Ensis. De repente seus pensamentos são interrompidos com algo que bate com força em uma árvore podre ao lado. O garoto não vê de imediato o que é, mas logo percebe que é um pequeno machado que foi arremessado ali.
O menino começa acorrer, eles o encontraram, um cântico feminino se inicia, o tom é macabro. Esse mesmo cântico estava sendo cantado quando começaram a persegui-lo. É como se fosse uma música ritual. Se esse for o caso, talvez ele esteja participando do ritual e seja uma oferenda. Esse pensamento faz com que suas forças aumentem e ele apresse ainda mais a corrida, o que o deixa impressionado pois após tanta exaustão não imaginava que teria energia para isso.
De repente se assusta quando o cântico aumenta bem a sua frente, ele desvia e olha para um conjunto de árvores aglomerada. Uma abertura permite que a luz da lua ilumine cinco mulheres nuas cantando e dançando enquanto levantam as mãos. Em seus corpos há uma substância que parece ser sangue, Elium quase grita ao vê-las, mas se contém.
Ao olhar para trás, Elium vê vultos o perseguindo, os cânticos não param e parecem aumentar, vindo de todas as partes. Ele não sabe para onde ir, apenas continua correndo, está perdido no pântano. Mas então vê um lugar mais luminoso e segue em direção a ele. Seu corpo reage alegremente quando percebe uma casa, ele está mais uma vez chegando à vila!
Em poucos instantes ele adentra o lugar, não vê ninguém na rua, a iluminação vem de uma tocha deixada do lado de fora da vila, o que é sorte do garoto já que normalmente os moradores não costumam fazer isso após irem dormir e visto a tranquilidade ele imagina que todos já estão na cama, deduz que talvez já seja madrugada.
Elium se move para uma das portas e começa a bater enquanto olha para trás. Percebe que em meio à escuridão há vultos, o cântico agora está distante porém ainda é possível ouvi-lo. O menino não espera abrirem a porta e se move para outra casa para novamente começar a bater, dessa vez gritando:
-Socorro!
Sem paciência para esperar novamente corre para outra e outra casa, sempre olhando para trás e logo percebe a presença de uma pessoa se escondendo atrás de uma das casas, apenas o observando. Logo que é notada, a pessoa sai e começa a andar lentamente em direção a Elium, que rapidamente corre em direção a outra casa e a empurra, porém dessa vez cai pra dentro do lugar, a porta estava aberta.
Imediatamente o menino se levanta, fecha a porta e pega uma tábua ao lado da entrada para encaixar nos suportes usados para bloquear a porta. Não demora muito para ele ouvir a voz de uma pessoa dentro do lugar falando:
-Ei garoto, quem é você?
Ao olhar, percebe que não está em uma casa, mas sim em uma taverna, a pessoa que fala com ele é um homem gordo segurando uma faca. Elium se sente aliviado e sem responder, espia por uma brecha da porta para ver se consegue enxergar alguém. Novamente o homem fala, porém dessa vez com uma voz mais irritada:
-Perguntei quem é você moleque!
-Tem bruxas lá fora, estão me perseguindo.
-Essa merda não existe, e a taverna é só pros moradores locais, se manda daqui, se quiser uma estalagem fica no fim dessa rua.
-Eu juro!
-Eu to cansado de bandidos com histórias, mas aqui não tem lugar pra bandido não, essa faca aqui já abriu muitas gargantas.
-Por favor, eu juro, olha pra mim! - Diz Elium abrindo os braços - Eu pareço ter saído de onde?
O homem o observa por um instante e percebe o estado do garoto, completamente sujo de lama do pântano. Quando Elium percebe que o homem não fala nada, se aproxima e senta em uma das cadeiras, dizendo:
-O senhor poderia me dar algo para comer?
-Você tem como pagar?
-Não senhor, mas...
-Então não vou te dar nada moleque, eu dou muito duro pra conseguir suprimentos, não faço caridade.
-Eu juro que vou tentar compensar de alguma maneira, posso trabalhar, basta deixar eu passar a noite aqui.
-Claro, e depois que eu te dar a comida, você vai embora logo que amanhecer, certo?
-Não tenho como provar que estou falando a verdade, mas...
-Olha moleque, vou te dar um copo de cerveja e é só, se reclamar eu te jogo pra fora agora mesmo.
