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Assassin's Creed Valhalla | Hora de saquear e fazer uma chacina

Esse certamente foi um jogo que acabou naturalmente atraindo tudo quanto é público, sejam os fãs da franquia que jogam todos, sejam os fãs de God of War de PS4 que procuravam algum tipo de alternativa, ou mesmo os fãs de Cultura Viking que quisessem algo em mundo aberto e que simulasse as invasões. E obviamente eu tinha que fazer uma análise, portanto chegou a hora!

A história é adaptada poucos anos após os vikings terem invadido a Inglaterra, você dessa vez assume o papel de Ivarr, que após dedicar toda a sua vida em perseguição ao assassino de seu pai, finalmente conseguiu assassiná-lo e assim acompanha seu irmão em uma viagem para tentar se estabelecer no mundo inglês, conseguindo aliados e cruzando o perigoso caminho de uma antiga e perigosa seita conhecida como "A Ordem dos Anciões".
Assim como todo jogo da franquia, esse também me bateu aquele medo em relação a o quanto seria parecido com o anterior, já que infelizmente não dá pra negar que é uma série que acumulou tantos títulos que é fácil olhar com desconfiança. Porém, procuro também olhar de mente aberta, já que acho sim todos os jogos da franquia bem impressionantes e o maior problema é que tem tantos que pode ficar difícil conseguir usufruir, mas se você olha de maneira isolada, é fenomenal!

E com esse, o meu pensamento é se iria evoluir o suficiente. E tenho que assumir que, diferente da mudança de Assassin's Creed Origins, que apresentava um mundo lotado de experiências bem únicas, sem repetição com Assassin's Creed Odyssey, que virou um RPG puro e se tornou o meu favorito da franquia, em Valhalla não temos uma mudança tão grande. É realmente semelhante a Odyssey nos elementos de RPG, mas com temática Viking, que me interessa muito mais do que Mitologia Grega, porém a jogabilidade é bem diferente e com certeza muito mais desafiadora.
Bom, então a princípio tem boa parte do que vimos no Odyssey, um mundo aberto cheio de coisas pra explorar, personagens com problemas pra você resolver, caçadores te procurando por aí, membros da ordem pra você investigar, caçar e matar, animais exóticos para você ir atrás, lutas em grupo, navegação, ambientes escondidos e etc.

No entanto temos aqui um jogo muito mais desafiador em diversos aspectos, joguei no modo normal e realmente deu pra sentir que você tem um peso a mais. No entanto, pelo menos no lançamento, os inimigos comuns são uma tristeza. De longe o AC com a pior inteligência artificial que já vi. Isso porque você mata na frente deles sem ser detectado e às vezes só param e ficam te olhando matar e só atacam quando você vai atacar. Não creio que isso tenha a ver com a dificuldade do jogo, pois parece  mais algo bugado mesmo.
Agora a dificuldade mesmo, você sente no combate. Em Odyssey tinha estamina, mas lá você tinha bastante aquela sensação de ser um super herói, com a barra recarregando sem parar e você usando as habilidades. Aqui não, é preciso ficar de olho, pois ela desce que é uma beleza, o negócio não chega a ser um Dark Souls, porém mais de uma vez me surpreendi ao ver que de repente eu morri do nada.

Talvez em parte isso tenha sido minha culpa, pois existe recomendação de "Poder" que você deve atingir antes de ir até certas áreas, porém acho que AC fica muito limitado se você só segue em um caminho reto, e assim se eu via um lugar e me interessava, eu passava por lá. E era notável que na maioria deles, mesmo com um poder bem mais alto, dava pra encarar se você fosse cuidadoso, até que a experiência do desafio era gostosa.
Os inimigos sem inteligência artificial bugada também se defendiam muito bem, alguns são absurdamente rápidos e é possível se ver em situações como atacar e errar múltiplas vezes seguidas um inimigo ágil que fica indo para um lado e para o outro, enquanto te dá pequenos ataques que vão fazendo sua vida ser drenada rapidamente. E por falar em vida, ela não se recupera sozinha, é preciso consumir alimentos e mesmo podendo carregar um pouco, é algo limitado, portanto há a necessidade de sempre ficar de olho.

