Disco Elysium - The Final Cut faz parte daquele grupo seleto de jogos que tratam RPG como uma extensão da mente do jogador. Ele segue a linha de obras como Planescape: Torment e Fallout, onde o foco não está em combate ou loot, mas sim em diálogos, decisões morais e personalidade. É o tipo de jogo onde o papel que você interpreta pode ser mais importante do que vencer ou perder.
Disco Elysium - The Final Cut coloca o jogador no papel de um policial que acorda em um quarto de hotel destruído, sem memória do próprio nome. A investigação de um assassinato vira pano de fundo para um mergulho profundo na psique de um personagem completamente instável, guiado por vozes internas e conflitos ideológicos.
Ao invés de atributos clássicos como força e agilidade, o sistema de habilidades se baseia em aspectos psicológicos que disputam o controle das decisões. As conversas são carregadas de intensidade, e a cidade onde tudo se passa está cheia de figuras com passados complicados e histórias densas, que influenciam diretamente o rumo da narrativa.
A jogabilidade gira em torno de explorar livremente a cidade, interagir com o cenário e personagens, e tomar decisões que podem ir de discussões políticas a ações bizarras como dançar no meio da rua. A personalização do personagem vai além de roupas ou armas, incluindo pensamentos fixos que alteram sua visão de mundo e reações futuras.
O jogo é completamente dublado em inglês, com cada personagem interpretado com cuidado, reforçando a imersão e a sensação de estar vivendo algo mais teatral do que tradicional. No fim, Disco Elysium - The Final Cut é um RPG que trata o jogador como um autor, não um herói, e que oferece liberdade pra ser tanto um gênio quanto um completo desastre.
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