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Rustin Parr - A verdadeira história da Bruxa de Blair

Como já falei aqui no blog na matéria da Mitologia da Bruxa de Blair em português, a história é bastante controversa e enquanto a opinião dominante é de que tudo foi uma grande armação, existe quem creia que a única farsa foi o próprio filme, mas que é tudo baseado em algo real. E uma das coisas mais intrigantes é a história de Rustin Parr, que consegue se destacar bem mais do que a história da própria Bruxa.



Rustin Parr nasceu em 1903 no condado de Frederick, Maryland e viveu com seus pais até o ano 1913, quando por desgraça eles faleceram e sem ter mais com quem viver, se mudou para Burkittsville, onde seus tios o acolheram. No entanto o tio era um homem violento e abusava do garoto, apesar de tudo o ensinou carpintaria, coisa que Parr passou a praticar pelo resto da vida, pois nunca estudou para escolher outro caminho.
Com a violência do tio, ele passou a gostar de tranquilidade e o vilarejo tinha muito a oferecer, pois era cercado por um imenso bosque. Parr adorava entrar neles para caminhar e passar o tempo. Ficar sozinho era algo agradável. Foi a forma como o garoto cresceu, trabalhava com o tio e em seus tempos vagos se isolava no bosque.

Em sua vida adulta, decidiu ficar de vez por lá e assim começou a construir uma casa na encosta do riacho. Levou cinco anos pra ele finalizar e o lugar era bastante distante, a pé levava quatro horas de caminhada, usou madeira da própria floresta e fez tudo sozinho. No fim das contas tinha uma casa com um total de quatro pisos; o porão, a entrada e um andar superior e um sótão.

Nessa época ele tinha vinte e poucos anos e continuava indo à cidade para trabalhar na loja do tio, pegar serviços de carpinteiro que o povo do lugar ou de fora pediam. Seguiu assim por alguns anos até que sua tia morreu. O tio ficou arrasado com o acontecimento e decidiu se mudar para Baltimore.

Rustin gostava bastante do bosque e construiu a casa nele exatamente porque agradava a calma. Com a ida do tio ele não assumiu o negócio, ao invés disso decidiu só viver sua vida em solidão mesmo. No entanto a população de Burkittsville o conhecia, pois vivia ali desde criança e também cerca de duas vezes por ano ele ia até a cidade para pegar suprimentos.

Apesar de não o verem muito, os relatos sobre ele eram positivos, um homem quieto que fumava muito cachimbo e apesar de calado e isolado, muito amistoso. Vez ou outra os moradores também o encontravam no bosque, já que ele fazia caminhadas e coletava parte de seus suprimentos na própria natureza, além de trabalhar com carpintaria em coisas para sua própria casa ou itens para trocar na cidade.



Quando chegou na casa dos 30 anos é que as coisas começaram a ficar sombrias. Certa noite, Parr teve a impressão de ver uma mulher, usando um manto negro, andando pela floresta. Ele achou ter sido só impressão, já que era bem distante da cidade e não parecia ser uma pessoa caçando. Porém ele começou a ver a figura frequentemente.

Ele passou a ver a figura frequentemente e não sentiu medo, pois morava sozinho no meio do bosque então pra ele era só uma pessoa andando por algum motivo esquisito. Até que ele decidiu se aproximar, mas se surpreendeu ao ver que não tinha ninguém ou a pessoa sumiu na escuridão. Tentou isso várias vezes e começou a ficar encabulado.

Foi então que a coisa ficou mais tensa, pois ele passou a ouvir ela falando algo esquisito, com uma voz horrível, de mulher velha, e em línguas que ele não compreendia. As vezes em inglês, mandando ele fazer coisas bobas e sem lógica. A voz dela começou a surgir mesmo sem ele a ver, especialmente quando ia dormir, ele ouvia atrás da janela, do lado de fora da casa.

