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A terra em que Deus mentiu - Capítulo 27

Esse é um conto interativo onde após a leitura de cada capítulo, os leitores votam na decisão que o personagem tomará para a continuação. Antes de começar, leia o que veio anteriormente:


Por favor, leiam e apontem qualquer erro de português ou digitação, não precisam dizer em que linha está, apenas escrever o trecho e o acharei, isso garantirá que leitores que venham depois, possam ter uma leitura mais agradável.

Capítulo 27

É quase noite e Ensis cavalga um pouco separada de um grande grupo que varia entre pessoas montadas a cavalo, carroças e alguns poucos se movimentando a pé. São membros de várias Casas da cidade de Xibalba. Acarium está sentado no mesmo cavalo que Ensis e observa o horizonte alaranjado, ele sabe que quase estão chegando a seu destino, e fala baixo:

-Não sei se teremos outro momento para conversar, portanto vou comentar logo. Eu ainda não entendi o motivo de você ter escolhido isso à arena, parecia a escolha óbvia.
-Pra você morrer?
-Como assim?
-Eu ter ido para a arena não seria apenas um espetáculo comum, teria que me redimir diante deles, e Ogumir sabia disso, além do mais você "matou" Rulter, então imagina no dia em que o público recebe a confirmação de que ele morreu, o assassino estar bem ali na arena?
-Eu? Você acha que ele me jogaria na arena?
-Tenho quase certeza, certamente você iria ser o meu companheiro enquanto a Casa de Rulter forneceria dois guerreiros nos desafiarem.
-Mas eu não sou lutador, perderia fácil.
-O público me odeia, a Casa de Rulter já seria humilhada só por ele ter morrido, e então um escravo é colocado na arena para desafiá-los, isso é ainda mais humilhante, é como falar que até um escravo pode vencê-los, se eu morresse, seria visto como uma morte com honra e também desleal por ser dois contra um, já que você não iria fazer nada e assim a minha desonra seria esquecida. Se eu ganhasse, seria uma humilhação sem igual para a Casa de Rulter, se eu ganhasse e você permanecesse vivo, eu nem imagino como eles passariam a ser vistos.
-Nossa... Se nós dois sobrevivêssemos, isso facilitaria tanto.
-Sim, todos os meus pecados estariam perdoados, você seria muito bem visto por todos, "O escravo que sobreviveu a dois guerreiros", mas não valeria a pena arriscar.
-Mas talvez Ogumir quisesse apenas uma luta padrão.
-Ele não é tolo.
-Mas tem uma coisa, eu não me preparei para nosso plano, ao menos não direito. Tem algumas pequenas bolsas com sangue de porco que você vai ter que amarrar em seu corpo, elas são bolsas de couro muito bem fechadas, precisará de um bom impacto para estourar. Estão todas nesse saco, amarre assim que puder, precisamos simular você sangrando, sinceramente eu gostaria de ter tido mais tempo.
-Se eu tivesse te dado mais tempo, você poderia estar morto agora.

O assunto se encerra quando as pessoas começam a descer de seus cavalos e montar um acampamento, rapidamente barracas passam a ser montadas e não demora muito para o cenário se modificar completamente, alguns homens riem, outros falam alto. É notável a emoção dos guerreiros prontos para uma boa caça.

Acarium começa a ajudar em tudo que é mandado, alguns homens lhe dão tapas na cabeça e às vezes até mesmo chutes. Ensis recebe constantes mal olhares e comentários que a desmerecem, a maioria de membros de outras Casas, porém até mesmo guerreiros da Casa de Ogumir a tratam com desdém, no entanto ela simplesmente ignora.

Em um determinado momento, um dos homens dá um balde a Acarium e ordena que vá a uma lagoa pegar água, não é possível ver o lugar, e o homem apenas indica a direção. O escravo vai sem reclamar, para evitar qualquer conflito, pois sabe que a paciência de pessoas de Xibalba se esgota muito facilmente.

Ele leva uma tocha para iluminar o caminho e anda por cima da vegetação baixa, que se arrasta pouco abaixo do seu joelho. Acarium fica pensativo sobre essa confiança e em como alguns escravos já não devem ter fugido ou ao menos tentado. Aparentemente ele poderia simplesmente sair correndo ao chegar a uma distância razoável, porém sabe que certamente deve ter uma explicação, talvez seja uma área perigosa, talvez os guerreiros persigam e torturem escravos para servirem como lição, ou talvez o medo imposto seja o suficiente para ninguém se arriscar.

O homem calcula que deve estar a quase um quilômetro de distância, quando finalmente acha o tal açude, que é bem menor do que ele imaginava. Ele se aproxima com o balde e pega um pouco de água, mas ela parece estar barrenta, por isso decide cravar a tocha no chão, e entrar lentamente para evitar que a lama se espalhe. Isso o deixa nervoso, não gostaria de se molhar, mas é melhor do que apanhar.

