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Como a steam criou seus próprios monstros rivais

A steam é uma plataforma que se destacou no mundo dos jogos por estar no lugar certo, na hora certa e a história dos video games mostrou um caminho onde até pessoas comuns podiam entrar nesse mercado, e o acolhimento rápido e visão da Valve permitiram dominar o mercado sem concorrência. Muitas tentaram, mas simplesmente não deu, porém esse monopólio com o passar dos anos acabou por pesar e montar um ambiente cada vez mais perigoso, e o resultado foram rivais, primeiro bem vagabundos, mas cada vez ficando mais assustadores.

Nós vimos inúmeras empresas lançarem suas próprias plataformas com o passar dos anos, no entanto a maioria morreu pela ambição, enquanto outras até tiveram boas propostas, porém simplesmente não tiveram uma publicidade boa o suficiente ou conseguiram atingir um público grande o bastante, e o resultado foi simplesmente caírem no esquecimento.



Certamente o maior erro é não serem visionários e subestimarem os usuários. Os melhores exemplos são o Uplay e Origin, que tem seus diferenciais e atualmente são plataformas decentes, no entanto o fato de começarem errado já gerou uma má fama tão grande, que não adianto depois resolverem melhorar. Muita gente só teve uma má experiência e passou a falar mal eternamente.
Minha primeira experiência com o Uplay por exemplo foi um inferno. Foi com o Assassin's Creed 3, eu não lembro direito quanto tempo de download aparecia, mas era mais de um ano de espera com o PC ligado 24horas em uma conexão de 10mb. O resultado... Eu baixei o jogo pelo piratebay, copiei os arquivos pra pasta do jogo no Uplay e aí validei. Quem é que vai querer comprar um jogo original pra ter que baixar o pirata? No mínimo humilhante. Chegava ser ridículo!

O Origin por sua vez, apresentava ainda alguns conceitos velhos quando surgiu, por exemplo se saía um atualização para o jogo, ao invés do próprio programa atualizar, você tinha que ir no site por fora, baixar o patch e então instalar manualmente a atualização. Ainda era preciso ficar de olho pra saber se saiu ou não. Algo que era normal no começo da década de 2000, mas se você tem uma plataforma digital é exatamente para evitar esse tipo de coisa.

Engraçado que as donas dessa plataforma, a EA e a Ubisoft, são podres de ricas, tem uma quantidade enorme de títulos famosos, e um potencial absurdo para manter o público em um lugar. No entanto simplesmente não conseguiram concorrer com a steam, e fazendo papelões como você comprar um jogo deles na steam, aí ao abrir o jogo, ele primeiro abrir a plataforma da empresa e só então iniciar. Praticamente um "Pelo amor de Deus! Use nossa plataforma também!", e que no fim só acaba enchendo o saco.



E o motivo disso foi simplesmente a falta de visão e ambição. Elas queriam o que a steam tinha, mas sem ter que pagar por isso. Sem ter que investir, simplesmente "Ou gente, eu sou famosa! Agora usem minha plataforma, tá? Não precisa de servidor, não precisa de facilidade, não precisa de nada! Apenas que vocês usem!". Convenhamos que até acontece das pessoas preferirem usar algo pior pelo status, mas isso só acontece quando é algo pago é o iPhone e a Ferrari, agora que glamour tem em usar um bagulho grátis e inferior? As pessoas não são burras.

Claro que essas empresas perceberam que não tava dando certo, o resultado foi ter que melhorar o serviço. Mas o mal já tinha sido feito e as pessoas já estavam odiando, o boca a boca sobre a má qualidade do serviço estava por aí. Hoje por exemplo eu vejo que o Uplay tá bem legal e gosto muito por exemplo da moeda da ubisoft que você ganha em jogos e pode comprar DLC's com esse dinheiro. Eu não tenho problemas com o Uplay, mas não dá pra culpar quem passou pelo mesmo lance do AC3 e odeie eternamente a plataforma.

Nós vimos algumas empresas surgirem com ótimas ideias, mas pouca visibilidade, como a  Robot Cache, que apresentou um conceito inovador, que é o de vender os jogos de sua biblioteca para outros usuários, com a desenvolvedora recebendo uma porcentagem, facilitando demais a vida de todo mundo, com compra de jogos mais baratos e empresas não saindo perdendo por revendas.

E inclusive tivemos empresas visionárias, mas que acabaram nadando contra a maré, como foi o caso da CD Projekt Red, que surgiu com o GOG, e criou um mercado próprio, sendo a única restaurar jogos antigos que não rodam em PC's atuais e fazendo-os funcionar! Logo se expandiu para jogos atuais, mas a plataforma é DRM-Free e gerou um preconceito de muitos usuários e aquela velha história do trauma do Left 4 Dead 2 de graça.



Você vê que a GOG realmente conseguiu enxergar além dos lucros para se destacar, seja com o GOG Connect, que deu cópias gratuitas para os usuários que conectassem suas contas à da steam, até mesmo o GOG Galaxy, que se  tivesse sido lançado desde o início, seria uma concorrente cabulosa, mas o mercado já estava forte demais pro lado da Valve.

Ou seja, a GOG é uma empresa que tem a popularidade, tem ideias boas, tem um serviço bom, no entanto as ironias do destino acabaram fazendo com que ela não fosse a principal concorrente da steam e talvez o maior preconceito seja em cima da ausência de um DRM, que por mais que o GOG Galaxy compense de forma incrível, veio tarde demais.