Até então ele ainda tava firme com a coisa e acreditava que, ou eram ruídos naturais causados por bichos, vento, etc (já que a voz parecia falar em uma língua estranha e soava de forma bizarríssima), ou era uma pessoa que estava rodeando a cabana, mas em sua inocência não pensava em ladrão, assassino ou algo assim, apenas imaginava que era uma esquisitona fazendo algo que ele não tinha ideia o motivo.

Parr só começou a ficar com medo quando ele viu pela primeira vez a mulher durante o dia, e sumia como na noite. Sua voz também começou a soar cada vez mais alta, como se estivesse próxima a ele, mas não a via. Os pedidos para ele fazer coisas continuavam, eram pedidos sem noção e em seu relato ele citou como exemplo uma vez que ela mandou ele dormir por uma semana no porão.

O homem notou que quando ele obedecia e fazia essas coisas, ela desaparecia por um tempo. E para ter paz, ele simplesmente fazia. A mulher também começou a aparecer dentro da casa durante a noite, ele nunca conseguia ver seu rosto, mas falava em suas línguas esquisitas como se ordenasse algo, e em meio às várias falas, as vezes dizia algo em inglês, repetindo até ele fazer.

Em novembro de 1940 é quando a coisa ficou feia, ele já não via mais a mulher, porém sua voz continuava falando. E ela mandou que fosse até o povoado e capturasse as duas primeiras crianças que encontrasse. E continuou pedindo, no total foram oito crianças, sendo uma delas um menino chamado Kyle Brody, que foi o único sobrevivente.

Kyle disse que foi obrigado a ficar de costas em um dos cantos da parede, ele tinha os braços amarrados e Parr matou as crianças atrás dele. O garoto disse que ouvia os gritos e as vezes olhava, via o homem estripando as crianças, tirando seus órgãos internos e fazendo símbolos.

No ano de 1941 o homem foi até um mercado de Burkittsville e repetiu em voz alta "Eu finalmente acabei". Mais tarde ele revelou que a voz mandou ele contar tudo o que fez a todos e assim ela o deixaria em paz. Quando a polícia foi até a casa, acharam Kyle em pé sem dizer nada e os corpos das crianças estavam enterrados no porão. Nas paredes haviam várias marcas de mãos e escritas sem sentido em inglês e outras em Transitus Fluvii, linguagem usada por alguns praticantes de bruxaria.

Registro do testemunho de Kyle Brody

Pergunta: Agora onde aconteceu, na sala, em que parte da sala?
Resposta: Na frente da porta.
Pergunta: Exatamente na frente da porta?
Resposta: (Concordando com a cabeça) Dentro da sala, bem na frente da porta.
Pergunta: Certo, Kyle. E o que aconteceu então?
Resposta:  Ele me prendeu no canto da parede, eu podia ouvir os gritos de Emily, ele estava a cortando e eu olhei. Ele estava fazendo um símbolo em seu rosto.
Pergunta: Você está indo muito bem Kyle. Você está fazendo tudo certo. Poderia apontar-me o homem que fez isso com Emily ?
Resposta: (Hesitação)
Pergunta: Tudo bem, Kyle. Olha. seus pais estão bem ali.
Pergunta: (A corte) Devemos fazer um recesso?
Pergunta: Kyle?
Resposta: (Apontando para Parr) É ele sentado ali.
Pergunta: Deixe-me escrever uma nota de que Kyle Brody identificou o réu Rustin Parr.
Pergunta: Agora Kyle, o que aconteceu depois disso?
Resposta: Ele a amarrou em um canto e começou machucá-la. Eu estava voradp de frente para a parede. Então ele começou a machucar ela.
Pergunta: Prossiga, Kyle, você está indo bem.
Resposta: Às vezes, ele dizia: Você está ouvindo? Você ouve uma voz de mulher ? Eu chorava e pedia pra ele deixar ela em paz, mas ele não me escutava.
Pergunta: Você sabe a quem ele estava se referindo?
Resposta: Não.
Pergunta: Você alguma vez viu uma mulher lá?
Resposta: Não.
Pergunta: Muito bem, Kyle, o que aconteceu então?
Resposta: Depois de alguns dias, ele a matou. Ele a abriu, então depois de arrancar tudo que tinha dentro dela, ele a levou e eu não a vi mais. Quando ele voltou, disse pra eu não ficar triste, pois ele logo iria trazer mais uma.
Sr. Fair: A acusação está satisfeita, Meritíssimo.
A corte: Obrigado, Sr. Fair.

