[conto] Á espera da escuridão - Parte 2

Antes de ler essa parte do conto, leia Á espera da escuridão - Parte 1 porque se começar daqui não vai entender nada '-'

Após o incidente daquela noite, Homer partiu com os três estranhos, em o que ele ainda não sabia mas seria uma sangrenta estrada sem fim... Ele tremia de medo mas ao mesmo tempo tinha um sentimento fantástico, era algo tão surreal, ele tinha acabado de beber o sangue do próprio amigo e sabia o quanto era algo ruim mas a maravilhosa sensação de satisfação o dominava após experimentar seu sangue, era algo inexplicável e mais tarde descobriu o que havia se tornado, um vampiro... Aqueles três eram outros amaldiçoados, Jesse era o lider do grupo, sempre acompanhado de sua parceira amorosa Diamondback, o terceiro e mais assustador do grupo se chamava Severen.

Homer foi levado da cidade, não sabia para onde viajavam, simplesmente seguiam sem rumo, os sentimentos eram confusos, apesar de tantas brigas com seus pais, as vezes tinha vontade de ligar para eles e dizer que tinha sido sequestrado, de vez em quando percebia que sentia saudades mas nunca assumiria isso para alguém ou para si mesmo, simplesmente mentalizava que aquilo era tudo que queria para sua vida. Eles invadiam casas durante a noite, matavam famílias inteiras, no começo ele não tinha coragem, mas logo com toda aquela adrenalina, tudo começou a parecer tão comum, além disso o sabor e sensação que o sangue causava o incentivava, e logo começou a usar a arma que Severen lhe deu, em seu primeiro encontro, para matar suas vitimas, ele adorava descarregar o gatilho, se sentia tão acima da lei, sem limites para nada, apenas vivia intensamente, quem o deteria?

O sol era um problema, nos primeiros meses Homer ainda se atrapalhava e acabava se queimando, era uma dor indescritível, como se aquecessem uma frigideira e depois colocassem em sua pele, e depois a frigideira começasse a consumir a pele e queimar a carne e entrasse cada vez mais fundo, Severen gostava de dar sustos em Homer, fazendo com que ficasse apavorado com a luz do sol, se tornou seu pior pesadelo, ele chegava a chorar de medo em algumas das cruéis brincadeiras de Severen para assustá-lo, porém com o tempo Severen perdeu o interesse em assustar o garoto, mas o trauma de sair no sol ficou portanto sempre que havia uma mínima chance de ele ser exposto ao sol, ele arrumava um cobertor ou algo que pudesse se cobrir. Mas embora Homer tivesse esse problema com o sol, ele sentia que valia muito a pena, o dia não fazia tanta falta com os poderes que tinha, agora ele tinha um corpo super resistente que aguentava balas, isso tornava a diversão ainda maior ao invadir a casa de alguém ou algum estabelecimento, o garoto se sentia poderoso, ele podia fazer o que quiser com uma pessoa de qualquer idade, embora a maioria das pessoas não ousasse atirar nele por sua aparência de garoto de 13 anos, mas quando acontecia, ele não sentia dor, apesar de sentir que seu corpo foi ferido e saber o lugar, não incomodava e a feria se fechava rapidamente, principalmente se bebesse sangue. Também tinha ganhado uma força fora do comum, o que lhe permitia quebrar ossos de qualquer adulto, para Homer era um prazer indescritível ver pessoas muito mais velhas que ele tentando se defender e não conseguindo fazer nada. Os outros membros do grupo não estavam nem aí, ele podia fazer o que quisesse, e com toda essa liberdade que ganhou, começou a usufruir de cigarros e bebidas despreocupado.

Mas também havia algumas regras que o grupo seguia para sobreviver, uma delas era não deixar rastro, então sempre matavam todos que o viam, ninguém podia ficar vivo em uma casa ou estabelecimento, além de destruírem o lugar depois do ataque, os veículos que usavam também eram sempre abandonados queimados. Muitas vezes se separavam para caçar sozinhos, na primeira noite só, Homer ficou bastante nervoso, não era a mesma coisa de caçar com o grupo, mas logo percebeu que tinha que usar sua aparência como isca para as vítimas, fingia ser um garoto perdido dos pais para quando a pessoa virasse as costas ele atacasse, andava por bairros perigosos para ser assaltado e fazer os bandidos de vitimas, mas o seu alvo favorito eram escolas, por algum motivo ele tinha uma sensação de que era um ambiente familiar, gostava de matar professores, não sabia o que acontecia nos outros dias em horários de aula, mas gostava de imaginar.

