Jogos de terror que utilizam o conceito de anomalias e ambientes repetitivos ganahram uma certa popularidade. Isso porque conseguem criar um tipo específico de angústia: a sensação de que a realidade está se despedaçando aos poucos. Combinando mecânicas simples como observar, registrar e sobreviver, essas experiências mergulham o jogador em atmosferas densas e silenciosas, onde cada detalhe visual pode significar uma ameaça. A estética inspirada em fitas VHS, câmeras estáticas e sons abafados potencializa o desconforto, aproximando o terror mais do psicológico do que da ação direta.
Captured 2 apresenta a história de Emily, uma adolescente que desperta em um espaço que se transforma constantemente, sem conseguir lembrar como chegou ali. Ela está presa dentro de um apartamento que não se comporta como um lar comum: os cômodos mudam, o tempo parece não existir e a única ferramenta confiável é uma câmera. Ao registrar eventos estranhos — as tais anomalias — ela começa a recuperar fragmentos de memória, ao mesmo tempo em que se afasta da sanidade. O terror aqui não está apenas no que se vê, mas no que é sugerido pelo silêncio e pela repetição.
Neste ambiente claustrofóbico, brinquedos de infância ganham formas monstruosas e se tornam caçadores implacáveis. Cada um deles exige uma forma diferente de ser enfrentado, transformando cada encontro em um novo desafio. O jogo aposta em recursos visuais e sonoros que remetem ao final dos anos 90, evocando lembranças desconfortáveis e uma nostalgia distorcida. Ao explorar esse corredor sem fim, o jogador não apenas tenta sobreviver, mas também entender o que é real, o que é memória e o que é pura ilusão.
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