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Dirge of Cerberus - Um jogo tosquíssimo porém viciante

Eu sei que especialmente as pessoas que tiveram um Playstation 2 provavelmente sentiram uma pontadinha ao ler esse título, afinal de contas como ouso chamar Dirge of Cerberus de um jogo tosquíssimo não é mesmo? Não levem a mal, eu realmente gostei do jogo, mas é simplesmente uma daquelas obras que parecem ter saído do mundo  dos filmes trash, relaxem eu vou explicar.

Para quem não sabe, Dirge of Cerberus é um jogo de ação desenfreado que é sequencia de duas obras bem diferentes. A primeira é o RPG Final Fantasy VII, e os eventos se passam três anos após os acontecimentos, tendo tudo diretamente ligado a eles, mas naturalmente com uma jogabilidade bem diferente e que acaba fazendo com que ele seja considerado um spin-off e não uma sequencia oficial. A segunda obra é o filme Advent Children e aqui a história se passa um ano após os acontecimentos dele, estando fortemente ligada.


A trama apresenta Vicent Valentine vivendo sua vida, quando repentinamente um grupo chamado Deepground. Ele logo descobre que após os acontecimentos na torre da Shinra (em FF7), essa facção ficou aprisionada por três anos e agora finalmente conseguiram se libertar, mas por algum motivo desejam capturar Vicent, assim como fazerem vários atos de terrorismo, sequestrando pessoas e destruindo lugares.

Bom, esse jogo parece ser um baita de um fruto de Advent Children, para quem não sabe Vicent é um dos dois personagens secretos de FF7, portanto é possível zerar sem nem ao menos encontrá-lo. Já em Advent Children ele é mostrado e com um baita de um destaque, sendo super estiloso e podendo voar, realmente algo que chamou demais a atenção.

E em 2006 (dois anos após o filme) foi lançado esse jogo, onde você controla o personagem sendo pela primeira vez o protagonista da história. Também se diferenciando bastante de Final Fantasy VII por ter uma jogabilidade extremamente agitada envolvendo tiroteio, saltos e ataques corporais, mas também adaptando alguns elementos já conhecidos desse universo.

Ei lembro que quando vi esse jogo pela primeira vez me pareceu atraente de imediato, mas assim que dei uma jogadinha só de teste, fiquei com a visão de jogo horrível. Parecia ser só mais um daqueles padrões andar e atirar até chegar ao final da fase e tudo começar de novo, o que não é tão distante da realidade, mas não é bem assim também.

Após terminar Final Fantasy VII eu vi que finalmente era a hora de experimentar de verdade os spin-off dele, afinal eu já conhecia bem o universo da coisa e seria ótimo dar uma olhada com outros pontos de vista. Dirge of Cerberus naturalmente estava na lista, e ao começar de novo, assumo que pensei em desistir, parecia chato demais o jogo.

Quase entrou na minha lista de jogos difíceis de digerir, isso porque a jogabilidade parecia ter envelhecido absurdamente e ser aquele tipo de jogo que você não suporta se não jogar na época do lançamento, já que seus elementos são super padrões e antigos. Mas depois acabei me divertindo bastante com a coisa.

A jogabilidade dele é em terceira pessoa, te colocando com uma pistola e podendo dar saltos duplos e fazer ataques corporais. Você precisa vagar pelos lugares e meter bala em qualquer inimigo que apareça pela frente, até que você finalmente chega a um chefe e lá deve meter bala até matar o infeliz. Também é possível equipar armas e itens, bom, ao menos foi o que vi de primeira.

Só que a coisa começou a ficar interessante quando vi que a bala acabou. Aí sim a coisa ficou feia, eu nem mesmo tinha me tocado que a bala não era infinita, eu realmente pensava que era aquele tipo de jogo que se tivesse uma metralhadora era só segurar o dedo até o fim da fase e ir andando e apontando, mas aqui a coisa tem fim.