Tiveram alguns que surgiram e pareceram até respostas, como os grupos de voz da steam, que foram cópias descaradas do Discord, que por sua vez, em pouco tempo foi lá e anunciou a loja de venda de jogos do discord, que parece uma cópia do que é a steam. Apesar de que pode ter sido uma coincidência, já que ela não demorou muito para anunciar, após os grupos da steam surgirem.

No entanto não dá pra dizer que a própria Valve não tem seus vacilos. Por um lado ela tomou uma atitude inovadora, que foi abrir as portas para o mercado indie e revolucionar os jogos de computadores, gerando empregos no mundo inteiro e fazendo até mesmo empresas de consoles não conseguirem resistir e não apenas abrirem as portas, como incentivarem pessoas comuns a irem para suas plataformas com jogos feitos em casa.



Mas em meio a tanta facilidade, jogos baratos, promoções maravilhosas, a Valve parece ter se acomodado com o fato das rivais não terem visão. Pois é fácil para o usuário dizer "Olha que merda, a Ubisoft ao invés de lançar Far Cry só na steam, fica lançando nessa merda de Uplay... Só pra dizer que tem a plataforma dela!". Bom, a real é que eu também pensava isso, mas a coisa é bem mais complicada.

Você notou que com o passar dos anos, as empresas foram lançando mais e mais plataformas? Mesmo vendo as complicações que outras enfrentaram. Mas afinal de contas pra que? Por que diabos a Rockstar tem o Social Club? Por que a Bethesda lançou o Bethesda.Net? Elas realmente acham que podem competir com a steam? Não viram como o Origin e Uplay, que suas donas são muito mais ricas e tem muito mais jogos, não conseguiram? Então pra que perder tempo? Pra torrar o saco do usuário?

Bom, e aí é que entra o grande vacilo da steam, porque ela mesma é que criou esses rivais, não porque queriam competir, mas porque era um caminho muito mais adequado. A comissão cobrada pela valve é simplesmente 30% do valor. TRINTA POR CENTO! Imagina? Uma empresa faz um investimento monstruoso em um jogo triplo A e pra por na steam o preço será o que? 10%? 15%? nada! TRINTÃO!

Se você fosse a Rockstar, você ia preferir ficar com esses 30% pra você ou dar tudo pra Valve? No fim, as empresas querem pegar ao menos uma parte do mercado. Fica difícil não querer, né? Com esses 30% em um jogo triplo A, dá pra manter uma plataforma e ainda lucrar uma porcentagem, ao invés de desperdiçar.



Mas aparentemente, a Valve só foi perceber isso em 2017, com o lançamento de Fortnite, que parecia ser só mais um jogo online que ia nascer e morrer, e com certeza ia morrer rápido, porque se The Mighty Quest For Epic Loot, que era bonitinho, era da Ubisoft e ainda foi lançado na steam, morreu, imagina um jogo da Epic que é menos famosa em uma plataforma nova que inicialmente ele seria o único jogo? Quem é que ia baixar um programa por fora pra jogar isso? Sem chances né? NÉ?

Mas o mundo gira e as oportunidades estão por aí o tempo todo. Ao mesmo tempo em que as outras empresas se lascaram por apresentar ideias em momentos errados, a Epic pegou o momento exato e deu um tiro certeiro. Ela observou a popularidade de PUBG, e resolveu fazer algo inusitado, permitir que aqueles que não tinham o jogo, pudessem jogar um Battle Royale de graça! Além disso se dedicou a fazer atualizações e cair pesado, sempre colocando mudanças.

Deu no que deu né? Quantidade monstruosa de jogadores, uma verdadeira febre, e os tradicionais 30% que iam pro bolso da steam, viraram ZERO POR CENTO. Imagina? Se a Valve cobrasse 5%, seria muito menos assustador e não ia ser um incentivo para empresas quererem criar suas próprias plataformas.

E aparentemente ela aprendeu a lição, pois no começo de dezembro de 2018, atualizou seu contrato com empresas de um jeito que ficou óbvio que era focado exclusivamente em jogos triplo A. Isso porque no novo contrato dizia que as empresas que conseguissem vender 10 milhões de dólares (Coisa que jogo indie não faz de jeito nenhum), ia diminuir pra 25%, e as que conseguissem 50 milhões em venda, iam diminuir pra 20%.

Talvez a Valve já estivesse sentindo o que iria acontecer em breve, porque poucos dias depois a Epic anunciou que iria se transformar em uma plataforma concorrente, passando a acolher jogos indie, mesmo aqueles que não fossem feitos na Unreal Engine (O inicializador da Epic já tinha alguns jogos, mas todos da Unreal até então). E pior, ela observou os erros das outras e começou do jeito certo, ao invés de focar em sensualizar e dizer o quanto é gostosa e por isso todos tinham que baixar, logo anunciou que distribuiria jogos grátis!

Enfim, e assim a vida anda. Empresas surgem e morrem, o mundo muda e impérios às vezes caem. Tem quem fique com raiva toda vez que uma empresa ouse lançar uma concorrente para a steam, no entanto concorrência sempre é benéfico para o consumidor, faz com que empresas se esforcem para superar as outras. A steam é maravilhosa, mas seria ruim se continuasse se esforçando sempre pra melhorar? Além do mais ninguém é obrigado a comprar fora da steam. Então acho que dá pra todo mundo tirar o melhor de dois mundos. Mas agora vamos assistir algo que toda empresa realmente tem que ter de verdade pra bater a steam:

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