"Pisque Duas Vezes" filme de suspense sinistro que envolve a alta sociedade e cultistas

O submundo é algo que nos atrai demais, indo desde coisas no mundo real, como Tóquio Proibida, até ambientes de fantasia, como os cultistas do jogo de tabuleiro de Bloodborne. E definitivamente o submundo dos cultos consegue gerar tudo quanto é obra peculiar. "Pisque Duas Vezes" é um filme que aborda isso na alta sociedade.

 

"Quando o bilionário da tecnologia Slater King (Channing Tatum) conhece a garçonete Frida (Naomi Ackie) em seu baile de gala para angariar fundos, a atração entre eles é inegável. Ele logo faz a Frida um convite irresistível: juntar-se a ele e seus amigos numas férias dos sonhos em sua ilha particular. É o paraíso. Noites selvagens se misturam a dias ensolarados, e todos estão se divertindo muito. Ninguém quer que a viagem acabe, mas como situações estranhas começam a acontecer, Frida também começa a questionar, sobretudo, a sua realidade. Há algo de errado com este lugar, e ela vai ter que descobrir a verdade se quiser sair viva dessa grande e estranha festa. Com um elenco que inclui Naomi Ackie, Channing Tatum, Alia Shawkat, Simon Rex, Adria Arjona, Haley Joel Osment, Christian Slater, Kyle MacLachlan e Geena Davis, Pisque Duas Vezes é o eletrizante novo thriller psicológico dirigido por Zoë Kravitz." 

 

Particularmente achei o primeiro trailer uma bela BOSTA, parecendo ter sido editado por alguém focado em comédia. Por isso, para vocês não desistirem, coloquei primeiro o segundo trailer. E no fim o trailer de acessibilidade. Confira:

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Sobre Cultistas

 

Cultos sempre exerceram um fascínio sombrio sobre a imaginação das pessoas, talvez porque mexam com os medos mais profundos e primitivos. A ideia de um grupo de indivíduos dedicados a uma crença ou figura misteriosa, dispostos a fazer qualquer coisa em nome dessa devoção, é assustadora e intrigante ao mesmo tempo. No fundo, os cultos desafiam nossa necessidade de controle e ordem, apresentando um mundo onde a razão é deixada de lado e o irracional reina. Isso faz com que eles sejam um tema recorrente em várias formas de mídia, desde filmes a séries de TV e até jogos. No cinema, o conceito de culto aparece de diversas maneiras, seja como um grupo de fanáticos religiosos ou como seguidores de entidades sobrenaturais. Esse tema proporciona uma rica fonte de histórias que exploram o medo do desconhecido, a vulnerabilidade humana e a corrupção da alma.

Filmes como "O Bebê de Rosemary" de 1968, dirigido por Roman Polanski, mergulham o espectador em um ambiente de paranoia e terror, onde uma jovem mulher grávida se vê rodeada por vizinhos aparentemente inofensivos que fazem parte de um culto satânico. A forma como o filme constrói o terror psicológico, sem mostrar explicitamente as práticas do culto, faz com que a imaginação do espectador trabalhe o tempo todo, criando uma tensão constante. Outro exemplo icônico é "O Homem de Palha" de 1973, onde um policial é levado a uma ilha isolada e descobre que os moradores locais praticam um culto pagão com rituais bizarros e perturbadores. A trama se desenrola de maneira que o espectador, assim como o protagonista, se sente cada vez mais perdido e apreensivo, até culminar em um final chocante que desafia as expectativas.

"Hereditário" de 2018, dirigido por Ari Aster, é outro filme que explora o tema de cultos de maneira arrepiante. A história segue uma família que lida com a perda e o luto, apenas para descobrir que estão presos em uma rede de segredos sombrios e rituais macabros. O filme combina elementos de horror psicológico com o medo do sobrenatural, resultando em uma experiência cinematográfica que é tanto perturbadora quanto emocionalmente intensa. "Midsommar", também de Ari Aster, segue um grupo de amigos que viajam para um festival de verão em uma remota vila sueca, apenas para serem gradualmente envolvidos em práticas de culto disfarçadas de tradições culturais. O contraste entre a beleza do cenário diurno e a natureza sombria das atividades do culto cria uma atmosfera única, onde o horror é intensificado pela luz do dia, ao invés da escuridão.

Além desses exemplos, há outros filmes que abordam o tema de cultos de maneiras igualmente impactantes. "A Bruxa" de 2015, dirigido por Robert Eggers, mergulha no medo do desconhecido e nas suspeitas que podem levar à paranoia e à histeria coletiva, ao retratar uma família isolada na Nova Inglaterra do século XVII, que começa a desconfiar de que há uma presença maligna em seu meio. "O Sacrifício do Cervo Sagrado" de 2017, dirigido por Yorgos Lanthimos, embora não seja sobre um culto tradicional, lida com rituais de vingança e sacrifício que evocam a ideia de uma força implacável que exige devoção e obediência cegas. Esses filmes, entre muitos outros, mostram como a ideia de cultos é um tema versátil e poderoso, capaz de explorar diferentes aspectos do medo e do comportamento humano.

Os cultos, na cultura pop, refletem nosso medo do desconhecido e da perda de controle sobre nossas próprias vidas. Eles servem como metáforas para as influências que nos moldam, sejam elas religiosas, sociais ou culturais. E talvez seja por isso que o tema continue a ser tão fascinante. Em um mundo onde buscamos constantemente respostas e certezas, a ideia de algo que foge à compreensão racional e que exerce um poder avassalador sobre as pessoas é aterrorizante e, ao mesmo tempo, irresistivelmente intrigante. Na ficção, os cultos nos lembram de que, por mais que tentemos entender e controlar o mundo ao nosso redor, sempre haverá forças além do nosso alcance, capazes de desafiar nossa percepção da realidade e nos levar a lugares sombrios onde a razão não pode nos seguir.