O The Game Awards 2025 já estava cercado de expectativas quando um gesto inesperado mudou o rumo das conversas. O desenvolvedor Vedinad, criador do indie Megabonk, pediu para que seu jogo fosse retirado da categoria Melhor Estreia Indie. Isso deixou todo mundo perdido, especialmente por ser um dos festivais mais desejados dos videogames, e só concorrer já chama muito a atenção.
Ao ser questionado o motivo, o desenvolvedor foi bastante sincero em relação à coisa. Ele explicou que não o tinham consultado para colocar nessa categoria, e que ele na verdade é um pseudônimo. Ou seja, apesar de na Steam estar que é o primeiro jogo lançado por "Vedinad", que viralizou e foi um verdadeiro estouro, ele é alguém que já lançou outros jogos, mas preferiu fazer algo de forma anônima dessa vez.
Sendo assim, achou injusto e como já havia lançado outros títulos sob diferentes nomes de estúdio, não se sentia confortável em competir como estreante. Geoff Keighley, organizador do evento, confirmou a retirada e elogiou a honestidade do criador, mas a decisão abriu espaço para um debate maior sobre os critérios da premiação.
Enquanto Megabonk deixava a disputa, outro título ganhava os holofotes: Clair Obscur: Expedition 33, RPG francês da Sandfall Interactive. O jogo conquistou 12 indicações, tornando-se o mais nomeado da história do TGA. Porém, sua presença nas categorias de Melhor Jogo Independente e Melhor Estreia Indie gerou polêmica.
Parte da comunidade gamer questionou se o título deveria ser considerado “indie”, já que foi publicado pela Kepler Interactive, uma editora que oferece suporte financeiro e de marketing a diversos estúdios. Mas especialmente o fato de que é uma empresa cheia de veteranos. Isso fez o povo se perguntar se era mesmo justo colocar uma empresa assim ao lado de um monte de desenvolvedores sozinhos.
Nas redes sociais, o caso de Megabonk foi usado como contraste. Se um criador se retira por não se considerar estreante, como justificar que um jogo apoiado por uma publisher concorra como independente? Essa percepção gerou críticas contra Clair Obscur, mesmo que o RPG seja amplamente elogiado pela crítica e já tenha vencido prêmios importantes, como o Golden Joystick Awards 2025.
O episódio escancarou uma fragilidade do The Game Awards: a falta de critérios claros para definir o que é indie. O termo, que já foi sinônimo de pequenos estúdios sem apoio, hoje se mistura com projetos financiados por publishers alternativas. Em 2023 tinha rolado treta exatamente pela mesma coisa, quando Dave the Diver dispertou a ira dos fãs.
No fim, o pedido de retirada de Megabonk não apenas marcou um momento histórico, por ser a primeira vez que um jogo foi retirado das indicações, como também colocou Clair Obscur no centro de uma discussão maior: em uma indústria cada vez mais híbrida, quem ainda pode se chamar independente?
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