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Memória - Um conto curtinho com um clima incrível!

Como todo mundo sabe bem, H.P. Lovecraft foi um escritor que adorava falar da grandiosidade do universo, de criaturas cósmicas que se ocultam em algum lugar do universo e de como a sua complexidade é tão além da compreensão humana, que meramente ver uma dessas é o suficiente para enlouquecer uma mente humana. Da mesma forma ele costuma falar sobre diversas peças antigas de monumentos em reverência a essas entidades e como elas são mais antigas que a humanidade.

Sendo assim, acredito que para qualquer um que já conheça os Mitos de Cthulhu, e comesse a ler o seu pequeno conto chamado Memória, é impossível não entrar imediatamente nesse climinha sobre o desconhecido e coisas misteriosas.

Uma das coisas que eu adoro em Memória e que sei que muitos sentem o mesmo ao terminar de ler, é aquela impressão de que sua mente se abriu para um mar de novas possibilidades e como foi incrível a forma do a forma do autos te conduzir por uma verdadeira viagem ao "Vale de Nis", onde se passa a história e há apenas dois personagens que conversam sobre a origem dos artefatos ali presentes. Esses personagens são um gênio que vive na lua e um demônio que vive no vale, e apesar de um curto diálogo, é realmente algo muito intenso e que faz pensar. Para quem se interessou, confira:

Memória

No vale de Nis a lua minguante amaldiçoada tem um brilho fraco, rasgando-se num raio de luz de fracos membros, através da folhagem letal de uma grande árvore. No mais profundo do vale, onde a luz não chega, se movem formas que não devem ser vistas. A erva cresce, exuberante, por todo o lado — trepadeiras daninhas, e outras plantas, trepam por entre as paredes de palácios em ruínas, enroscando-se fortemente sobre velhas colunas e monólitos estranhos, levantando os pavimentos de mármore que foram colocados por mãos esquecidas. Nas árvores gigantescas que crescem nos pátios desmoronados pulam pequenos macacos, enquanto dentro e fora dos profundos arcos dos tesouros se enroscam serpentes venenosas e bichos sem nome.

Grandes são as pedras que estão adormecidas sob um tapete de musgo úmido, poderosas foram as muralhas que se abateram. Os seus construtores as ergueram para durarem eternamente, e em verdade, serviram nobremente, já que o sapo cinzento ali faz a sua morada.

Na parte mais funda do vale situa-se o rio Than, cujas águas são lamacentas, repletas de ervas viscosas. Surge de uma nascente oculta e flui por grutas subterrâneas, de modo a que o Demônio do vale não sabe o motivo das suas águas serem vermelhas nem para onde se dirigem.

O Gênio que frequenta os raios da lua falou ao Demônio do Vale nestes termos:

-Sou velho e esqueci muito. Fala-me dos trabalhos, aspecto e nome dos que construíram estas coisas de pedras.

O Demônio replicou:

-Eu sou a Memória, sou sábio no saber do passado, mas também sou velho. Esses seres foram como as águas do rio Than, não puderam ser compreendidos. Não consigo lembrar dos seus trabalhos, porque foram coisas do momento. Recordo vagamente o seu aspecto, era como o dos pequenos macacos das árvores. Recordo bem o seu nome, porque rima com o do rio. Esses seres do passado eram chamados Homem.

E assim o gênio regressou voando para à fraca lua, e o Demônio ficou olhando fixamente um pequeno macaco subindo pela árvore que crescia no pátio arruinado.

[FIM]
H.P. Lovecraft


Caramba, ein? É impressionante como o cara consegue te fazer pensar sobre que criaturas misteriosas são essas, que tipo de descrição de monstro é esse semelhante a um macaco? E aí BAM ele faz a revelação, simplesmente espetacular. Quase deu para para ouvir uma voz de um narrador falando "E assim ele ficou olhando um pequeno macaco que subia em uma árvore, em algum lugar... Além da imaginação!", hahaha.

Levando em contata que a humanidade não existe mais e a ligação do conto com outras obras do autor, certamente algum dos grande antigos já se ergueu sobre a terra e trouxe o caos, eliminando de vez a humanidade. Eu adorei isso de no final você descobrir que não é algo atual falando de mistérios escondidos em um vale, mas algo pós apocalíptico e a humanidade já se foi há muito tempo. O que terá acontecido? Será que Cthulhu já deu um rolé pela vizinhança e mandou todo mundo pro além? E vocês, o que acharam do conto?

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