O stealth é uma opção para combate, no entanto segue o padrão do jogo anterior, e assim não é garantido que você vá matar o inimigo com o ataque furtivo, apenas causar um baita dano. Porém graças ao sistema de nível dos personagens, se você atacar alguém com um nível muito mais alto, pode ser que ainda fique uma boa quantidade de vida pra ser tirada e só vai conseguir isso em combate ou tendo paciência pra se esconder e novamente dar outro ataque furtivo até que morra.
Assim como no anterior, é possível escolher o sexo do personagem, só que dessa vez ao invés de fazerem algo bagunçado como um personagem que faz exatamente o mesmo que o outro, nesse é a história de apenas um personagem mesmo que o Animus não identifica se é homem ou mulher porque os dados estão com problemas. Mas o interessante é que a opção canônica é a de o Animus não saber, e assim você pode ser tanto homem quanto mulher. Inclusive dá pra mudar e escolher no meio do jogo. Eu achei legal essa ideia de dados corrompidos, bem melhor do que dois personagens fazendo o mesmo, diferente do Syndicate, que tinha dois, mas cada um tinha sua história.

Um elemento que deixa o jogo com seu estilo RPG ainda mais destacado é a presença do carisma, que é conseguido através das batalhas de insultos, que basicamente você precisa falar ofensas que rimem, mantenham a temática e sejam curtas o bastante. Portanto quando achar alguém disposto a batalhar, é preciso prestar atenção no que ele diz, ver as opções e selecionar a que melhor se encaixa.
Apesar das batalhas serem opcionais, elas são interessantes por destravar pontos de carisma e assim novas opções em diversos diálogos podem ser acessadas, permitindo que você ganhe vantagens simplesmente na conversa, sem precisar entrar em combate ou pagar por algo. Pode ser meio cansativo para alguns, mas achei algo bacana de colocarem, pois uniram um "mini-jogo" com uma vantagem real na sua jornada.

A árvore de habilidades agora é algo semelhante ao que temos em Salt And Sanctuary, pois não temos uma árvore certinha, mas sim algo parecido com uma constelação com algumas pontas e você vai preenchendo as vantagens dela e quando chega a uma dessas pontas, um caminho leva a outra constelação, onde há vantagens próprias. São coisas como melhoria no ataque, na defesa, na vida, etc... E em meio a essas constelações tem habilidades especiais, passivas ou ativáveis.
Algumas habilidades já foram vistas no jogo anterior, porém outras são inéditas, como o arpão preso a uma corda, que te permite prender um inimigo distante e lançar ele em qualquer direção e se bater em algum lugar ou algum outro inimigo, recebe um dano absurdamente alto. Isso dá uma baita sensação de controle da situação.

Apesar de tudo, é sem dúvidas um jogo que você não se sente tão poderoso quanto no Odyssey e tanto as barras de vida limitadas, quanto o fato de que elas diminuem se você tomar porrada antes de ficarem cheias, são elementos que fazem cada ataque especial ter que valer a pena, porque enchem muito lentamente. Eu joguei no modo médio e se não fosse a inteligência artificial bugada no momento em que joguei (sem um patch de correção, digo), sei que a coisa poderia ter sido bem mais árdua.
Porém esse elemento de dificuldade se estende para todo o mundo, incluindo o elemento de exploração. Por exemplo os pontos de teletransporte agora são em uma quantidade absurdamente menor. Não basta um lugar ser alto pra ser um ponto que você vai destravar. No começo achei isso ruim e incômodo, porém depois acostumei e não dá pra colocar como ponto negativo, já que isso te obriga a explorar o jogo e ter uma sensação de viagem muito mais frequente.

Entrar nos lugares também agora está bem mais desafiador, não basta encontrar, é preciso em boa parte das vezes, descobrir como entrar lá. Alguns puzzles são realmente inteligentes e podem frustrar, dá até um alívio. Por exemplo uma porta bloqueada e você precisa descobrir um lugarzinho em que há uma fresta pra você mirar com o arco e estourar o que bloqueia, ou derrubar um lustre que libere a passagem, ou explodir uma parede e entrar por outro lugar, ou matar o dono da chave e destravar a porta.
As incursões substituem as guerras do Odyssey, agora você pode estar passando por uma vilazinha e então decidir atacar. Pode ser algo direto ao ponto, avistando e entrando fazendo a chacina, ou você pode primeiro entrar, reconhecer o lugar e só então soprar um chifre pra dar o sinal. E aí é aquela festa, tacar fogo em casas, arrombar portas, matar guardas, localizar e saquear os tesouros.