Após alguns segundos, ele novamente passa o balde pela água, quer sair o mais rápido possível. Mas paralisa seus movimentos assim que tem a impressão de ouvir algo na mata do outro lado do açude. Seu coração dispara e ele deseja que tenha sido apenas impressão, mas então ouve uma risadinha. Rapidamente Acarium sai da água, pega a tocha e começa a andar de volta para o acampamento.

Está escuro e ele sente que algo o persegue, risadinhas são constantes saindo da mata, ele tenta demonstrar que apenas está apressado, mas sabe que sua maneira desajeitada de se mover denuncia facilmente que está com muito medo. Ao olhar  a escuridão ao redor, percebe que há alguns vultos que vez ou outra passam.

Após alguns poucos minutos agoniantes, ele finalmente se aproxima do acampamento, e começa a correr de forma desesperada, até que entra no lugar e alguns guerreiros gargalham ao vê-lo claramente assustado, um deles comenta:

-A princesa tem medo de escuro!

Vários outros homens sorriem, Acarium não se sente constrangido, está aliviado demais para se preocupar com qualquer outra coisa, ele pensa em dizer que viu algo, mas sabe que será apenas motivo de chacota, além de que quase todos ali sabem muito bem como lutar, então certamente saberiam o que fazer.

Um pouco mais tarde, o acampamento já está completamente levantado e as pessoas começam a se sentar ao redor da fogueira. Acarium senta ao lado de Ensis, alguns preparam carne no fogo, outros bebem e comentam sobre como o dia seguinte será glorioso. Em um determinado momento um dos homens de Ogumir olha para Ensis e diz:

-Parece que a morte veio pra morrer aqui, ouvi falar que ela ficou com medo de entrar na arena de novo.

A guerreira simplesmente ignora e o homem continua:

-Se eu fosse Ogumir, jogava a covarde na marra, uma desgraça dessas apenas envergonha nossa casa, faz parecer até que somos aquela escória da casa de Rulter.
-Ela é o que os membros de sua casa chamam de guerreiros de elite, não a nossa! - Responde um membro da casa de Rulter.
-Ela era antes do que fez, mas desandou do caminho e agora segue o estilo de vocês.

Ensis sabe muito bem no que isso vai dar, é comum brigas entre membros das Casas após uma troca de agressões verbais. Não demora muito para que os dois homens se levantem e comecem a falar mais alto, alguns dos que assistem começam a rir, enquanto outros ficam sérios e se sentem tão ofendidos quanto os dois brigões.

Ensis observa Acarium por um instante, e nota que ele está apreensivo, olhando para os lados e também ignorando a briga que está para acontecer. Mas repentinamente algo chama  a atenção da guerreira, algo se aproxima do acampamento, outras pessoas também olham e veem um mensageiro montado a cavalo, ele é de Xibalba, o homem desce rapidamente e corre em direção ao grupo, para dizer:

-Notícias urgentes! Durante o combate na arena de hoje, a Casa de Rulter anunciou que ele morreu em combate, a partir de agora ela passa a ser a Casa de Kensir, recebendo o nome do sucessor.

Uma gritaria toma o lugar, alguns xingando, outros felizes, as reações são muito variadas e é impossível compreender direito qualquer coisa dita, no entanto o mensageiro continua falando e movimentando as mãos para que todos se aquietem, até que finalmente as vozes baixam mais uma vez e ele continua:

-A Casa de Ogumir também mudou, durante o anúncio o líder foi envenenado e a partir de agora passa a se chamar a Casa de Arkenpo.

Novamente vozes tomam o lugar, Ensis fica surpresa e se lembra de Arkenpo negociando algo na Taverna "Grito Abafado", ela olha para Acarium, que parece tão surpreso quanto ela. Após novamente o mensageiro fazer alguns sinais, as vozes se calam e ele continua:

-Mestre Arkenpo deu como primeira ordem, a captura ou execução da guerreira Morte, ele oferece o valor de 100 peças altas ao guerreiro que capturá-la, e mais 200 peças serão oferecidas se ela for levada viva.

Todos no lugar desviam os olhos para Ensis, imediatamente.

1 - Pegar um cavalo e fugir.
2 - Ficar exatamente onde está.
3 - Fazer um discurso sobre Arkenpo ter matado Ogumir e que o viu na Taverna.
4 - Sacar as duas espadas e dizer "Vocês vão entender porque me chamam de Morte!".

Vocês tem até dia 16 para votar, por favor apontem erros na escrita, esse conto se passa no mesmo universo do livro O céu não existe.

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