O homem pega uma caneca e enche um copo com o líquido acinzentado, Elium pensa em implorar um pouco mais, porém teme ser expulso do lugar. E assim bebe a cerveja com muita satisfação, se sente aliviado em finalmente poder beber alguma coisa. O taverneiro o observa sem tirar os olhos e então o garoto fica surpreso ao ouvir um sorriso vindo do lado direito, em um canto mais escuro do lugar. Ao olhar, vê um homem sentado à uma mesa, que diz:
-Serve um pão e sopa de legumes pro garoto, Denkg. Eu conheço ele.
-Tá falando sério? - Pergunta o homem.
-Sim, venha aqui garoto, e traga essa cerveja.
Elium se aproxima timidamente e bastante desconfiado, o homem pega o copo e dá um gole, dizendo:
-É engraçado, de onde venho crianças não tomam cerveja, eu teria achado um absurdo. Nessa merda de lugar todo mundo toma cerveja pra não morrer envenenado com água onde os porcos cagam. A não ser que você seja um indigente, aí tem que tomar água com vinagre diluído.
O taverneiro chega com um pão e coloca na mesa, logo depois se retira, o menino começa a pegar pedacinhos e comer rapidamente. Olha mais uma vez para a porta e por um instante teme que ela seja arrebentada, logo depois olha para o homem e pergunta:
-Por que falou que me conhece? Eu não lembro de você.
-Mas eu lembro, você é o devorador de pecados, não é?
-Ah sim, isso mesmo... - Responde Elium aliviado e percebendo que o homem está com voz de bêbado.
-Aquele velório foi um desastre.
-O que aconteceu com os guardas?
-Ficaram pouco, falaram com alguns, bateram em outros e então foram embora. Mas pensei que você também tivesse ido embora, pelo jeito estava no pântano. O que viu lá?
-Bruxas! Para todos os lados.
-Já faz um tempo desde o velório, elas te levaram?
-Não, eu fui caçá-las, estava caçando esse tempo todo. - Ao falar isso, Elium tem a impressão de ver uma expressão de satisfação na face do homem, porém a escuridão do lugar não lhe dá certeza.
-E matou alguma dessas putas?
-Não...
-Quer matar?
Nessa hora o taverneiro chega e serve a sopa, rapidamente Elium a pega e começa a beber. Sabe que em outra ocasião não acharia o gosto agradável, imagina até que o taverneiro pode ter cuspido dentro ou colocado qualquer coisa nojenta por não ter ido com a cara do garoto, mas está com tanta fome que apenas sente um imenso prazer em comer. Após alguns momentos comendo diz:
-Sim, eu fugi, mas voltarei, tenho que tentar.
-Bom, eu faria o mesmo, mas tenho um problema.
O homem afasta as pernas para o lado e Elium pode ver que as duas foram amputadas pouco acima do joelho e pelos panos ensanguentados deduz que foi algo recente. Inicialmente fica chocado com a revelação repentina, mas logo percebe que deixou claro em sua expressão e tenta tardiamente fingir que não se importa, porém o homem o acalma, dizendo:
-Eu sei, é uma merda. Culpa da peste, levei um tombo, ficou roxo, esses desgraçados acharam que era a peste, como se ela atacasse desse jeito, me seguraram e cortaram na marra. Diferente de minha mulher e filha... As duas morreram dessa doença maldita e tudo culpa daquela bruxa desgraçada que vive nesse pântano.
-Eu sinto muito, senhor.
-Não precisa sentir, esse mundo é insano, mas quero te ajudar moleque.
O homem puxa um saco e retira de dentro dele um objeto de metal que lembra uma pequena tábua e coloca em cima da mesa, logo depois tira vários outros e os coloca em sequência, totalizando cinco. Por fim ele pega um último objeto e esse é diferente dos cinco primeiros, com um formato de "L" e alguns detalhes peculiares. Então pergunta:
-Você sabe o que é isso garoto?
Elium olha por um instante e pega um dos objetos semelhantes a tábuas, o observa por um instante tentando imaginar o que seja. De repente sente como se sua mente desse um estalo e dá um pulo para trás, derrubando a cadeira em que sentava. Ele aponta o dedo e diz:
-Cobre essas coisas!
O homem dá um sorriso e pega os objetos colocando novamente dentro do saco, então diz:
-Já vi que você conhece as regras.
-Você é louco?
-Que merda tá acontecendo aí? - Pergunta o taverneiro.
-Ele tem...
-Não é nada Denkg! - O homem interrompe. - Volta aqui moleque, já os guardei, vamos terminar nossa conversa.