Assumo que foi uma surpresa o jogo se passar na maioria do tempo na Inglaterra medieval, pois eu imaginei que se passaria completamente nas terras vikings. Mas é realmente um jogo com toda a essência medieval e aliás, essa atmosfera me fez lembrar demais de The Witcher 3, tanto pelo visual das vilas, castelos e vestes dos aldeões e cavaleiros, quanto pelos elementos que a Ubisoft pegou do jogo da CD Projekt  Red.
Sinceramente, adorei demais essa atmosfera, as lendas presentes e até os acontecimentos aleatórios ficaram bem gostosos. Por exemplo vagar por uma floresta e ser atacado por bandidos escondidos em arbustos ou achar referências a clássicos, como uma garota chamada Alice que caiu em uma toca atrás de um coelho branco.
 
Até mesmo o climinha macabro, porque tem bruxaria nas florestas, locais amaldiçoados com histórias sinistras, pessoas que abandonaram Deus para seguir o diabo e assim tentar fazer com que os invasores fossem embora com rituais realmente cabulosos. Eu não acho que teve outro Assassin's Creed tão gore quanto esse aqui.
Eu também adorei a atmosfera que causou esse contraste e os fãs da série Vikings certamente vão pirar, porque tem muita coisa que você vê bem que foi inspirada, é só ver a vila inicial do jogo, que é idêntica à vila do seriado de TV. Apesar de terem outros vikings dominando certas terras, no geral é um ambiente medieval no estilo inglês, ou seja, tem aquele visual que tanto conhecemos bem e você vai explorando e vendo o conflito entre formas de agir, cultura e crença.

Aliás, é um jogo que cita bastante religião e já quando você está chegando no início, os personagens vão comentando sobre o que é aquilo (uma cruz em um monastério) ou achando que cristãos estão afogando alguém no rio, quando na verdade é um batismo. E durante os próprios combates há muitos comentários religiosos dos dois lados. Esse detalhe inclusive eu acho que pode ser polêmico para algumas pessoas, pois há coisas como cristãos comentando "Jesus nunca vai nos deixar perder" e logo você arrancando o braço dele fora.
O jogo inclusive vem com a opção de ativar várias censuras pra quem se sentir desconfortável, sendo possível tirar a sequencia de assassinatos ao derrotar alguém, os desmembramentos, o sangue e a nudez. Da mesma maneira, existem também muitas opções de acessibilidade, como aumentar o tamanho dos ícones e legendas pra pessoas como eu que tem problemas e diversas outras configurações para ter uma partida ideal.

Eu achei escalar bem horrível nesse jogo e em diversos lugares, eu simplesmente não conseguia ir pra cima. O que Odyssey tem de tosco em poder escalar em qualquer lugar liso, esse tem de tosco em locais absurdamente óbvios não poderem ser acessados e você ter que ficar forçando pra um lado e pro outro pra descobrir onde o jogo te deixa tocar. Talvez tenha sido na época em que joguei, sem um patch, mas não dá pra deixar de citar.
As armas estão muito mais limitadas que no Odyssey, enquanto lá você tem armas que não acabam mais, nesse você consegue uma quantidade bem pequena. Depois de horas de jogo, consegui bem poucas armas, enquanto no anterior eu já estava cheio. Porém agora ao invés da raridade fechada nas armas, você pode evoluir elas até que fiquem no nível máximo no ferreiro e depois podem ir aperfeiçoando manualmente. Isso é bom para aqueles mais apegados a determinadas armas e armaduras.

Ao invés de você ir ao ferreiro adicionar certas habilidades, você usa runas que encontra para colocar vantagens. É um sistema parecido, porém mais ineficiente, pois lá as vantagens eram bem visíveis, enquanto aqui a maioria são bônus e não algum efeito especial (apesar deles existirem também). Talvez tenham feito isso para manter o nível de dificuldade mais concentrada.

