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[Conto] O pianista demoníaco

Meu nome é Adam e sou um detetive da polícia de Nova York, vim por meio desta registrar um ocorrido do ultimo caso que estávamos investigando. Havia boatos de desaparecimento em uma parte esquecida da cidade, após algumas buscas da polícia a única coisa que encontramos foi uma casa velha, feita de madeira onde um idoso conhecido como “Velho Iblis” dava aulas de piano para jovens, e por mais pobre e perigosa que fosse a área da cidade, aquele local era bem frequentado. A maioria dos jovens tinham entre 10 a 14 anos, até então decidi não interferir mais do que isso, observei de longe.

Conversei com um garoto de 17 anos o qual não revelarei o nome, esse frequentava a aula e vivia em um orfanato que pagava sua conta, ele concordou me ajudar nessa investigação, pois obviamente Iblis era um suspeito. Eu buscava o garoto todo dia após as aulas, ele me contou que foi escalado para comparecer á aula em outro horário devido á seu ótimo desempenho, e que isso ocorria com todos os alunos geniais do velho, a parte estranha é que o horário escalado eram 03:00 da madrugada.

Após isso, percebi que estava mais do que na hora da polícia intervir, o local era pequeno e não apresentava acomodação para muita ameaça, então consegui um mandato de busca. Eu e meu parceiro, Todd, nos dirigimos ao local equipados com uma arma em cada coldre, eram 03:00 da madrugada, nos asseguramos de que nosso cooperador estava em segurança na delegacia. Descemos da viatura e nos dirigimos até a porta sacando nossas armas.
“ - Polícia! Estamos entrando! “ - Gritei enquanto aproximava minha mão da maçaneta.

Antes que eu pudesse toca-la, a mesma girou sozinha e a porta se abriu. Entrei cautelosamente verificando atrás da porta se havia alguem, enquanto Todd me dava cobertura e reclamava do mau cheiro que ali havia. Não foi dado um passo e a porta se fechou rapidamente deixando o local todo escuro, fiquei desesperado e comecei a tenta-la abrir, até disparei contra a fechadura, e nada.

“ - Jesus Cristo, Todd, estamos presos... vamos rodar a casa e ver se achamos algo, fique por perto “ - Disse enquanto tirava uma lanterna do bolso e a ligava.

Andamos por um corredor enorme com um tapete preto, a casa parecia vazia, mas conseguia ouvir alguns ruídos. Portas batendo, madeira rangendo, meu sangue estava fervendo, admito, estava morrendo de medo. Foi quando um grito de horror cortou o ar, seguido de um disparo, instintivamente olhei para trás para ver onde estava Todd, foi quando vi a coisa mais horrível que eu poderia imaginar. Uma figura encapuzada, segurava em sua mão uma faca ensanguentada cheia de símbolos e com uma cabeça de cobra esculpida na ponta. Todd estava agonizando com a mão na garganta enquanto seu sangue caía na mão da criatura que soltava gargalhadas. Sem tempo pra pensar disparei duas vezes contra a figura e saí correndo pelo corredor, corri, corri, corri... até que dei de cara com uma porta entreaberta, de lá vinham sons de piano e uma luz.
Cautelosamente me aproximei com a arma, e abri a porta. Haviam três pessoas muito jovens, todas acorrentadas, suas cabeças raspadas e cada um com um pentagrama desenhado de sangue em sua testa. Suas bocas e olhos estavam costurados, e por mais que eu as chamassem e puxasse-as pelo braço, elas simplesmente voltavam a tocar sem expressão. Uma delas estava reagindo, tentava escapar, quando percebi imediatamente disparei contra a fonte das correntes e a liberei, peguei-a no colo e busquei desesperadamente por uma saída.

Encontrei uma porta nos fundos, a qual consegui arrebentar. Saí pra rua com a criança no colo e comecei a correr para a viatura, não havia ninguém lá fora e estava frio, senti um cheiro forte de enxofre, e tentei contatar a polícia com o celular mas ele não funcionava. Foi quando coloquei a criança no carro, o que foi difícil, pois ela não parava de se debater. Vejo um vulto passando atrás de mim pelo vidro da viatura, rapidamente me esquivo para o lado evitando uma perfuração. Quando dou de cara com a figura encapuzada.
“Você não pode levar essa criança ainda, não terminei de sugar a alma dela!” - Dizia o demônio.
“C-coloque as mãos para cima!! Senão eu atiro!!” - Gritei inutilmente, a criatura continuava chegando perto.
“Quando tocamos, quando cantamos, expomos nossa alma, que forma melhor de saber se uma alma é rica, senão expondo ela através do talento? Essa alma jovem, cheia de inocência, talento e pureza... Ela pertence á mim!” - Se aproximava rapidamente segurando a faca e gargalhando.

Consegui ver seus dentes, estavam sujos de sangue, puxei o gatilho sem medo e descarreguei o pente em seu peito. Inútil. Após alguns gemidos ele tornava a se arrastar. Corri para dentro da viatura e a liguei, ativei a ré e passei por cima daquilo. Após sentir o impacto liguei os faróis e tornei a passar por cima do demônio, dessa vez sem cessar, fui embora dali com a criança.

Na mesma noite contatei a polícia, e levei a criança para o hospital, conseguiram salva-la. Apesar do trauma disseram que ela vai ficar bem. A polícia visitou o local, disseram que não acharam NENHUMA evidência do ocorrido, eu certamente seria preso ou internado se não tivesse recuperado essa criança. Não sei o que aconteceu ali exatamente, nem o que era aquilo dentro da casa, apenas que os jovens que frequentavam a aula especial e o velho Iblis nunca mais foram vistos...

Curiosidade : Iblis = Demônio em Turco.

Autor: Roullien Henrique


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Esse é um dos contos que concorreu no concurso de contos de terror do blog.

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