Jogos que misturam tiro, exploração e elementos de RPG costumam chamar atenção por oferecerem liberdade de ação com um tempero narrativo bem forte. O jogador não só aperta o gatilho, como também se vê preso em tramas que muitas vezes envolvem teorias malucas, experimentos estranhos e universos alternativos. Títulos como BioShock, Prey e Deus Ex vivem nessa pegada, onde o cenário é quase um personagem à parte. Esse tipo de experiência atrai justamente por entregar ao mesmo tempo pancadaria, mistério e a sensação de estar no controle da própria história.
Atomic Heart 2 continua a explorar aquele mesmo universo com visual retrô e vibe distorcida de uma linha do tempo alternativa. Só que agora as coisas escalam. O ambiente de ficção científica, antes mais concentrado, ganha proporções maiores, mexendo com o mundo todo e não apenas uma região isolada. Ainda assim, a proposta segue sendo deixar o jogador navegar por um mundo cheio de decisões, lugares para investigar e perigos que nem sempre estão óbvios.
O foco continua em misturar combate com liberdade de escolha, mas com um sistema mais trabalhado. Dá pra fazer combinações entre armas e habilidades da luva tecnológica, criando possibilidades novas pra enfrentar inimigos de forma estratégica ou simplesmente na base do caos. O uso das duas mãos ao mesmo tempo também ganha importância, ampliando as opções de como agir nas lutas.
No meio disso tudo, a história segue viva, com personagens antigos voltando, novos dando as caras e uma trama que tenta ampliar o que foi apresentado anteriormente. O RPG se mostra mais encorpado, com mais atividades espalhadas e aquela tentativa de fazer o jogador se sentir dentro de um mundo que está se movendo o tempo todo, mesmo que ele só esteja parado olhando o cenário. É uma proposta que tenta balancear ação intensa com narrativa densa.
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