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Censura de jogos foi feita por pressão de grupo australiano a Visa, Master e PayPal

A Austrália é um dos países de maior destaque em censura e banimento de games. No entanto, 2025 provou que isso poderia se expandir para outros países. Primeiro a comunidade gamer se surpreendeu ao ver títulos adultos sendo banidos de lojas digitais como Steam e Itchio, sem entender o que estava acontecendo. Isso deixou muitos gamers confusos sobre o quanto era estranho as empresas de cartão de crédito terem feito essa pressão. Afinal de contas, elas não querem apenas lucrar? Então por que motivo agiriam de forma tão puritana? Foi então que um coletivo se manifestou para assumir a autoria. 
 
 
Após uma campanha de um grupo australiano anti-pornografia. Dezenas, centenas ou até milhares de “jogos apenas para adultos” desapareceram das prateleiras virtuais em poucas semanas, depois de lojas como Steam e Itch.io ajustarem suas políticas para atender a regras mais rígidas impostas por operadoras de pagamento como Visa, MasterCard e PayPal. Esses processadores de pagamento foram pressionados por uma carta aberta do coletivo Collective Shout, que afirmava ter encontrado centenas de jogos com conteúdo sexual adulto e exigiu que interrompessem as transações com plataformas que os hospedassem. Como resultado, a Steam alterou sua política interna em meados de julho e removeu dezenas de jogos suspeitos, e o site Itch.io simplesmente deindexou (tirou de suas buscas) toda a categoria de jogos NSFW, retirando do ar qualquer título adulto até que essas regras fossem cumpridas.

O grupo Collective Shout

O movimento por trás da campanha é o grupo australiano Collective Shout, fundado em 2009 pela ativista Melinda Tankard Reist. O grupo se apresenta como uma rede de ativistas populares contra a objetificação das mulheres na mídia. Tankard Reist já atuava contra publicidade erótica e campanhas sexistas. Em abril de 2025, o grupo conseguiu banir o jogo No Mercy (que retrata violência sexual) em diversas plataformas. 
 
Em seguida, publicou uma carta aberta a Visa, MasterCard, PayPal e outras fornecedoras de serviço de pagamento afirmando que havia “descoberto centenas” de jogos com “violência sexual e outros temas perturbadores” nas lojas Steam e Itch, e pedindo que demonstrassem responsabilidade corporativa deixando de processar pagamentos nessas plataformas. Após a Steam alterar suas regras, o Collective Shout assumiu o crédito pela mudança, dizendo que mais de mil apoiadores haviam ligado e enviado e-mails para pressionar os bancos a “parar de viabilizar esses jogos”.

Pressão dos processadores de pagamento

O Collective Shout deu aquela concentrada na insatisfação dos membros para pressionar os gigantes do cartão de crédito. Naturalmente alguns gamers enfurecidos começaram a ligar e enviar e-mails em massa para Visa e MasterCard, cobrando explicações sobre o boicote aos jogos adultos. Representantes dessas empresas responderam que seguem apenas a lei e as próprias regras de uso das redes, sem fazer julgamentos morais sobre compras legais. Ainda assim, em comunicado público o Visa lembrou que não modera o conteúdo vendido por seus clientes e que, se a transação é legal, seu compromisso é processá-la normalmente. 
 
Ou seja, basicamente foi um jogando a culpa no colo do outro, mas a pressão maior ficou mesmo para os métodos de pagamento. A reação dos consumidores – incluindo abaixo-assinados com mais de 150 mil assinaturas e manifestações públicas – forçou as empresas envolvidas a se posicionarem. No fim de julho de 2025, a própria Visa divulgou resposta padrão dizendo que “processa qualquer compra legal” e não interfere no catálogo dos lojistas, numa tentativa de tentar se livrar da crítica de censura financeira.

Respostas das plataformas

As empresas atingidas também falaram. A Valve (responsável pela Steam) confirmou à imprensa que revisou suas regras em 16 de julho de 2025 e que “aposentaria” diversos jogos da loja para atender às novas exigências dos processadores, e assim fez. Não foram divulgados nomes, mas ficou claro que entraram na mira títulos adultos sem aviso prévio. Inclusive teve uma baita polêmica com o jogo VILE: Exhumed, que até quem ativou keys do jogo, teve eles retirados de suas contas, coisa que a Valve normalmente não faz.
 
Já o Itchio foi mais direto em sua nota oficial: afirmou ter sido “colocado sob escrutínio” pelos processadores e, para continuar em funcionamento, decidiu remover do índice de busca todos os jogos marcados como NSFW. “Foi uma decisão urgente para proteger nossa infraestrutura de pagamentos”, explicou a plataforma, que pediu desculpas por não ter avisado os desenvolvedores antes da mudança brusca. Em seguida, o Itchio divulgou uma lista detalhada do que não era mais aceito – incluindo obras com qualquer violência sexual, temas de menores, bestialidade etc. – procurando tranquilizar criadores de conteúdo adulto de que poderão readaptar seus jogos dentro de novas regras mais estritas.

Jogos afetados e polêmica LGBT

Segundo reportagens, mais de 20 mil jogos foram removidos da categoria adulta do Itchio em poucas semanas. Entre eles estavam não apenas títulos pornográficos, mas também jogos premiados ou de cunho artístico. Por exemplo, foram citados jogos independentes sobre temas adultos sem sexo explícito – como o Last Call (que aborda abuso doméstico e recuperação por meio de poesia) – e até obras LGBT só de namoro (sem foco em sexo). 
 
Isso causou revolta da comunidade gamer LGBT, com acusações de homofobia em relação ao grupo, no entanto, a Collective Shout se defende, dizendo que o foco de sua ação é em violência sexual. O jornalista Robert Yang, criador do game Radiator 2 sobre identidade queer, criticou o grupo e os bancos por travarem uma “guerra cultural contra pessoas LGBTQ e a expressão sexual”. Desenvolvedores de outros títulos acusam ainda que para esses ativistas conservadores qualquer tema LGBTQ acaba sendo automaticamente tratado como conteúdo adulto impróprio.

Reações e implicações

Bom, esse foi um caso que movimentou bastante a comunidade gamer, gerando debates sobre censura e liberdade digital. Muitos criadores enxergam precedentes perigosos: uma censura privada sem clareza legal, conduzida por pressão financeira. Em petição pública na Change.org, mais de 200 mil pessoas defendem que VISA e Mastercard “interferem em entretenimento legal” e pedem o direito de escolha livre do consumidor. 
 
Por outro lado, o Collective Shout diz que não buscava apagar todos os jogos adultos, apenas aqueles com violência de gênero, e que processadores têm o direito de escolher que produtos viabilizar como parte de sua responsabilidade corporativa. O caso acendeu ainda alertas globais: governos do Reino Unido e EUA voltaram a discutir filtros de idade e leis de segurança online para menores, enquanto especialistas questionam até onde vai o poder das empresas financeiras para regular conteúdo. Para a comunidade gamer e desenvolvedores independentes, a campanha marca um ponto de inflexão na luta pelo futuro da liberdade criativa digital.
 
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