No dia que o Júri deu a sentença de morte por enforcamento a Rustin Parr, o garoto Kyle estava presente e chorou bastante.

Kyle Brody - A verdadeira Bruxa de Blair?

Agora uma teoria bizarríssima em cima de Kyle Brody, que dá uma baita de uma reviravolta na história. A de que o próprio garoto é que estava por trás de toda a coisa e que Rustin Parr foi manipulado não por uma mulher misteriosa na floresta, mas pelo menino.

O investigador Chris Carrazco foi a fundo na vida de Parr e notou que muitas coisas não batiam, e apontavam para outra pessoa. O menino! A começar pela própria atitude de Rustin, pacífico até o fim, ele chorava e mostrou arrependimento quando estava preso para ser julgado, além de concordar com tudo, assumir e ajudar a polícia a entender. Sua atitude desde sempre foi muito pacífica e de uma pessoa boa.

As crianças pegas por Rustin em vilarejos locais eram bastante aleatórias, o próprio Rustin não as conhecia, a "voz" disse pra ele pegar inicialmente as duas primeiras que visse. As sete crianças não se conheciam. No entanto um fato estranho é que Kyle conhecia cada uma delas.

Há registros de que Kyle não apenas conhecia todas, mas ele teve brigas com algumas delas. Naturalmente não há evidências de todas as brigas de uma criança, no entanto algumas delas sim, então ficou meio que aquele pensamento "E se ele teve problema com todas as sete? Suspeito, não é mesmo?".

Apesar de Kyle ser uma criança extremamente inteligente e com notas altíssimas, ele não era uma criança legal, ele era bastante problemático. Seu pai era abusivo e espancava o garoto. Uma coisa que Kyle costumava fazer frequentemente era brigar com outras crianças, ele sempre estava em confusão. Mas o pior de tudo é que o garoto torturava animais constantemente.

A vida de Kyle foi bastante perturbada até ele finalmente cometer suicídio em 1971, o resto de sua vida foi grande parte na prisão e em uma instituição psiquiátrica. Na investigação de Chris Carrazco, ele conseguiu um documentário raro sobre as terríveis condições de instituições psiquiátricas, esse documentário se chamava White Enamel e o motivo de ter ido atrás do vídeo é que uma das instituições apresentadas foi a em que Kyle era paciente.

Não há uma entrevista especificamente com Kyle Brody, mas a importância desse documentário são pequenos detalhes em duas aparições dele. A primeira é nesse vídeo aqui:

Parece ser só mais um maluco escrevendo, certo? Só que o negócio é que ele está escrevendo em Transitus Fluvii. Exatamente a mesma língua das escrituras na parede, isso faz lembrar o detalhe que Rustin nunca aprendeu a ler nem a escrever. Ele não foi à escola, por outro lado Kyle era uma criança bastante inteligente.

Em outra parte do documentário, ele aparece pelado se esgueirando por uma parede e depois se jogando em um colchão no chão e começa a gritar repetidamente "Never Given!" (Algo como Nunda dado, Nunca atendido). Ninguém sabe o que significa e pode ser visto apenas como um louco gritando, mas o grande detalhe é que os guardas que vigiavam Parr registraram que durante toda a noite antes da sua execução ele ficou gritando "Never Given!".


Teorias

Existem diversas teorias em cima do caso, depende do que cada um acredita. Lembrando que é bem um daqueles casos de Magia em sua forma mais pura, os rituais em si todo mundo sabe que existe. A inquisição não foi um conto de fadas colocado em livros de história, ela existiu. Então o negócio é, não importa se alguém acredita ou não no sobrenatural, o que importa é se as pessoas que vão fazer rituais acreditam.