Foi então que passei a valorizar os elementos do jogo, economizar munição, vasculhar cenários, e aí sim passei a me divertir. Você tem encaixes para colocar itens como armas, acessórios para elas, amuletos, etc, além de itens usáveis que pode apertar o botão de uso a qualquer momento, assim como apertar a seta para o lado e mudar o item selecionado.

Elementos do mundo de Final Fantasy VII foram aproveitados aqui, por exemplo as Materias, que são usadas para dar poderes aos personagens e que você as encaixa, aqui também existem e você pode dar poderes extras a vicent, que custam mana. Ela pode ser recuperada a partir de fontes que você vai encontrando ou bebendo poções, que também podem ser encontradas em áreas do cenário ou inimigos.

As modificações das armas causam efeitos variados, como por exemplo adicionar uma mira de sniper, ou melhorar bastante o dano. Não bastando isso cada arma e acessório para ela ainda pode ser aperfeiçoado, e assim se você tiver dinheiro o suficiente pode colocar atualizações que você nota claramente a diferença que fazem.

Alguns dos itens causam efeitos que se destacam, como a poção Phoenix Down, que em jogos da série FF um personagem precisa lançar no outro para que esse reviva, aqui você a bebe e se você morrer, irá renascer com a vida cheia. Outro item interessante é o "Limit Breaker" que é um elemento existente em FF7 onde o personagem apanha demais e solta um ataque especial. Aqui é um item e assim você pode usá-lo e se transformar em uma criatura mais forte e rápida por algum tempo.

Em alguns lugares do cenário e ao fim de cada fase você tem acesso à loja onde pode comprar e vender itens, além de também poder obter munição e comprar upgrades. É só alegria e também era um dilema pra mim, não queria comprar bala então a minha economia de munição era imensa, eu juntava dinheiro pra comprar atualizações e muitas vezes fiquei sem ter nada pra atirar e tendo que saltar e desviar de balas, fazer ataques corporais e usar mana pra soltar magias.

Nos cenários você tem alguns pequenos puzzles, nada muito difícil, mas não é só ir pra frente e atirar como eu imaginava, as vezes você tem que ativar certos lugares para abrir outros, e os cenários tem áreas para você vagar, procurar por itens e achar coisas extras que podem te gerar bonus. Isso deu um gostinho a mais na coisa.

Agora o problema desse jogo, é que a sensação que tive é que a grana acabou no meio da produção, ele tinha potencial para ser um Kingdom Hearts, e em alguns momentos você realmente sente um toque mais RPG, existem lugares que você já conhece de FF7, como o barco voador de Cid, tem um momento que você vaga por ele, conversa com os personagens, busca informações, isso me lembrou tanto KH, mas é um jogo linear, de fases mesmo e tiros.

Só que não ser um KH não é um problema, tudo bem ser um jogo linear, o negócio é que os ambientes são muito mal feitos. O jogo é todo travado, tem parede invisível pra todo lado! E não é algo disfarçado não, é algo mal feito pra caramba mesmo. Vicent voa mas pra não ficar muito apelão adicionaram só pulo duplo no jogo, só que isso é inútil.

De que adianta ter pulo duplo e você não poder subir em cima de uma caixa? Isso mesmo, a maioria das caixas tem parede invisível! Além disso elas estão em lugares ridículos, você vai passar por um lugar e sobe um campo de força, só que dos lados não tem paredes, tem uma cerquinha que Vicent poderia só pular, mas não! Você tem que ir procurar o cartão. Os caras não se deram o trabalho de disfarçar isso, de fazer ambientes fechados pra assim ter uma desculpa, só não ligaram.

Isso faz com que a jogabilidade da coisa pareça bobinha, um joguinho mesmo. O combate corporal então é uma desgraça. Você tem que ficar perfeitamente reto pra um inimigo pois se começar uma sequencia e passar reto, você não pode imediatamente dar um pulo pra longe do inimigo, o personagem tem que terminar a animação de pancada, e até lá o inimigo já mirou em você e meteu um tiro.

