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Clube da Luta 2 - Vamos conferir essa inusitada sequência

Eu já tinha comentado aqui sobre a ousadia em lançar Clube da Luta 2, isso porque é o tipo de sequência que realmente ninguém espera, ainda mais vindo do criador original. O mais comum é que esse tipo de obra seja lançado especificamente para se lucrar uma grana extra e assim os donos dos direitos autorais sugam mais da mesma fonte e na maioria das vezes isso acaba fazendo a coisa desandar. Mas aqui temos uma obra criada pelo próprio autor original, Chuck Palahniuk. Então o que esperar?

A história se passa vários anos depois da original e apresenta o protagonista dessa vez casado com Marla (Aquela mulher que ia às sessões de ajuda para se sentir bem). Os dois estão casados há nove anos e tem um filho pequeno. O casal é insatisfeito com a vida, no entanto a vida dos dois volta a ser agitada quando sua casa pega fogo e seu filho desaparece.

Para quem leu ou assistiu Clube da Luta, sabe que o protagonista não tem nome, ele é conhecido apenas como "O Narrador", algo que é feito de propósito para transmitir aquela sensação de ser qualquer um. A ideia de que ele somos todos nós, mas aqui ele ganha um nome, se chama Sebastian, e há várias outras pequenas modificações na obra, tornando sua essência diferente.

A própria ideia de um Clube da Luta 2 é bastante contraditória em relação à essência da original, pois ela era uma crítica ao consumismo. Mas Palahniuk anunciou a sequência e logo depois anunciou Clube da Luta 3 para sair também em quadrinhos. Isso bateu meio que aquela sensação de "Como assim?", mas o negócio é que a essência é mesmo outra.

Pra você gostar dessa HQ é preciso ler ela não como se fosse Clube da Luta 2, mas sim como algo que só é revelado na parte final é que ainda assim é algo difícil de se absorver. Você precisa ler Clube da Luta 2 como uma "obra do mundo real", ou seja, como se fosse uma revista informativa, falando sobre você.

Mais especificamente Clube da Luta 2 é uma crítica à cultura pop, e como personagens se tornaram mais importantes do que pessoas reais. No caso, a HQ usa o próprio Clube da Luta como exemplo. Você é uma pessoa, é vivo, é importante, certo? Tyler Durden é só um personagem, no entanto quem é mais conhecido? Com quem as pessoas se importam mais? Quem vai continuar existindo por mais tempo?

Essa é a ideia que você precisa ter quando for ler Clube da Luta 2, que aliás, é extremamente ousada. O autor começa contando uma história como se fosse mesmo uma continuação padrão, mas chega a um ponto que ele simplesmente faz uma parada brusca com um FIM e a coisa passa para o "mundo real".

A sensação que tive foi que no começo ele planejou uma história psicológica com um conceito extremamente interessante, algo semelhante a A Origem, mas chegou a um ponto de bloqueio mental que começou a filosofar sobre como a pressão em cima dele para fazer algo bom é enorme, sobre como aquilo NÃO tinha o direito de ser ruim.

Sendo assim, é preciso deixar claro que esse é o tipo de HQ que você precisa estar preparado na hora de ler, pois pode odiar com todas as suas forças, amar demais ou mesmo ficar confuso sobre o que realmente achou, pois a mudança repentina na coisa é bastante radical mesmo. Daquelas que ou você desliza com tudo, ou dá uma parada brusca e fica com a sensação de falta de um final.

Agora sobre a parte história mesmo, ela é interessante, mostra Tyler despertando em sessões semanais de hipnose, administrando os negócios por alguns minutos e então. Sebastian não tem ideia disso, ele pensa que está apenas fazendo uma consulta para se tornar uma pessoa melhor, mas o próprio Dr. é um dos seguidores de Tyler.

O humor ácido me fez dar boas gargalhadas diversas vezes, apesar de que há um certo exagero na "equipe" que ajuda Marla, torna a coisa meio surreal demais e menos pés-no-chão que o Clube da Luta original. Mas acaba combinando bem com a mídia em que a história foi distribuída (quadrinhos), com esse toque de exagero.

Essa HQ foi lançada originalmente em dez edições durante o ano de 2015, depois foi lançada uma edição encadernada em capa dura. No Brasil foi lançada também uma edição encadernada, pela editora Leya, mas sem capa dura. Por outro lado tem uns retoques bem legais, a parte do título é áspera, assim como os band-aids que aparecem nos rostos.

Enfim, Clube da Luta 2 é verdadeiramente uma HQ de Nicho, para quem nunca leu ou assistiu o primeiro Clube da Luta, não vai entender absolutamente nada. Já para fãs, é algo que pode causar múltiplas sensações, realmente depende da pessoa. Um extra bacana no final é a adaptação para quadrinhos do final do livro (que é diferente do filme). Caso você tenha interesse, pode dar uma conferida no link de afiliado Amazon.

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