Eu adorei como trataram os elementos mitológicos com maior seriedade aqui. Um dos problemas de Odyssey e que me faz ficar frustrado de ser um AC e não um jogo independente, é o fato de que a coisa tá muito escrachada. Você acha mesmo criaturas mitológicas, que podem sim ser colocadas como "É porque pessoas da época pensavam ver", mas achei desconfortante e que poderia funcionar melhor se fosse uma nova franquia, mas aqui a coisa foi feita de uma forma melhor.

Seres mitológicos são vistos de maneira mais discreta, quando o seu personagem está exposto a algum gás ou ingere alucinógenos. Por exemplo quando você visita a vidente, ela ingere cogumelos e assim tem a visão dos deuses. Acho que isso acaba dando mais seriedade ao jogo e adicionando o melhor de dois mundos.
Aliás, os delírios levam pra Asgard, o que é maneiro demais, pois é uma história independente em um mapa próprio. Eu gostei do lugar, mas preferia que tivessem feito como em Assassin's Creed Black Flag, que tinha uma história independente. O negócio é que não gostei de parar de investir no meu personagem pra ir cuidar de outro em sua própria história. Talvez se não tivessem colocado assim, isso quebrasse a imersão, mas sinceramente eu preferia por fora. Esse elemento que colocaram foi equivalente aos Elísios no jogo anterior, que também tinha um mapa próprio. Mas Asgard na minha opinião é muito mais lindo, porém menor.


Os gráficos no geral estão mais bonitos, a primeira vista achei parecido com Odyssey, mas enquanto jogava, comecei a notar que coisa maravilhosa está. Aproveitaram muitíssimo bem o efeito de borrar o fundo  e é notável que a coisa ficou absurda de linda. Diversos momentos me peguei observando cenários lindos e super detalhados.
Uma coisa que trouxeram de volta e que tinha em algum dos jogos do Ezio, se não me engano Assassin's Creed Brotherhood, é a sua vila pra você melhorar. Nossa, como eu amava aquilo e aqui você pega os espólios do saque e constrói novas áreas na sua vila, fazendo ela crescer e te dar vantagens. É muito bom isso, muito gostoso mesmo.

Tem também várias atividades extras pra ir fazendo, como o duelo de bebida, mas sinceramente o que me chamou a atenção foi um jogo de tabuleiro chamado Orlog, que aliás eu acho que mostra uma clara tendência do mercado de games, semelhante ao que tínhamos nos anos 80 nos desenhos animados, que eram feitos pra vender brinquedos. Aqui no caso, eu jogaria tranquilamente Orlog Online e definitivamente me sentiria tentado a comprar uma versão física, porque gostei muito desse joguinho de dados e creio que a Ubisoft fez isso realmente pensando no que GWENT se tornou.
Inclusive isso chega a ser curioso, porque de forma não oficial, os mini jogos de tabuleiro/cartas/dados dentro de jogos de video game sempre mexeram com o povo e é possível ver isso com aquele jogo de cartas do Star Wars Knights of the Old Republic, que joguei demais e era viciado. Então anos depois descobri que os fãs criaram uma versão online e toda uma comunidade jogadora de Pazaak.

Enfim, Assassin's Creed Valhalla é um jogo que adorei, no começo achei meio maçante por ser parecido com Odyssey (que joguei até cair os dedos), mas acabou seguindo seu caminho com um climinha que me agrada muito mais e acho que é sim um jogo que vale a pena. Porém é preciso ficar atento que é outro AC, então se você é do tipo que tá enjoado com a franquia, certamente pode ter uma dificuldade em ver a coisa de forma geral como alguém que jogaria pela primeira vez, mas se não tiver problema em colocar isso de lado, deve gostar bastante. Recomendo sempre dar uma olhadinha no preço dele na Greenman Gaming antes de comprar na loja direta, algumas vezes os preços deles estão bem abaixo do normal, e sempre lembre de olhar os cupons de desconto que eles espalham pelo site, que deixa a coisa mais barata ainda, dê uma conferida aqui.

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