Dois anos passaram e sua mente mudou, ele evoluiu mentalmente e também começou a pensar sobre o que seria viver a eternidade em um corpo de um garoto de 13 anos, e para piorar sua situação, ele ainda parecia mais jovem que isso, costumava se queixar para os outros membros com a mesma frase "Você sabe o que é se sentir grande num corpo de criança?", o garoto se sentia só, se preocupava com a repetição, às vezes olhava para Jesse e Diamondback e sentia inveja de ver um casal que iria se amar para sempre literalmente enquanto ele seguiria só, e decidiu que iria transformar alguém. Na primavera de 1983 em um de seus ataques ele a viu, uma garota perfeita, linda, naquele momento ele soube que aquela era a garota que ele gostaria de passar o resto da eternidade. Sem pensar ele se aproximou, ela estava na frente da escola, o garoto fingiu-se de triste e desesperado, disse que precisava de ajuda com os deveres de casa e que tinha ficado até tarde na escola para estudar mas não conseguia fazer, a garota ficou surpresa com o repentino aparecimento do garoto, estava prestes a ir para casa mas sentiu pena e decidiu ajudá-lo porém antes de retornar à escola ele a mordeu e a escondeu para depois chamar ajuda, o grupo levou a garota. Naquela noite houve uma discussão violenta, Jesse chamou Homer de irresponsável, ele sabia que não podia transformar alguém assim e ameaçou matar a garota mas ao fim Diamondback acabou interferindo, e falou com Jesse que uma hora o garoto iria precisar de um par, e assim Jesse permitiu, ela se chamava Mae e demorou ao menos um ano para a garota conseguir matar alguém, ela não era violenta como os outros do grupo, era sensível, lamentou por se afastar de seus pais e amigos mas começou a admirar a vida, as coisas pequenas, ela gostava de observar a lua, as estrelas, Homer a amava mas se decepcionou, ela não sentia nada por ele e não havia nada que pudesse fazer, aquilo o torturava, ele sabia que era sua aparência, ele era apenas um pirralho, apenas continuava a tentar agradá-la mas não tinha muita esperança, até que em 1986 quando tinha 19 anos, ele notou que a única pessoa que poderia amá-lo, seria alguém que soubesse como é ter essa aparência, ele precisava transformar alguém ainda jovem e esperar crescer para finalmente ter alguém, mas não ainda, não podia repetir o erro que cometeu na outra vez, tinha que esperar...

Em uma noite 1987 Mae decidiu dar uma volta sozinha, disse que iria tomar um sorvete, dar uma volta pelas redondezas onde estavam, e saiu... Às 6 da manhã do outro dia ela chegou assustada, algo havia ocorrido, ela disse que havia conhecido um cara e mordido mas não o tinha matado. O grupo se assustou, ninguém podia sair vivo, mas era dia, porém não havia outra maneira, tinham que achá-lo, Mae disse que o havia deixado em uma estrada, todos eles sabiam que o efeito após ser mordido era muito desagradável, ele deveria estar fraco, eles precisavam achá-lo, por sorte o carro em que estavam atualmente era um trailer, Homer pegou um cobertor, os outros também, entraram rapidamente no veículo que já tinha suas janelas cobertas para impedir a entrada de sol e partiram, na estrada brigavam muito com Mae, Homer não ligava, ele estava enfurecido com esse cara, não podia ter sido apenas mordido e solto, ele sabia que Mae devia gostar dele, e por isso Homer queria que ele morresse o mais rápido possível, segurava com força sua arma, ele queria estourar a cabeça desse cara...

[continua...]

Galera a forma que esse conto irá continuar será meio diferente então a continuação da história será na verdade a revelação do motivo de eu ter escrito esse conto e também irá esclarecer bem mais tudo que está ocorrendo, eu sei que o conto está indo rápido demais e que muitos esperavam que eu não pulasse para anos tão rapidamente, mas o conto foi feito para ser assim mesmo, ele era pra ter só uma parte mas a parte 1 foi longa demais e desde o inicio o meu objetivo era chegar ao ano de 1987, por isso dei o aviso no começo do conto que não seria algo que eu iria parar para desenvolver muito, porque era pra ser rápido... Mas confiram agora o final da história.

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