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A um sonhador - Você vai se identificar com esse poema

Sonhos são coisas tão interessantes, tem pessoas que não conseguem lembrar deles, mas aqueles que sonham sempre sabem das incríveis possibilidades. Afinal de contas quem é que nunca conversou com alguém e explicou um sonho que teve, por mais desinteressante que seja, a pessoa que sonhou muitas vezes sentiu uma emoção que deseja expor e acaba falando para alguém.

Outra coisa interessante sobre os sonhos é o misticismo que acaba se criando em cima dele, muitas pessoas sonham com certas coisas e temem acontecer, ou mesmo anseiam para que aconteça mesmo. Normalmente envolvendo morte e riqueza. Alguns sonhos tem níveis de complexidade diferente, quem é que nunca teve um sonho tão realista e horrível que se sentiu aliviado ao finalmente despertar? Ou mesmo algo tão bom, que ao acordar pensou "Nossa, não acredito que acordei na melhor parte".

Mas bom, todas essas coisas naturalmente estiveram muito presentes na vida de H.P. Lovecraft,e ao contrário do que muitos pensam, ele não se limitava apenas a escrever contos como Dagon, mas também escrevia poemas. E o poema "A um sonhador" é interessante e fácil de se identificar exatamente por tratar de algo que todos nós já passamos um dia, que é o sonho.

Quem é que nunca viu um sonho de repente se modificar? Você está em um lugar tranquilo e então as coisas começam a ficar cada vez mais terríveis. E pessoas dormindo, você já parou para observar alguma? Se sim, já parou para pensar onde é que ela deve estar naquele momento? Isso sem contar que aquele "universo" está limitado à pessoa enquanto dorme, e talvez a experiência simplesmente se perda e caia no esquecimento assim que ela despertar.

Um detalhe interessante sobre esse poema é que ele não está encaixado no Ciclo dos Sonhos, mesmo com um clima onírico constante. Eu o encaixaria, mas provavelmente ele ficou de fora porque é narrado por um personagem externo, eu não sei.... Confiram:


A um sonhador

Observo o seu rosto pálido e tranquilo
Junto à luz solitária de uma vela;
A borda escura das pálpebras, sob a qual
O olho dorme, alheio a este mundo.

E, te olhando, quisera conhecer
As veredas por onde o sonho te conduz.
As fantasmais regiões que com olhos velados
Nem tu nem eu, de aqui, podemos ver

Pois também eu, dormindo, contemplei
Coisas que agora só a memória guarda;
Nesta semiconsciência anseio olhar de novo
Os cenários que a ti apenas se desvendam.

Também eu conheci os altos cimos de Thock;
E os vales de Pnath, de oníricas formas cheios;
E as catacumbas de Zinn... Por isso entendo bem
Porque desejas tu que a vela fique acesa.

Mas... que coisa é essa que subtilmente corre
Sobre o teu rosto e os teus barbados lábios?
Que medo te perturba o coração e amente
Que até a tua fronte já de suores se perla?

Velhas visões despertam... E os teus olhos abertos
Brilham, negros de nuvens de outros firmamentos;
E como se o fizera por demoníaca mirada
Vejo-me a esvoaçar através da noite encantada.

H.P Lovecraft

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