Isso do combate corporal poderia ter sido tão mais charmoso, a mistura entre tiro e ataques diretos seria incrível, mas dá medo de errar um soco e ter que esperar a animação acabar, acaba sendo péssimo tentar economizar balas. Isso sem contar que já não é uma maravilha jogar esse jogo de tiro com um controle, eu queria tanto ter um mouse em diversos momentos. Achei um baita de um sufoco, mas isso dá pra perdoar, só que no geral o jogo me passou demais essa sensação de travadão, de duro.

Visualmente ele é muito bonito, os caras focaram demais no estilo do personagem e no design dos inimigos principais, por outro lado os capangas e seus aliados aleatórios são completamente genéricos, pouquíssima variação de modelos. Já os visuais das apresentações são incríveis, especialmente porque algumas delas são em CG e usando os gráficos de Advent Children só que com cenas especiais para o jogo, o que acaba conectando mais essa obra ao filme.

E por falar em animações, a história do jogo também é muito bem bolada, eu esperava menos dela, mas ficou bem legal mesmo, envolve muito elementos biológicos, me lembrou alguns animes como Genocyber. Apesar de tudo exageraram nas apresentações, tem algumas que parecem chegar aos dez minutos, isso cansa pra um jogo de ação, e em alguns momentos das fases a cada um minuto dá uma parada pra animação, são mais curtas porém é irritaaaaaaaante demais quando você começa a jogar e já para de novo!

Enfim, esse jogo me lembrou Path of Neo, com um personagem que você sabe que seria capaz de fazer muito mais em um jogo todo travado e que você se sente duro, por outro lado mesmo assim é ma daquelas obras trash que conseguem gerar uma boa diversão, além de ter uma história interessante no fim das contas. É um bom jogo para passar o tempo, mas que poderia ser impecável se fosse mais polido. Confiram o trailer:


E se você não tiver saco pra jogar esse jogo, uma ótima notícia! Teve uma equipe de brasileiros que pegou a história toda e colocou em um formato filme de quase quatro horas com legendas em português e que é perfeito para quem quer conhecer a história, confiram:

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8 Comentários

  1. Sky, como VC jogou o DoC? No ps2 mesmo ou usou emulador?

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  2. Eu tenho um Playstation 2, mas não estava com saco pra jogar em uma TV, então joguei com emulador.

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  3. Na minha opinião esse jogo foi sensacional! E como estava jogando no meu ps2 mesmo, eu aceitei todos os defeitos por ser uma continuação do FFVII e do Advent Children. (Um momento espetacular que lembro até hoje é quando o Vincent conversa pela primeira vez no jogo com Cloud, bateu uma grande nostalgia rsrsrs)

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  4. Bom se vc sentiu falta do mouse era só colocar um, o jogo tem suporte para teclado e mouse então vc podia ter usado :v

    Acho exagerado falar q tinha q ter jogado no lançamento, Joguei ele tem pouco tempo e realmente gostei dele mais dq alguns jogos de tiros modernos..

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  5. Nossa, ele tem suporte a mouse? Que droga, perdi a oportunidade, realmente eu iria ter gostado muito disso. Mas foi a primeira vez que você jogou Dirge of Cerberus? Porque acho praticamente impossível jogar a primeira vez atualmente e não perceber que o jogo é cheio de parede invisível pra todo lado e em lugares ridículos, coisa que na era do PS2 poderia até dar a desculpa por se ver frequentemente, mas que ainda assim era algo que podia ter sido muito melhor polido, é só olhar pra Soul Reaver de 1999 pra PS1 e notar a diferença, po parede invisível em cima de uma caixa? Tem um túnel nele que você vê o fim há uns três metros de distância e tem uma parede invisível antes de você chegar ao fim! Esse tipo de coisa tá no jogo inteiro.

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