No fim um ritual diabólico pode sair tão terrível quanto, existindo ou não demônios para guiar aquele que fizer, afinal de contas o que importa é o resultado final e se uma pessoa é sacrificada, tanto faz. Porém como disse, as teorias estão divididas entre pessoas céticas e aqueles que creem no sobrenatural. Confiram algumas!

Céticas

Um homem esquizofrênico: Com o abuso durante a infância, Rustin Parr se tornou uma pessoa perturbada. Mesmo sendo dócil esse é o tipo de coisa que pode atormentar alguém e ficando isolado de tudo no meio do bosque pode ter acabado inevitavelmente com a coisa piorando e com o passar dos anos, acabou chegando ao ponto de ouvir uma voz em sua cabeça, como é normal com pessoas que tem essa doença mental.

Um serial killer infantil: Psicopatas não tem idade pra aparecer, muita gente acha que não existem psicopatas infantis, mas esse tipo de coisa não se desenvolve depois de velho. Torturar pequenos animais é um forte indício disso. E se olharmos o caso do Graham Young, que mesmo tão novo era capaz de extrair veneno de tudo quanto é lugar e assassinar pessoas com eles, não seria surpresa ver uma pessoa usando do medo para manipular. Quantos fanáticos religiosos não tem por aí? Então na boca de um psicopata algo envolvendo bruxaria pode parecer bem real, especialmente em cima de uma mente fraca.

Uma amizade perigosa: Os dois se tornaram grandes amigos e Rustin passou a gostar bastante do garoto. Quando Kyle lhe disse sobre as crianças que tinha problema, Rustin resolveu ajudar e dar um jeito, afinal ele morava no meio de uma cabana bastante isolada e sempre foi muito tranquilo, quem desconfiaria dele? Além do mais como é que Rustin conseguiu levar uma criança dos povoados até a cabana? Ele disse que as atraiu com doce, mas elas andaram até a cabana? Ou ele carregou o caminho todo? Será que elas mesmas não foram andando até lá, guiadas por Kyle? Uma possibilidade é que quando Rustin viu que a coisa já tinha ido longe demais, resolveu se entregar sem comprometer o amigo, e por esse motivo Kyle chorou quando a pena de morte foi declara a ele. Isso também deixou o garoto perturbado e ele sabia do "Never Given!" por ter ficado obcecado pelo amigo e ido perguntar detalhes aos guardas sobre a última noite do amigo.

Sobrenaturais

A Bruxa de Blair: Alguns acreditam que era uma bruxa real que morava naquele bosque e fez com que Rustin fizesse um ritual pra ela. Todas as coisas que escreveu foi com ela guiando, explicando ele ter feito isso mesmo sendo analfabeto.

O Garoto Bruxo: Outros creem que já que Kyle Brody sempre demonstrou comportamento diferente das outras crianças e graças às atitudes violentas do pai acabou ganhando gosto por coisas diferentes. E assim passou a ler sobre o oculto. Não havia uma Bruxa, mas sim o próprio garoto usando de conhecimentos ocultos para manipular o homem com alucinações.

O covil das bruxas: Essa última teoria diz que como o jovem Kyle era reprimido pela atitude violenta do pai, isso fez com que cada vez mais se afastassem de todos. Ao conhecer Rustin ele não demorou para se identificar, já que esse também apanhava do tio e acabou se isolando. O jovem decidiu então apresentar novas coisas ao homem, que adotou. Era algo diferente, bruxaria... No entanto a medida que as coisas iam ficando mais terríveis, Rustin começou a ficar com medo, e decidiu desistir daquilo, mas sem entregar o amigo.

E aí, novas teorias? Depois dessa você já pode assistir o A Bruxa de Blair de 1999 e ver a coisa com outros olhos, ein? Ò_Ò!

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