O garoto olha desconfiado, então olha para a porta novamente e isso o acalma, ele não pode sair do lugar ainda e está com fome. Logo se aproxima mais uma vez, pega a cadeira e se senta, começando a comer de novo. Então pergunta:
-Onde conseguiu essas coisas?
-Eu não sou sangue puro.
-Você não disse que tinha mulher e filha? Elas não eram também?
-Eram.
-Então você já vive aqui pelo menos há nove meses, por que guardou essas coisas?
-Porque nós vivemos em um mundo perigoso.
-Perigoso é carregar isso por aí.
-Minha filha tinha sete anos, eu vivo aqui há onze anos.
-E você conseguiu sobreviver?
-É só jogar de acordo com as regras garoto, isso é uma pistola e os objetos menores são cartuchos. São equivalentes a um arco e flechas, mas infinitamente melhor. Se você não mostra, os alados não são atraídos.
-E você correu esse risco o tempo todo? Carregar essas coisas é apenas esperar a morte.
-Viver nesse mundo é esperar a morte garoto, dizem que nós somos imortais aqui enquanto não nos matarem ou morrermos de doença, mas você acha mesmo que é possível? Sempre tem que acontecer alguma coisa!
Elium percebe que a conversa está perigosa e novamente olha ao redor para ver se nenhum perigo surgiu. O garoto sabe que existe outro mundo e que as pessoas que morreram lá de repente surgem no Reino do Éden, sabe que quando isso acontece eles vem com os últimos objetos que carregavam ou coisas que estavam próximas. Mas sempre ouviu falar que comentar sobre a existência desse outro mundo ou usar objetos vindo deles, faz com que seres celestiais sejam atraídos. O garoto então diz:
-Esse assunto está ficando perigoso.
-Essa arma é capaz de matar uma bruxa a dezenas de metros de distância. Tudo que você tem que fazer é levá-la. Você acha que um moleque vai conseguir matar todas elas sozinho?
-Eu não estou sozinho.
-O quê?
-A minha amiga, ela vai me ajudar.
-E cadê ela?
-Ainda no pântano.
-Perdida eu imagino, você acha que as bruxas vão esperar vocês se reunirem e então serem mortas?
-E carregar essas coisas só vai aumentar minha chance de morrer.
-Essa arma também funciona contra alados, não é como um arco que você precisa se esforçar, é só apontar e apertar o gatilho, você pode matar um deles com ela.
-Não é melhor você reunir um grupo de homens e me ajudar?
-Esses covardes? Ou eles estão se borrando de medo de pegar a peste, ou são completamente céticos quanto ao assunto. Eu já chamei, mas dizem que falo isso porque sou aleijado e não vou precisar ir. Bando de desgraçados... Aceita garoto, se você estava lá, já deve saber que não tem chances, vai morrer. Com isso aqui você ao menos tem uma opção e não é perigoso se não ficar a mostra, como acha que vivi todos esses anos?
Elium fica pensativo e percebe que realmente a possibilidade é baixíssima, mas sente medo de carregar algo assim. Fecha os olhos e se mantém pensativo por um instante. Sua voz quase soa como outra pessoa falando quando ele diz:
-Eu aceito.
O garoto sente um arrepio por seu corpo ao perceber o que acabou de dizer, mas não desiste. Infelizmente vê essa como a única alternativa. Depois disso o homem começa a lhe dar algumas explicações sobre como a pistola funciona. O menino presta atenção em cada palavra, sente que não terá precisão o bastante, mas ainda assim fica atento. Elium sempre foi muito bom em aprender e logo entende todos os detalhes, porém sem em momento algum deixar o objeto exposto.
1 - Pegar a arma e partir imediatamente.
2 - Pedir para dormir na taverna e partir ao amanhecer.
Por favor votem até dia 05/06/2016, apontem qualquer erro que tenham visto no texto. Esse conto se passa no mesmo universo do livro O céu não existe.
4 Comentários
1
ResponderExcluirProvavelmente não precisa descansar, já que não foi atingido por dardos ou coisa parecida.
E sabe-se lá o que pode acontecer com a Ensis, ainda tem uma MODAFOCA de uma arma!
Noossa! Capítulo 50? Sky anda bem inspirado ultimamente, né não?
ResponderExcluirOpção 1
entrarem e saírem ou entrar e sair
Mesmo assim, foi até o fim. Rodeou (...)
Depois disso, o garoto (...)
(...) alerta. É noite de lua (...)
Eu sinto muito, senhor
sequência
conseguiu essas coisas
O quê?
Obrigado, arrumei. =)
ResponderExcluiropção 1
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